29.2.08
"A rádio que mudou a Rádio"
Foi uma lufada de ar fresco, foi uma nova maneira de fazer jornalismo, foi uma nova maneira de fazer rádio.
Grandes nomes passaram por lá e, desde esse 29 de Fevereiro de 1988, nada mais foi igual em Portugal. Tudo passou a andar mais rápido.
O incêndio do Chiado, o bloqueio da ponte 25 de Abril ou o "especial Timor" são marcas da grande Telefonia Sem Fios. Muitas horas passei eu ligado ao transistor a ouvir o "89.5"...
Com impacto semelhante, mas noutro meio, só o "Independente", de Paulo Portas, que, num registo diferente, fez tremer políticos.
Nos últimos tempos, muitas das figuras saíram e a Rádio Jornal tem estado em (grande) crise, com audível perda de qualidade, o que não é positivo nem para eles, nem para a concorrência.
Agora, com nova direcção, a TSF só pode melhorar e ainda bem, para todos os que ouvem e trabalham na informação em rádio.
Um abraço especial para AR, um amigo, agora do outro lado das ondas hertzianas.
Nós, por cá, vamos continuar a fazer o nosso trabalho o melhor possível, sempre com ouvido na telefonia,
27.2.08
Há coisas "fantásticas"
Por exemplo, a Caixa Geral de Depósitos apresentou os melhores resultados de sempre com um lucro superior a 856 milhões de euros, quase mais 17%.
Estes números são tanto mais surpreendentes quando a banca se diz em crise por culpa do colapso do "crédito hipotecário de alto risco".
Ora, apesar dos números recorde, o presidente do banco do Estado, Faria de Oliveira, queixa-se e já veio avisar que a crise vai obrigar à subida dos spreads nos empréstimos dos clientes.
Como é que isto é possível? Crise? Qual crise?
Portugal é cada vez mais o "Brasil da Europa": os ricocs mais ricos e os pobres mais pobres.
PS: Depois disto, gostaria só de remeter para o post anterior e recordar a citação de Roberto Carneiro que também se aplica a este caso.
26.2.08
"Tenho vergonha destes números"
Eu subscrevo inteiramente esta declaração e deixo aqui o resumo que é da Lusa:
"Segundo um relatório da Comissão Europeia, sobre a protecção social e inclusão social, em Portugal há mais de 20% de crianças (uma em cada cinco) expostas ao risco de pobreza.
O risco abrange tanto crianças que vivem com adultos desempregados como as que vivem em lares onde não há desemprego.
Neste caso, Portugal está em penúltimo lugar e é apenas ultrapassado pela Polónia - ambos com mais de 20% de risco de exposição à pobreza - de uma tabela liderada pela Finlândia e Suécia, com 7% de risco."
Vale a pena pensar nisto...
25.2.08
24.2.08
Quanto pode custar um sonho
Provavelmente ainda na barriga da minha mãe andei “embalado” nos bancos duros, e pelo ronronar do motor de um “Série”. Contam-me que o meu pai conduzia um destes, ainda antes de ter um carocha sem travões:
É um veículo de 1970, ano em que vi o sol pela primeira vez.
Talvez por causa deste carro, (o primeiro amor…) acabei por me apaixonar e embarcar em outras aventuras como o Camel Trophy, como entusiasta e não como participante. O Camel acabou em 1998 na Terra do Fogo, mas não a minha paixão pelos “série/defender”.
Voltei a namorá-los. E hoje o dedo caiu neste:
Já comecei e juntar uns trocos. Este carro de trabalho, (era assim que eram conhecidos), custa actualmente 70 mil euros.
Mais 14 mil euros que este... Jaguar.
Conclusão: Não basta ter um cu duro, e gostar de carros de trabalho. É preciso ainda ser mais rico que os donos dos Jaguar.
23.2.08
20.2.08
Kylie Minogue
Escolhia para a nossa galeria de notáveis por várias razões: primeiro porque é, indiscutivelmente, muito bonita e depois - especialmente por isso - porque é uma lutadora e eu gosto de mulheres fortes e determinadas.
Esta actriz e cantora australiana está aqui para as curvas, como se vê, e cheia de saúde depois de ter ultrapassado uma fase complicada da sua vida.
