15.8.10

Fogos

Estamos em plena "época" de incêndios.

Eu voltei a trabalhar há duas semanas e já estou que não posso. Praticamente não faço outra coisa: notícias de incêndios, sete horas por dia, notícias de incêndios, há duas semanas.

Incêndios que vão e voltam, aparecem e desaparecem, melhoram e pioram, dos circunscritos, aos controlados, passando pelos em rescaldo ou pelos incontrolados há de tudo. E depois há os fogos que deflagram Às horas mais extraordinárias.

Há várias questões que me perturbam: será que as constantes notícias potenciam os incendiários? Será que os bombeiros não mereciam outras condições?

As altas temperaturas, a falta de acessos, a falta de limpeza e de meios são sempre problemas nesta altura, mas a negligência e a estupidez das pessoas também têm muita culpa para este flagelo anual.

Depois, ano após ano surgem as mesmas desculpas, os mesmos dramas e os mesmos protagonistas. O MAI a escolher os dados que lhe interessam, seja a área ardida, o número de incêndios ou o número de meios aéreos disponibilizados.

E agora, desta vez, PR e PM até "interromperam" as férias (um dia) para a visita ao centro operacional de combate aos fogos de onde saíram "muito mais tranquilos". E esta noite até tivemos o líder da oposição a dizer o nome dos bombeiros mortos em pleno discurso político.

Confesso que tenho pouca pachorra para estes constantes "show-offs" e só lamento as vidas que se perderam e os prejuizos monetários e ambientais que isto tudo causa anualmente.

1 comentário:

rvr disse...

Haver mais de 300 incêndios por dia, em média, num país do tamanho de Portugal é algo que devia ser estudado.

Culpados há muitos, falta é quem tenha a coragem de deitar mão ao problema.