31.5.07

Oí cara, dá pra usar balinha de chumbo?

Não é de hoje a notícia, mas anda aqui entalada na caneta.

A estória dos policias brasileiros que realizaram uma simulação de resgate num autocarro, onde utilizaram balas “reais” que acabaram por matar uma criança.

O que ouvi, é que os senhores polícias brasileiros se enganaram, que deveriam ter utilizado balas de borracha.
Num simulacro? Com voluntários, deveriam ter utilizado balas de borracha?

Será que lá em Brasília, entre as negociatas, eles sabem que as balas de borracha magoam a valer, e que são utilizadas em países ditos em vias de desenvolvimento, como último recurso para dispersar multidões, fazer frente a motins, e coisas afins?

Alguma coisa vai mal.

Já agora, dá para importar estes polícias brasileiros, conceder-lhes a nacionalidade em Belém na presença de José Sócrates, e convidar depois todo o actual governo, e os que o antecederam a entrar num autocarro para “voluntáriamente” participarem num simulacro?

29.5.07

Cabo das Tormentas

Neste momento sinto-me como os navegadores do tempo dos Descobrimentos: estou a poucas horas de entrar numa "viagem" turbulenta que não sei como vai acabar.

A partir de amanhã, até 22 de Junho, só horas e horas de trabalho, "piscinas atrás de piscinas", zero folgas e 57 miúdos para aturar, fora o trabalho normal.

Espero conseguir aguentar o ritmo.

Por agora, passo a "Caneta Permanente" aos três companheiros e amigos para que eles possam ir animando o espaço.

Espero conseguir uma aberta para cá voltar entretanto.

27.5.07

Pois é...

Domingo, 8h30... Depois de ver o terceiro acidente da manhã, pergunta-me o taxista: "Onde é que está o trânsito para haver tantos acidentes?".

"Há cada selvagem a conduzir!", conclui o homem, já furioso.

Não respondi ao senhor, mas confesso que sempre me fez confusão o número de acidentes e vítimas nas estradas portuguesas.

É certo que a sinalização é péssima e as estradas são más mas, seguramente, há muita culpa dos condutores.

Por mim - que não tenho carta - acho que todos os condutores deviam voltar às escolinhas de condução para realizar testes de "reciclagem".

26.5.07

Como Santana e Carmona me deram um empurrãozinho...

Faz Domingo uma semana. A Câmara de Lisboa continuava em polvorosa. Tal como há anos.

Decidi nesse mesmo dia que tinha de fazer alguma coisa. As contas em baixo, gastos supérfluos, alguma coisa tinha de mudar.

Olhei para o mostrador da gasolina no conta-quilómetros. Estava no fundo, a viatura devia mexer-se nesse dia apenas com os vapores do combustível. Decidi:

Vou meter 25 litros, e até ao final da semana, nem mais uma gota. Fiz as contas e imaginei que lá para sexta-feira na melhor das hipóteses estaria a maldizer a peregrina ideia, e provavelmente, faria isso mesmo enquanto empurrava o carro, no meio de uma chuva merdosa em plena A2.

Enchi os pulmões, e voltei a teimar como tão bem sei fazer.

Segunda-feira, quase me esquecia da ideia. E teimei outra vez. Primeira, segunda, terceira, quarta, quinta… vruuum… descida à vista… ponto morto.

Foi ultrapassado por tudo e todos. Não esqueço o sorriso malandro do condutor de um charrabeco, que na A2 me ultrapassou a pouco mais de 60 quilómetros por hora.

Foi assim a semana toda. Até hoje.
Completei 498 quilómetros, e o económetro garante que ainda posso fazer mais uns 35. Mas já não vou em cantigas. Pelo sim pelo não.

A média tem de ser forçosamente inferior a 5 litros aos cem, o que não é nada mau para um motor 1.1 com mais de 95 mil quilómetros andados.

Mas esta maratona, só foi possível por causa do túnel do Marquês e da sua “perigosa” inclinação.

Deve ter sido espectáculo lindo de ser ver: Entrada nas Amoreiras, ponto morto, uma prece ao altíssimo para estar verde no Marquês, um zigue-zague na rotunda até chegar á faixa mais à direita (tudo de preferência em ponto morto), nova prece ao altíssimo para os sinais ficarem todos verdes na Avenida, e depois na Baixa, até virar para o Chiado.

Quero por isso dividir a minha vitória com Santana e Carmona. Sem eles, e tão “económico” túnel não teria sido possível.