Serve de exemplo...
PS: Sabem os meus parceiros de blog que era para ser outra a minha escolha para este mês, mas a vida dá muitas voltas e, às vezes, é necessário adaptar as escolhas às circunstâncias e às rasteiras que esta vida injusta nos vai pregando.
19.2.08
Na terra dos ricos
Para quem não sabe, aquela feira é uma espécie de "choque de civilizações", direccionada à rapaziada do campismo, mas também aos "tios" que se dedicam às actividades marítimas.
E foi precisamente num dos pavilhões dedicados aos barcos que ouvi o seguinte deabafo de um "tio" à beira de um ataque de nervos.
"É pá, o meu barco de dez metros no meio dos outros nem se vê lá na marina", dizia o pobre coitado em conversa com um amigo, que escutava o lamento visivelmente horrorizado.
Esta conversa decorria na altura em que eu ainda me contorcia com dores por ter pago 80 cêntimos por um café, num dos bares da FIL.
Águas de Fevereiro
Mas poderia ter sido diferente?
Depende.
Se as obras realizadas no país tivessem sido feitas de forma mais profissional, talvez tivesse sido diferente.
Se os autarcas tivessem no Verão ordenado a limpeza de sarjetas e ribeiros, talvez tivesse sido diferente.
Se os governantes não sacudissem, literalmente, a água do capote, talvez tivesse sido diferente.
Deixem lá ver: Como é que fazem os outros que vivem em países com altos índices de pluviosidade?
Será que quando chove também andam “ó tio ó tio”?
17.2.08
Um ano
Em 365 dias foram 169 posts...
Uns muito sérios, outros mesmo parvos.
Quase tudo passou por aqui, a quatro vozes: o dia-a-dia, as nossas desilusões e angústias, os nossos gostos e heróis, as nossas homenagens sentidas...
Vamos continuar por aqui, iguais a nós próprios, quando nos apetecer, para desabafar livremente...
14.2.08
Mistura explosiva
13.2.08
Contos Apátridas
São 180 páginas que devoro na travessia casa-trabalho-casa, com o prazer de me surpreender a cada página, a cada linha, a cada letra.
É um livro de bolso, compra de última hora na Fnac. Um livro de autores de língua espanhola, parte substancial nascida na América latina.
Já viram quantos escritores magníficos tem a língua espanhola?
O que mais me impressiona em cada um deles é a genuinidade, o facto de serem cidadãos do mundo, e conseguirem transmitir isso nas suas estórias.
Parte deles aprendeu a tarefa em contos para jornais, em “perninhas” a fazer jornalismo. Jornalismo à moda antiga, entenda-se, com sal e pimenta, sem crueza das notícias escritas e publicadas dos dias de hoje, sensaboronas, transparentes, tão transparentes que poucos se dignam a ler. Com risco é certo. Mas com prazer.
Não os invejas?
Estes escritores vêm de países que fizeram revoluções com sangue, onde desapareceram pessoas sob o jugo de ditadores, onde o povo dormiu em camas de rede, e fez amor e amou e traiu com as camisas de linho coladas ao corpo entre a humidade do ar e o suor.
Falam de coisas que já vi, outras que imagino. Falam de palácios Rosa, de praças imensas, de rios e de barcaças, de plantas exóticas, e Jacas como me ofereceram num Natal memorável pelas piores razões em plena Venezuela e de casas caiadas de branco como vi em Tegucigalpa. Falam enfim de gente como eu e como tu. Falam e escrevem nos livros como gente, como pessoas.
O livro chama-se “Contos Apátridas”. E custa 1 euro.
10.2.08
2.36
Reparem nesta notícia da Lusa:
O condutor de um dos veículos envolvidos numa colisão na madrugada deste sábado na A23, em Castelo Branco, de que resultou um morto e um ferido grave, apresentava uma taxa de álcool de 2,36, disse a BT/GNR.
O acidente ocorreu cerca das 00:35, na zona de Benquerenças, ao quilómetro 112, no sentido sul/norte, envolvendo duas viaturas ligeiras.
Uma das viaturas, por causas ainda desconhecidas, embateu na traseira da outra, onde seguiam três cidadãos de nacionalidade ucraniana, residentes em Penamacor, provocando a morte de um homem de 51 anos e ferimentos graves no que seguia no banco do «pendura».
