31.3.22

Yippee-ki-yay, motherfucker!

Não é o melhor actor do mundo, nem sequer é o melhor actor da sua geração, mas é provavelmente aquele que acompanhou a minha geração no que a filmes mainsteam diz respeito.

Ainda me lembro bem do humor da série "Modelo e Detective", mas depois - claro - na saga "Die Hard", vá os 3 primeiros, ou no incrível "Pulp Fiction", no desconcertante "Sexto Sentido", no "Unbreakable", no "12 Macacos" ou até "Tears of the sun" mostrou toda a sua qualidade e versatilidade.

Já me tinha interrogado por que raio andava a fazer tantos filmes maus ou de "low budget" ultimamente, mas ainda não tinha ido investigar. "Deve mesmo ser só Workaolic". 

Afinal não, era bem pior: incapacidade de dar o máximo e de ter trabalhos mais complexos - devido ao raio de doença que lhe calhou em "sorte" - mas também por incapacidade de dizer "basta" e de querer continuar a viver a sua vida ao máximo. Aparentemente, os sinais já se notavam há cerca de dois anos e nem assim ele deixou de fazer fílmes.

Ficámos agora a saber que não dá mais. A família comunicou oficialmente que o nosso Bruce sofre de Afasia, uma doença que afecta a fala e a capacidade de a compreender.

Ninguém merece ter de se reformar assim, por motivos de força maior e, neste caso, por motivos que afectam directamente o desempenho da profissão.

Raispartam estas doenças degenerartivas que tiram vida a uma pessoa antes do tempo. Que a família tenha força e coragem para o acompanhar.

Espero que ele saiba que vou continuar a ver o "Assalto ao Aranha Céus" e o "Assalto ao Aeroporto" sempre que os apanhar por aí

20.3.22

Mulher-Maravilha

Retomamos este dia 20 a mais antiga tradição do "Caneta Permanente".

Nós, os monstros de serviço, homenageamos as belas musas que nos inspiram.

Este mês, a verdadeira "Mulher Maravilha": Gal Gadot.


É preciso explicar a escolha? Penso que não é preciso mais do que: Bela actriz esta israelita (e em vários sentidos).


14.3.22

Saudade

Nota prévia: Não vi as meias-finais do Festival da Canção e não vi a final, a não ser no período em que estavam abertas as votações e, portanto, ouvi várias vezes os excertos dos 10 finalistas até à escolha do vencedor.

Por aqueles segundos, só por aqueles míseros segundos, logo me pareceu que a canção que acabou por vencer era a mais forte.

Desde que foi declarada vencedora, já ouvi "Saudade, saudade" prai uma dúzia de vezes, em várias versões: a da apresentação pré-festival, a da meia-final, a da final, a da consagração, uma versão intimista em estúdio e uma versão com amigos, aparentemente numa igreja.

Não sei se é só comigo, mas quanto mais ouço mais gosto. Apesar de a música não ser "extraordinária" (e seguramente não ser consensual), convém referir que a miúda é gira e canta muito, a música é bonita, a letra tem mensagem (homenagem ao avô) e a palavra saudade - tão portuguesa - tem sempre aquele mistério que pode resultar num estrangeiro que a ouça. Claro, convém que vão perceber o que a letra diz. Não, não é uma música chill.

E acho que tem tudo para fazer boa figura no Eurofestival, apesar de - verdade seja dita - aquilo habitualmente ter pouco de concurso musical. Tem muito mais de show cénico e de entendimentos e amiguismos estratégicos. 

Claro que, este ano, o vencedor está encontrado. Será a Ucrânia pela questão geopolítica conhecida - lá está, a música propriamente dita não interessa nada.

Lembro-me de ter escrito - no ano em que o Salvador trouxe o caneco - que a música era muito bonita, mas não tinha hipótese nenhuma porque não era nada festivaleira. Felizmente enganei-me, o que só prova que eu percebo imenso disto. "Music is not fireworks, music is feeling", disse o artista - e com razão.

 Go, go MARO

PS: Se não conhecem a miúda, investiguem. Vão ficar bem surpreendidos. Comecem pelas suas redes sociais e vejam os duetos que ela foi fazendo durante a pandemia. Alguns são verdadeiramente incríveis.



7.3.22

Tabu

Vi “Tabu”, o novo programa de Bruno Nogueira na SIC.


Gostei. Acho q vai ajudar a abrir a cabeça de muita gente.


Espero q leve muitos a perceber q os deficientes não são obrigatoriamente os coitadinhos.


Sim, pode ser necessário ajudar em alguma altura. Bora lá ter sensibilidade para perceber quando ou esperar pelo pedido, boa?


E sim, pode-se brincar com a deficiência. O q é diferente de gozar com o deficiente.

4.3.22

Missão Impossível


A RTP Memória tem feito o favor de repetir os episódios da série Missão Impossível, a original, que durou entre 1966 e 1973. Anos depois, a série voltou entre 1988 e 1990, aí já só com "Jim Phelps".

Os elementos da equipa, cada um com as suas mais-valias específicas, resolviam situações limite em tempo recorde, salvando o mundo, ou os Estados Unidos, vá, em cada episódio de 50 minutos.

Provavelmente, seria uma operação destas que seria necessária para resolver a invasão russa à Ucrânia.

"Good morning Mr Phelps, the men you are seeing is Vladimir Putin, president of Russia, Your mission, should you choose to accept it, is to make Putin leave power. Good luck, Jim"

Fácil, não?

3.3.22

Uma guerra filha da mãe

Já um dia classificaram conflitos relevantes como a mãe de todas as guerras. Desde logo, nos idos de 1914, com início no atentado a Francisco Ferdinando, o arquiduque morto num atentado em Saraivo, e que pouco mais de um mês depois, refez as fronteiras da Europa. Ouvimos de novo a expressão, mãe de todas as guerras nas intervenções ao Iraque. No caso da invasão/ofensiva militar à Ucrânia, bem podemos falar de uma guerra filha da mãe. Por um lado, porque saia lá quem sair vencedor, uma coisa é certa: Putin ganhará sempre a guerra, mesmo que a vá perder, o que é improvável. Ao resto da Europa, resta-lhe correr atrás de um gigantesco prejuízo: Refazer uma União Europeia virada também para a sua defesa comum, criar um novo paradigma energético, em vez de apostar meramente no crescimento económico, assente em elevar as economias decadentes, controlar os estados pior comportados. O beco sem saída, podia ser bem mais fechado, se em vez de Joe Biden estivesse Donald Trump no poder. Enfim, é viver com o que temos nesta guerra filha da mãe.