P.S: quero pedir desculpas ao tipo do Fiat Uno que espetou o dedo do meio em direcção ao céu quando passou por mim na N.10, depois de ter rolado a baixa velocidade atrás de mim ao longo de alguns quilómetros. Foi por uma teimosa causa ambiental…

24.5.07

Engenheiro, inscrito na Ordem, mas mau de contas

Foi uma quarta-feira de azar para Lino. Classificou de deserto a margem sul, e depois emendou a mão, mas mal.

Queria referir-se ao Poçeirão, que diz ser “vagamento povoado”.

Esqueceu-se do Censo 2001, que dá ao Poceirão quase 4 vezes mais habitantes… que a Ota. Esta é SÓ a localização escolhida pelo governo para instalar o novo aeroporto.

Valeu-lhe a mão de Almeida Santos.

O presidente do PS, que à saída do Rato, mandatado para falar, afirmou que o problema do “sul”, é que está ligado ao “norte” por pontes. E que, imaginem o que seria, alguém dinamitar uma dessas estruturas.

Com amigos e ministros destes…

23.5.07

"Democracia" “rosa”

Que o mundo não é cor-de-rosa já se sabia, mas algo vai muito mal no nosso país quando uma “piada de mau gosto” “dá” suspensão e processo disciplinar a professor.

O facto da anedota ter como “actor principal” o Primeiro-ministro, tudo se torna ainda mais grave.

Ao que se sabe, o professor em causa fez um “comentário jocoso” sobre José Sócrates no gabinete, comentário esse que foi ouvido por outra pessoa que terá feito queixa.

O Ministério da Educação considerou “ofensivo” o comentário e o professor está em maus lençóis, muito por culpa de um “amigo bufo”, ao velho estilo da PIDE.

Ora, se já nem no gabinete se pode ter “licença” para dizer uma piada, seja sobre quem for, incluindo um qualquer Primeiro-ministro, então algo de efectivamente grave se passa.

Fica também por saber se, de todo, não se pode fazer piadas sobre Sócrates ou se só não pode fazer comentários quem for do PSD.

Pensava eu, na minha inocência, que Portugal era um país democrático, com “liberdade de expressão”, mais de 30 anos depois do 25 de Abril.

Afinal, se calhar, enganei-me e isso deixa-me muito preocupado.

22.5.07

Diferenças...

De vez em quando sabe bem sair da grande cidade para ir "arejar a cabeça".

E nem sequer é preciso ir muito longe: duas horas e pouco de caminho são suficientes para "entrar noutra dimensão".

Aqui chegados... as diferenças são abismais e, não, não estou a falar de capacidade financeira ou condições de vida.

É verdade que não há algumas modernices como a TV Cabo e que é difícil ter rede de telemóvel, mas isso, como diz a outra, "não interessa nada".

Para além do ar puro que se respira na aldeia e na serra ali ao lado, o que mais impressiona é o comportamento das pessoas: Quase todos se conhecem, todos se cumprimentam e, quando a chave está na porta, todos podem entrar sem pedir licença.

E depois é quase inacreditável a generosidade dos amigos e vizinhos: "Olha, toma lá umas cerejinhas", "Está aqui uma dúzia de ovos" ou "Sei que gostas deste arroz doce"... São ofertas, desinteressadas, sem pedir nada em troca.

Foram 46 horas na aldeia... como é bom saber que ainda há sítios assim.

20.5.07

A mulher no futebol

Neste data (20 de Maio de 2007) junta-se o fim do campeonato de futebol e o muito aguardado dia em que o “Caneta Permanente” desvenda a sua deusa mensal.

Por isso, dedico este post a todas as mulheres que não ficam em casa e que, ao invés, preferem vestir a camisola do seu clube e dar aquele colorido especial aos nossos cinzentos estádios.



Loiras, descoloradas, morenas, ruivas, altas, de estatura ligeiramente acima da média, baixas, anãs, anorécticas, magras, cheiinhas, gordinhas, avantajadas, obesas e peludas até... todas são bem-vindas e recebemos de braços abertos.

Não sabem o que é um fora de jogo, mas não faz mal. Os árbitros quando chegam à Luz e ao Dragão também se esquecem das regras (isto é só um adepto do Sporting a armar-se em Calimero).

Não sei como é que fazem nos países islâmicos onde a religião é levada a patamares mais extremos e onde as mulheres não podem “pôr o pé em ramo verde”, nem muito menos entrar num estádio.

