14.3.22

Saudade

Nota prévia: Não vi as meias-finais do Festival da Canção e não vi a final, a não ser no período em que estavam abertas as votações e, portanto, ouvi várias vezes os excertos dos 10 finalistas até à escolha do vencedor.

Por aqueles segundos, só por aqueles míseros segundos, logo me pareceu que a canção que acabou por vencer era a mais forte.

Desde que foi declarada vencedora, já ouvi "Saudade, saudade" prai uma dúzia de vezes, em várias versões: a da apresentação pré-festival, a da meia-final, a da final, a da consagração, uma versão intimista em estúdio e uma versão com amigos, aparentemente numa igreja.

Não sei se é só comigo, mas quanto mais ouço mais gosto. Apesar de a música não ser "extraordinária" (e seguramente não ser consensual), convém referir que a miúda é gira e canta muito, a música é bonita, a letra tem mensagem (homenagem ao avô) e a palavra saudade - tão portuguesa - tem sempre aquele mistério que pode resultar num estrangeiro que a ouça. Claro, convém que vão perceber o que a letra diz. Não, não é uma música chill.

E acho que tem tudo para fazer boa figura no Eurofestival, apesar de - verdade seja dita - aquilo habitualmente ter pouco de concurso musical. Tem muito mais de show cénico e de entendimentos e amiguismos estratégicos. 

Claro que, este ano, o vencedor está encontrado. Será a Ucrânia pela questão geopolítica conhecida - lá está, a música propriamente dita não interessa nada.

Lembro-me de ter escrito - no ano em que o Salvador trouxe o caneco - que a música era muito bonita, mas não tinha hipótese nenhuma porque não era nada festivaleira. Felizmente enganei-me, o que só prova que eu percebo imenso disto. "Music is not fireworks, music is feeling", disse o artista - e com razão.

 Go, go MARO

PS: Se não conhecem a miúda, investiguem. Vão ficar bem surpreendidos. Comecem pelas suas redes sociais e vejam os duetos que ela foi fazendo durante a pandemia. Alguns são verdadeiramente incríveis.



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