31.10.08

Crise, especulação e rock n' roll


A crise financeira veio para ficar, o mundo aponta o dedo aos "sacanas" dos especuladores de Wall Street e à sua ganância sem fim, mas os verdadeiros culpados pela chamada "bolha" do subprime são a banda rock AC/DC.

Pelo menos é o que defende Alexis Petredis, do jornal "The Guardian", que fez uma investigação de fundo e concluiu que de cada vez que o grupo australiano edita um álbum a economia mundial vai ao fundo.

1973 - Angus Young e "sus muchachos" formam a banda em Sydney e rebenta o maior choque petrolífero que o planeta já viu.

1980 - AC/DC editam "Back in Black" e a inflação chega aos 20% e o número de desempregados sobe para dois milhões no Reino Unido.

1990 - Taxas de juro atingiram os 20% na Austrália, Reino Unido à beira da recessão e AC/DC de regresso aos tops com "The Razor's Edge".

2008 - AC/DC têm um album novo e é o que se sabe... uma verdadeira "Highway to hell".

Será possível um Barack Obama em Portugal?

Infelizmente, parece que não...

Veja aqui a reportagem da Renascença.

Isto tudo num país que, historicamente, viveu e conviveu com colónias e deu "novos mundos ao mundo", faz-me muita confusão.

Como é possível em pleno século XXI que isto ainda aconteça?

Admiro e agradeço a todos os que tiveram a coragem de participar nesta reportagem e colocaram o dedo na ferida.

30.10.08

Obra maldita

Uma das obras mais mal-amadas da 7º arte, "Rambo - First Blood" é muito mais do que a vista alcança ao primeiro visionamento.

Receio que só daqui a muitos muitos anos o filme do realizador Ted Kotcheff seja verdadeiramente compreendido e apreciado.

Só para terem uma ideia da profundidade e complexidade da história, o nome da personagem principal John James Rambo (Sylvester Stallone) é inspirado em Arthur Rimbaud, um poeta do século XIX que nos tempos livres traficava armas no norte de África.

A acção de "First Blood" bebe longos e fartos tragos dessa "bebida energética" de influências que é "O Processo", de Kafka. É o homem contra o mundo e o mundo contra um homem. Porquê? Ninguém sabe, nem interessa.

Como diz o trailer do filme: "He is innocent, but they don't give a damm".

Que política é esta?

Os casos do momento

Salário mínimo - Como se pode, agora, criticar um aumento que está acordado e assinado por patrões, Governo e sindicatos?

Sobre isto só recordo estas declarações: "A presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz diz que a utilização do argumento da crise financeira para criticar o aumento do salário mínimo para os 450 euros revela falta de solidariedade. Manuela Silva considera que esta posição é preocupante numa sociedade democrática."

Açores - Como podem os partidos aprovar uma lei por unanimidade, pelo menos duas vezes, e, agora, virem dizer que o veto do Presidente tem razão de ser e que até pode haver inconstitucionalidades?

Se alguém puder ou souber, respondam-me a estas duas perguntas.

28.10.08

Como é possível?

Foi conhecido esta madrugada o relatório final ao acidente de Agosto na Linha do Tua e há dados que não deixam de me surpreender.

"A via no local do acidente apresenta defeitos grosseiros e facilmente identificáveis e suficientes para justificar a ocorrência do descarrilamento"

Uma curva com medidas desadequadas, defeitos de alinhamento, de empeno, travessas que "necessitam de substituição imediata" são alguma das falhas apontadas.

Os pareceres apontam também falhas às automotoras do Metropolitano de Superfície de Mirandela, que fazem o percurso ao serviço da CP, há uma década, referindo-se "às desadequadas características do material circulante".