Se querem a minha opinião, parece-me uma atitude um bocado “rota”. É muito testosterona à solta. E depois como é que fazem nas transmissões televisivas quando o realizador precisa de ficar ali um bocado a “encher chouriços”? Mostram planos de gajos barbudos ou com uma farta bigodaça? E ao intervalo, em vez das cheerleaders, vem o quê para entreter o adepto? Um grupo de gajos a dançar? Não me parece correcto.

Tal como na política, acho que a lei da paridade deveria ser aplicada nesta coisa do futebol de bancada. Se houvesse 50% de homens e 50% de mulheres nos estádios, o mundo seria melhor! A violência no desporto diminuiria e o Nuno Gomes só era assobiado por metade dos adeptos (os do sexo masculino, entenda-se).

Saudações Leoninas

17.5.07

A polémica, por um canudo

José Sócrates teve sorte.

No auge da polémica sobre as suas habilitações académicas, afundou-se a Câmara de Lisboa.

Paulo Portas conquistou o CDS-PP, e promete fazer frente a Marques Mendes, substituindo-o na oposição ao governo pelo seu inquestionável mediatismo.

Mendes surpreende-se com Carmona, e depois com Seara. Líder a prazo, ou talvez não.

Beneficia Sócrates por ficar de fora do foco mediático. Perde um ministro em vésperas da presidência rotativa da União Europeia, mas assegura um resultado, possivelmente razoável para o PS na capital.

Enfim, com o mal dos outros, pode ele bem.

14.5.07

Ninguém merece...

Viver num "Bairro da Desgraça".

O nome diz tudo... estamos, obviamente, a falar de um bairro de barracas, desta vez em Coruche.

A Polícia Judiciária deu a conhecer uma operação, realizada pela Direcção Central de Investigação do Tráfico de Estupefacientes, neste bairro e, ao que parece, a "colheita" foi proveitosa.

Diz a Lusa:

Além de "pequenas quantidades" de cocaína e heroína, parcialmente já embaladas em doses individuais, as autoridades policiais apreenderam uma pistola de guerra 9mm, duas pistolas 6.35, um revólver 3.57 magnum, duas caçadeiras, uma pistola de gás e "elevado número" de munições.

Foram ainda apreendidas "elevadas quantidades" de dinheiro em notas de euro e de artefactos e peças de ouro, bem como cinco viaturas automóveis e um motociclo de alta cilindrada.


No âmbito da operação em causa, foram efectuadas várias buscas domiciliárias e detidos cinco homens e quatro mulheres, com idades entre 25 e 43 anos, por suspeitas de tráfico de estupefacientes e posse de armas proibidas.

Como é que se melhora a situação e se acaba com estes casos? Não sei.

Talvez não fosse mau começar por mudar o nome dos bairros.

13.5.07

Onde estão as referência do jornalismo que me impingiram e falam inglês?

Perante o Allgarve da tragédia, os portugueses podem finalmente fazer comparações.
Os que precisam claro.
E que são mais do que parecem. A contar com alguns meus familiares e amigos.

Falo da boa imprensa e da má imprensa. Da Portuguesa e da Britânica.
Sem querer ser radical, acredito piamente que a “nossa” é melhor que a “deles”. Pelo menos é mais "polite".

O criticismo quanto ao decorrer das investigações, a sobranceria, a pressão e até a mentira de muitos profissionais de terras de Sua Majestade, fazem os jornalistas portugueses parecerem meninos de coro.

E não é que por cá não se tivessem cometido excessos e erros de bradar aos céus!

Claro que os jornalistas portugueses valem pouco. Menos que os ingleses certamente.

Imaginem que o caso se passava com uma menor portuguesa. Acreditam que havia direito a conferências de imprensa, da Judiciária, no Allgarve? Que um primeiro-ministro daria ordem ao seu número dois, na pele de ministro da administração interna para que fossem fornecidas informações sobre o assunto aos jornalistas?

Pois.

É verdade. Os britânicos, a sul da sua ilha nebulenta, consideram que só existe o terceiro mundo. E se o Allgarve está tão perto de África…

É verdade. Os jornalistas portugueses devem memorizar para exemplo futuro, a disponibilidade das autoridades portuguesas para, pelo menos, fazerem de conta que dão informações.

PS: a alguns dos meus amigos e familiares lembro que há notícias para além da menina inglesa, do futebol e das tricas clubísticas. Se não gostam, vão para Londres.

11.5.07

Para JD, Paulo e João Garcia

Por estes dias temos um “companheiro” na estrada de mochila ás costas nos caminhos da fé.

Já fiz percurso semelhante na curta carreira que levo, mas seriamente, a pé, só me dediquei no último dia, de Minde até Fátima.

