26.5.07

Como Santana e Carmona me deram um empurrãozinho...

Faz Domingo uma semana. A Câmara de Lisboa continuava em polvorosa. Tal como há anos.

Decidi nesse mesmo dia que tinha de fazer alguma coisa. As contas em baixo, gastos supérfluos, alguma coisa tinha de mudar.

Olhei para o mostrador da gasolina no conta-quilómetros. Estava no fundo, a viatura devia mexer-se nesse dia apenas com os vapores do combustível. Decidi:

Vou meter 25 litros, e até ao final da semana, nem mais uma gota. Fiz as contas e imaginei que lá para sexta-feira na melhor das hipóteses estaria a maldizer a peregrina ideia, e provavelmente, faria isso mesmo enquanto empurrava o carro, no meio de uma chuva merdosa em plena A2.

Enchi os pulmões, e voltei a teimar como tão bem sei fazer.

Segunda-feira, quase me esquecia da ideia. E teimei outra vez. Primeira, segunda, terceira, quarta, quinta… vruuum… descida à vista… ponto morto.

Foi ultrapassado por tudo e todos. Não esqueço o sorriso malandro do condutor de um charrabeco, que na A2 me ultrapassou a pouco mais de 60 quilómetros por hora.

Foi assim a semana toda. Até hoje.
Completei 498 quilómetros, e o económetro garante que ainda posso fazer mais uns 35. Mas já não vou em cantigas. Pelo sim pelo não.

A média tem de ser forçosamente inferior a 5 litros aos cem, o que não é nada mau para um motor 1.1 com mais de 95 mil quilómetros andados.

Mas esta maratona, só foi possível por causa do túnel do Marquês e da sua “perigosa” inclinação.

Deve ter sido espectáculo lindo de ser ver: Entrada nas Amoreiras, ponto morto, uma prece ao altíssimo para estar verde no Marquês, um zigue-zague na rotunda até chegar á faixa mais à direita (tudo de preferência em ponto morto), nova prece ao altíssimo para os sinais ficarem todos verdes na Avenida, e depois na Baixa, até virar para o Chiado.

Quero por isso dividir a minha vitória com Santana e Carmona. Sem eles, e tão “económico” túnel não teria sido possível.

P.S: quero pedir desculpas ao tipo do Fiat Uno que espetou o dedo do meio em direcção ao céu quando passou por mim na N.10, depois de ter rolado a baixa velocidade atrás de mim ao longo de alguns quilómetros. Foi por uma teimosa causa ambiental…

5 comentários:

rvr disse...

498 km com menos de 25 litros? Deves ter sido ultrapassado por tudo o que é bicicleta, trotineta, camioneta, forgoneta, etc...:)

JPC disse...

Posso largar três bitaites?

Ponto-morto nas descidas é de assassino ou suicida. O carro vai totalmente solto, sem o motor a travá-lo, e até a direcção fica mais leve. É perigoso, para si e para os outros.

A longo prazo e plo mesmo motivo, gastará em pastilhas e discos de travão o que poupou em gasolina.

E, para terminar, sou apologista de uma condução em baixos regimes. É o que faço para poupar no meu coche.

Mas isto são só bitaites :)

Carlos Calaveiras disse...

"Prova superada" camarada... mas, um bocadinho arriscada

zeca disse...

Caro(a) JPC, tem razão no que diz respeito quando refere que o carro vai totalmente solto. Mas quero garantir-lhe que não matei ninguém, e mais... até estou vivo. Na sua equação, faltam dados: peso do carro, dimensões da viatura, estado dos pneus, inclinações do piso, força centríguga, e sobretudo velocidade. Ora bem, posso garantir-lhe que não desci os Pirineus em ponto morto, nem sequer andei a velocidades elevadas, e talvez por todas estas razões ainda tenho o cadastro limpo. Volte sempre. Afinal este blogue também é seu.

JPC disse...

Touché. Voltarei, claro, assim que passar um Cabo das Tormentas parecido com aquele que o CMCC está a dobrar :)