Ora, vamos lá ver se nos entendemos:

Primeiro, a via apresenta defeitos grosseiros e facilmente identificáveis;

Segundo, a curva tem medidas desadequadas e defeitos de alinhamento;

Terceiro, as automotoras que fazem o percurso há 10 anos têm características desadequadas;

Então... se os defeitos eram facilmente identificáveis, porque é que não foram?; se a curva estava mal feita como é que ninguém deu por isso?; se as automotoras eram desadequadas porque raio se mantiveram 10 anos?

É que convém, já agora, recordar que a linha do Tua está em funcionamento há dezenas de anos, houve quatro acidentes graves em menos de dois anos e que várias pessoas morreram ou ficaram feridas.

26.10.08

Então não é que...

O homem já votou:


A foto é da própria Casa Branca.

A maioria dos norte-americanos vota a 4 de Novembro.

23.10.08

Esperemos que acertem

Os economistas são um bocadinho como os meteorologistas: raramente acertam nas previsões.

Desta vez não estou a falar da crise financeira, nem dos constantes acertos que todos vão fazendo ao longo do ano, à medida que as "marés" vão subindo ou descendo...

Vem este post a propósito da primeira reunião que, esta quinta-feira, junta Governo e estruturas sindicais da Função Pública que vão começar a discutir as negociações salariais para 2009.

O Executivo socialista oferece, em ano de eleições, 2.9% de aumentos; enquanto os sindicatos pedem, pelo menos, 4%.

Esta é a primeira vez (!) em 10 anos (!) que a proposta de aumentos é superior à inflação prevista para 2009. A questão é que, mesmo assim, nada garante que os funcionários públicos recuperem alguma coisa.

É que, como já se disse - aqui e em todo o lado - Banco de Portugal e Governo(s) não são propriamente especialistas em acertar previsões.

Por isso, não vamos já começar a deitar foguetes por este "brinde" de quatro décimas de aumentos efectivos.

Em caso de acerto nas previsões, é caso para dizer: abençoadas eleições.

20.10.08

Puxa Xuxa


Este mês, a dia 20, atravessamos o Atlântico.
Bela como sempre, mais vestida que nas páginas da Playboy.
Mais velha, mas ainda de parar o trânsito.
Xuxa.
Puxa Xuxa como é que você faz para me continuar a moer o juízo?

18.10.08

O amor é um lugar estranho...

... e leva-nos a fazer coisas estranhas, também :)

Isenção (não) é isto...

Vasco da Gama - Flamengo 2001

Três minutos de pura loucura futebolística e não só...

16.10.08

Sentimento Queirosiano

Nunca fui fã de Carlos Queirós, mas confesso que pensei que a sua vinda para a selecção pudesse trazer um acréscimo de "racionalidade" no futebol português, em contraponto com o excesso de "paixão" que marcou a passagem de Scolari. Agora, depois de ter visto dois jogos (e sublinho que só consegui ver os encontros contra a Suécia e a Albânia, dos outros não posso falar) vejo que, não só não houve qualquer ganho relativo de racionalidade, como ainda se verifica um decréscimo substancial da paixão.
Não é fácil suceder a Scolari, que, quer se goste quer não, teve o ciclo de maior sucesso da história da selecção portuguesa. E Queirós não tem a vida facilitada. O grupo é, a meu ver, dos mais dificeis, e quem alguma vez pensou que eram favas contadas desde o inicio só por puro desconhecimento do futebol. A Dinamarca e a Suécia têm marcado presença constante nas fases finais de mundiais e europeus, e a Hungria tem sempre uma palavra a dizer para complicar contas (e agora, ao que parece, a Albânia...)
A juntar a isso, tenho sérias dúvidas sobre a mentalidade desta nova geração. Mais do que uma prova irrefutável de qualquer coisa, um presságio : ontem o meio campo (é certo que por causa das lesões) era constituido pelos mesmos 3 jogadores que foram titulares no Europeu de sub-21 há dois anos em Portugal, e em que a selecção fez a figura triste que fez ...
Por último, voltando ao inicio. Carlos Queirós. Venceu dois mundiais de sub-20, que tiveram grande importancia para Portugal, é certo.O trabalho ao nível da formação é indesmentivel. Mas aposto que haverá muito pouca gente no mundo, sem ser os portugueses, que se lembre disso. Vocês sabem dizer, por exemplo, quem venceu os mundiais seguintes nessa categoria? Até punha dinheiro no Brasil e Argentina, mas não sei dizer quando ganharam. Tirando isso, Queirós não ganhou nada de muito significativo. Venceu a Taça e Supertaça com o Sporting, é certo, mas onde só se aguentou um ano. No Real Madrid, onde esteve também uns meses, ainda ganhou a Supertaça Espanhola. Mas nada mais de substancial. Scolari quando chegou tinha, pelo menos, um curriculo de titulos a apresentar.
Em suma, não dúvido que Queiroz tenha competência para um trabalho de reorganização do futebol português, mas não é um homem para dar "o corpo às balas". Por isso o sucesso que teve no Manchester, e que não teve noutros lados. E isso viu-se no nervosismo no jogo com a Albânia. Um líder nunca pode ser o primeiro a ceder.