Do álbum das recordações, tenho as fotografias das sensações que recolhi então, num troço que não deve superar os 15 quilómetros.

São horas sobre as pernas, um olhar no horizonte, e um silêncio que pode ser estanque, ou entrecortado por cânticos.
São horas para pensar. Rever e projectar. Dizer a nós mesmos que podemos ser diferentes, para melhor.

Caminhar para Fátima, é ter a oportunidade de olhar para dentro, e perceber que cada dia que passa nos limitamos sobretudo a executar, e muito pouco a reflectir.
É perceber que não caminhamos sozinhos, e que há muitas razões, mil e uma razões, para partir.
É porventura a revelação do nosso instinto nómada. É possivelmente a necessidade que todos temos de nos isolarmos, mas compreendidos e acompanhados.

Talvez sinta o mesmo João Garcia quando escala as montanhas. Por certo o sentirá o meu amigo Paulo que cruzou uma mão cheia de países, a pé no meio das pedras e da neve com a sua mochila, em plenos Pirinéus.

Fé? Sim. Só com fé se faz a estrada. E há tantas estradas quanto fés.

Um dia voltarei à estrada. Talvez sozinho. E de Minde a Fátima não será a viagem. Apenas e então, a última etapa.

9.5.07

Cruzes, canhoto

Sim, é verdade, eu escrevo com a mão esquerda e, confesso, sempre me fizeram impressão as definições e “estórias” que fui ouvindo e lendo sobre os que “padecem do mesmo mal”.

Lembrei-me disto mais uma vez ontem quando tentei cortar uma folha com uma tesoura de “normais” e, claro, não consegui.

É verdade que há uns anos chegou a haver uma loja só com produtos para “canhotos”, mas a coisa faliu. Deve ser do “azar” que está ligado à palavra.

Reparem só o que diz o dicionário quando se procura a palavra “canhoto”: “Esquerdo, sinistro, falto de habilidade, desajeitado, demónio”.

Simpático, não?

A “maldição” continua se fizermos uma simples busca no Google.

Para os egípcios, “o olho esquerdo do Sol” era considerado o mal e o Diabo;

Buda diz que o caminho para o Nirvana se divide em duas partes e o da mão esquerda representa a maneira errada de viver e deve evitar-se;

Nos países muçulmanos e na Índia a mão direita é a “mão limpa”;

Isto já para não falar da “sorte” que dá “entrar com o pé direito”.

Para me vingar, se calhar, daqui a uns dias faço um “post” com os aspectos positivos – pois que os há – de ser canhoto.

8.5.07

De Lagos até Nelas... ela está num supermercado perto de si.

É uma das últimas notícias em torno do desaparecimento da menina britânica.
Uma criança, com características semelhantes terá sido vista acompanhada por um adulto numa superfície comercial… em Nelas.

A polícia foi contactada, e a noticia já chegou à Sky News.

Ora, todos sabemos, que em casos de rapto no Algarve, o melhor é fazer compras acompanhado da criança sequestrada. E de preferência longe. Por exemplo em Nelas. E num local discreto como um hipermercado.

Pior mesmo, é imaginar que quem terá visto a criança, antes de avisar a policia, ficou em silêncio, sem sequer lançar para o ar o nome da menina, para ver se a bota batia com a perdigota.
É genial a imaginação dos portugueses. E absurda a perda de tempo com pistas, no mínimo risíveis, se é possível fazer-se humor com um caso tão sério.

4.5.07

Há dias assim...

Quando se está em maré de azar, não há nada a fazer e parece que se entra numa versão "light" da "Lei de Murphy".

O meu dia de hoje começou mal e acabou pior.

Primeiro dormi mal, o que se agravou porque tinha que me levantar cedo, depois perdi o comboio e cheguei em cima da hora (literalmente) ao local onde tinha que estar.

A seguir passei a tarde a lutar com computadores e minidisc que me dificultaram a vida durante seis horas, o que me fez ganhar uma grande dor de cabeça.

Como se não bastasse, ainda tive um encontro imediato e próximo com um passeio "em obras" e, mais à frente, quase fui atropelado por um "chico-esperto" que não respeitou a passadeira.

Já "com os azeites", para não dizer pior, apanhei um táxi para casa. Paguei, desconfiado porque achei o preço exagerado, sai do carro e quando meto a mão no bolso... não tinha o porta-chaves.

O taxista nunca mais o vi e, vários telefonemas depois, para todas as empresas de Lisboa, desisti e lamentei a puta de sorte de um dia como o de hoje.

Mas porque é que não pedi a merda da factura?