A outra viatura acidentada registou apenas danos materiais, informou a mesma fonte.
A vítima mortal acabou por morrer nos Hospitais da Universidade de Coimbra, para onde tinha sido levada depois de uma passagem pelo Hospital de Castelo Branco.
Convém só recordar que acima de 0.5 já é crime.
É em situações como esta que tenho dúvidas se os 25 anos de prisão não são uma pena leve.
8.2.08
As notícias que ninguém lê
Como é sabido, os americanos praticamente só conduzem carros com mudanças automáticas, para não terem muito trabalho e porque carregar na embraiagem com o pé esquerdo e meter a mudança com a mão direita é coisa do terceiro mundo.
Segundo o "DN", um casal foi assaltado por um "carjacker" quando estacionava o seu carro de mudanças manuais.
O bandido tentou levar a viatura, mas quando se sentou ao volante olhou para as mudanças, terá dito "what the fuck?" e não conseguiu levar o carro, acabando por se ir embora a pé, sem honra nem glória.
Por isso, se forem aos EUA, andem sempre num carro com mudanças manuais e até o podem deixar as portas abertas que ninguém o leva.
6.2.08
Malditos jornalistas. Que difamação.
Mais fotografias, comentadas, que provam o jeito para a engenharia do nosso primeiro.
Sim senhor. Eu se tivesse assinado tantos projectos bonitos assim, também não aceitava que eu dissesse que tinham sido outros os seus responsáveis.
Ora confiram lá, aqui:
Um dia destes, publico o desenho de uma casa do meu filho que tem três anos e meio para verem as diferenças
5.2.08
Cá eu confessava...
José Sócrates é acusado de ter assinado projectos de outros colegas.
O nosso primeiro nega. Tudo o que assinou era dele.
Ora o "Público" descobriu um projecto de Sócrates e tirou-lhe o retrato:
A ser verdade Sr.PM confesse.
Diga que este projecto não é seu.
Confesse que esta "casa de banho" com portas e janelas de alumínio foi obra de um colega de quem nem já se recorda o nome.
Se for preciso minta.
Mas diga que isto não é obra sua...
Yes we can...
3.2.08
Isto é um assalto...
Eu, se fosse logista, teria o meu estabelecimento encerrado nesta altura dos saldos. À vista, apenas deixaria uma placa com a frase: “Desculpem...”.
Mas, “Desculpem” porquê?
É simples, há que ter respeito pelos consumidores e isso não acontece, sendo que estes são autenticamente assaltados, mesmo sem arma, sempre que vão às compras.
Se agora conseguem vender os seus produtos com 50 e 70% (!!) de descontos – com certeza ainda com margem de lucro porque ninguém trabalha para perder dinheiro – então isso quer dizer – se dúvidas houvesse - que nos andaram a roubar nos meses anteriores.
Atenção, “Roubar” é a palavra certa e, sinceramente, não entendo como é possível que, por exemplo, a ASAE ou a Autoridade da Concorrência não actuem e deixem que este escândalo continue ano após ano.
Claro que agora dá jeito ir às compras, a questão é o que se passa fora da “época de saldos”.
2.2.08
... no país das maravilhas (*)
O procurador-geral da república já mandou abrir um inquérito, entregue a Cândida Almeida, agora é só esperar resultados.
Aquilo que Marinho Pinto tem dito já nós ouvimos há alguns anos e realmente há casos inacreditáveis que levantam dúvidas: Para além da "estória" do prédio em Coimbra, que aumentou mais de cinco milhões de euros da manhã para a tarde do mesmo dia, todos já ouvimos falar de Ferreira do Amaral e da Lusoponte ou de Pina Moura e a Iberdrola, por exemplo.
Como não quero acreditar que Marinho Pinto seja maluco e como aprecio a sua frontalidade, espero que isto dê alguma coisa... e não se prove que vivemos num "país de fantasia" em que se fala de tudo, se sabe de "coisas", mas nunca se prova nada e todos vão cantando e rindo.
(*) Título relembrado por Fernando Seara comentando outro caso trágico das últimas semanas em Rio de Mouro.