13.10.08

Chopsticks



Vi eu com os meus próprios olhos...

Um homem ocidental, com bem mais de 100 quilos, ser confrontado com toda a sua impotência, quando tentava manusear dois pauzinhos de bambu.

O indivíduo promete não desistir!

Ps: Cada vez mais admiro a habilidade e sapiência dos povos orientais :)

12.10.08

o ESTADO a que isto chegou

Depois de uma das piores semanas de sempre nas Bolsas mundiais, não deixa de ser curioso que, numa sociedade capitalista, a solução encontrada seja recorrer ao Estado para safar os bancos.

O Eurogrupo esteve reunido para decidir o que fazer em conjunto e o próprio Governo português garante empréstimos interbancários no valor de 20 mil milhões de euros para que a banca possa continuar a funcionar.

A pergunta que se coloca é: só os bancos é que podem e devem ser salvos? E as pequenas e médias empresas que não se meteram em cowboiadas especulativas? E, especialmente, as famílias que estão atoladas em dívidas? (*)

Lembrava no outro dia a eurodeputada comunista Ilda Figueiredo que, até há poucas semanas, as nacionalizações eram recusadas por todos... agora que estão em risco e com fortes prejuizos, aí - tudo bem - já pode vir o Estado (que é como quem diz, todos nós) resolver o que alguns carolas conseguiram destruir por ganância e desleixo.

(*) Dados do "Expresso": o crédito malparado aumenta 4.6 milhões por dia; incumprimento no crédito ao consumo cresceu 26.8% num ano e no da habitação aumentou 22.1%.

Please, vote



Nós, por cá, continuamos atentos às eleições presidenciais nos Estados Unidos.

Se fosse o "resto do mundo" a votar ganhava Barack Obama... como são os norte-americanos, é melhor esperar por 4 de Novembro.

10.10.08

Estórias do passado com o herói Alvega

Há muitos, muitos anos, tive as melhores férias da minha infância.
Foi na Ericeira, num pequeno forte, num promontório, onde o pátio da habitação acabava num muro com vista para o mar.
Ainda lá está, em pedra, com janela em forma de “óculo”, imponente nas suas duas ou três divisões a espreitar o mar revolto indiferente ao vento forte de todas as horas.
Foram umas férias magníficas. Tinha uma bicicleta azul. E o meu pai fazia-me papagaios com papel de jornal e canas que largava no céu. De dia, raramente íamos à praia, ficávamos pelas rochas à procura de percebes e polvos. Já lá voltei.
E tudo isto para vos contar que no final do dia, debaixo de uma lâmpada fraquinha lia o que os outros utilizadores do forte lá tinham deixado. Lembro-me de uma série de livrinhos do “Major Alvega”.
Era mais do que emocionante. Terminava as minhas noites de menino no meio de mil aventuras e outros sonhos maravilhosos com um sem número de piruetas no meu avião feito de nada.
Há dias, num flash, lembrei-me de tudo o que vos conto agora. Foi depois de ter visto um “telex” (será que ainda lhe posso chamar assim), que dava conta do regresso do “Major”.
Uma estória apenas, comemorativa dos 50 anos da personagem.
120 páginas, de uma estória passada em 1942, com o piloto a ser enviado para uma base norte-americana no Norte de África para travar o avanço das tropas alemãs ás ordens de Hitler.
Vai ser editada pela BDMania, e garanto que por amor ao passado… eu não quero perder!

PS: Estamos de parabéns. Este é o post número 300!

9.10.08

kosOVO MAL PASSADO

Já diz o ditado: “O que nasce torto, tarde ou nunca se endireita” e este é mais um desses casos.

Portugal esteve desde Fevereiro sem reconhecer a independência do Kosovo em relação à Sérvia, mas acabou, mesmo, por ser o 48º país (em 192) a fazê-lo.

Dois dias depois, confesso, que ainda não percebi porque raio Lisboa não se manteve firme do lado do não reconhecimento do Kosovo.

As razões para o "não" são várias: o território não tem capacidade económica de sobreviver sozinho, historicamente não tem identidade (aliás, o que se passa no Kosovo tem muito a ver com a "invasão" de albaneses) e, entretanto, abre um precedente grave para pequenas regiões que queiram dar o mesmo passo (o que se passou na Geórgia com a Abkásia e a Ossétia do Sul são disso exemplo).

Os argumentos lusos são incompreensíveis: Luís Amado diz que estava em causa o interesse nacional (?) e que é necessário perceber a importância da União Europeia. O ministro acrescenta que a independência do Kosovo é irreversível.

Afinal, não é... prova disso, é o facto da ONU ter dado um mandato ao Tribunal Internacional de Justiça para que este descubra se o “novo quadro” é legal.

Calculo que a pressão internacional tenha sido grande sobre Sócrates e o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, mas gostava de saber o que vão fazer estas dezenas de países se o Tribunal der razão à Sérvia.

Há outras nuances que são “engraçadas” de perceber: como alguns países podem estar a favor da indepndência do Kosovo mas, ao mesmo tempo, contra a da Abkásia e da Ossétia do Sul.

Confusão total... e vamos ver se isto não acaba mal, com alguma "indigestão".

7.10.08

O que virá a seguir?



Entre as muitas restrições a que estão sujeitas as mulheres na Arábia Saudita poderá juntar-se mais uma: quando saírem à rua, se não usarem um lenço que lhes oculte todo o rosto, só poderão mostrar um olho.

É o que determina uma “fatwa” (édito religioso) proposta pelo xeque ultraconservador Muhammad al-Habadan, defensor de “um reforço das regras da modéstia.


in Público

6.10.08

Mudar de vida

Não, desta vez, não estou a falar do novo livro de Marques Mendes, nem sequer da música dos Humanos...

A questão aqui tem, simplesmente, a ver com o nosso amigo Zeca que, quase de repente, viu a sua vida dar uma volta de 180º graus, mesmo, "da noite para o dia".

Camarada, bom trabalho, ficamos - literalmente - à espera de boas notícias tuas.

Entretanto, apesar da mudança de fuso horário, vamos continuar à espera de belos posts.

5.10.08

Isto é que vai uma crise

O Presidente da República apela à "fibra dos portugueses" neste tempo de dificuldades económicas e aos políticos para não iludirem as dificuldades.

O Chefe de Estado dá "uma no cravo e outra na ferradura": fala na crescente disparidade entre ricos e pobres, diz que os empresários não se devem encostar ao Estado, mas também lembra que não se deve esperar que o Estado faça tudo.

Eu acho bem... Também não quero que o Estado faça tudo: só espero que nos trate da saúde, nos possibilite educação, nos deixe ter reforma quando lá chegarmos, nos dê segurança...

É só isso.

Entretanto, depois de ouvir o discurso e as reacções, lembrei-me destes: