29.11.07

Desabafo (*)

Já não me acontecia há muitos anos e estava a ficar "destreinado". Talvez por isso me tenha feito mais impressão do que habitualmente: ontem voltei a dar de caras com um "tipo 4".

Antes de mais deixem-me explicar-vos que a minha experiência (!) de 33 anos me permite ter inventado para uso pessoal e intransmissível (pelo menos até hoje) uma catalogação das pessoas ditas "normais".

Há quatro tipos diferentes, passo a explicar:

1- as pessoas que te tratam normalmente, que te percebem e te ajudam quando necessário.

2- as pessoas que parece que te ignoram e quando passas começam a "bichanar" (habitualmente são pessoas de idade que têm conversas do género: "Coitadinho terá sido acidente?").

3- as pessoas que te abordam (habitualmente crianças que fazem perguntas ou pedidos do género: "Podes ir a correr até ali? Tens algum irmão como tu?).

4- as "pessoas" que te ofendem sem razão aparente só porque és deficiente.

Foi o que me voltou a acontecer ontem: duas pessoas num carro, eu a tentar atravessar a estrada junto a um passeio em obras e um esperto sorridente a gritar: "Ó aleijadinho endireita as pernas".

Enfim, só espero que o moço não tenha nenhum azar na vida.

(*) Desculpem este desabafo, não é habitual vir para aqui armar-me em Calimero, mas há dias assim...

28.11.07

Tão nossos amigos que eles são.

O Chefe do Estado moçambicano diz que Moçambique se deve empenhar para fazer maior aproveitamento das oportunidades no quadro da cooperação no seio da Comunidade Britânica.

O chefe do Estado falava a jornalistas, em Kampala, após ter particiapdo na Cimeira Ordinária dos países de língua portuguesa.

in TVM (Televisão de Moçambique)

Palavras para quê...

27.11.07

Coelhos coloridos

Nestes tempos em que a qualidade da programação das nossas televisões não é muita, por vezes o intervalo para publicidade é o momento mais esperado.

Este anúncio da Sony, com música dos Rolling Stones, é um desses exemplos.

Coelhos coloridos a saltar pela cidade que se transformam numa onda e numa baleia. E tudo culmina com um coelho gigante a erguer-se no meio da avenida - como numa trips de Keith Richards.

Tem entrada directa no meu Top 10.









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26.11.07

Deve ser do cansaço (4)

O líder da Juventude Centrista disse que era preciso "apontar com frontalidade" alguns dos principais responsáveis por actos como os "sequestros e incêndios às sedes do CDS-PP logo após a revolução de Abril de 1974 e que continuam hoje no activo".

Eu, que sou pela "frontalidade", acho bem e, por isso, aqui estou solidário com a indignação de Pedro Moutinho.

O rapaz, depois de um almoço com os seus camaradas (perdão, colegas) de partido, deu alguns exemplos de pessoas que estiveram envolvidos nos "distúrbios revolucionários":

"Falo do actual presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, que mais tarde se renderia às virtudes do capitalismo. Falo também das bombas das FP 25 de Abril e políticos actuais como Francisco Louçã, Luís Fazenda, Jerónimo de Sousa, Odete Santos e Bernardino Soares".

Ora bem, eu confesso que não sei exactamente quais são as brincadeiras de infância dos meninos do CDS-PP, mas, se calhar, a organização de revoluções e colocação de bombas fazem parte do leque de jogos habituais.

É que convém lembrar ao jovem líder da JC que, por alturas do Verão Quente, o perigoso Bernardino Soares, do PCP, tinha quatro (4) anos.

Alguém coloca bombas com quatro anos? Parece-me difícil, não sei. Eu cá brincava com carrinhos e queria era jogar à bola.

24.11.07

Best Blogs 2007

A lista do que melhor se vai fazendo no universo blogueiro - incompleta por razões óbvias (o canetapermanente não é mencionado)- já é conhecida.

O BOB's deste ano vai para o Fotomania, alimentado por uma jornalista da Bielorrússia. Fotografias a preto e branco de cortar a respiração.

O melhor em língua Portuguesa é o Blog do Tas. Lança um olhar crítico sobre este mundo em que vivemos e defende que o Kaká não tem lugar na selecção do Brasil... Querem trocar pelo Deco?

Veja a lista completa do BOB´s aqui

22.11.07

Interdito a maiores de 100 kg

Nota introdutória: ler com voz de caso sério, tipo reportagem "60 Minutes".

Richie e Rowan Trezise, um casal britânico com excesso de peso como tantos outros, o que é normal num país em que o pequeno almoço de uma pessoa dá para alimentar 50 top models durante uma semana, tinham um sonho (estúpido): emigrar para a Nova Zelândia.

Mas esse sonho tornou-se num pesadelo quando o serviço de estrangeiros e fronteiras lá do sítio os interpelou... e não era para dar as boas-vindas.

Os inspectores do SEF vinham armados com uma balança e uma fita métrica para calcular a massa corporal dos Trezise.

Era oficial. A Nova Zelândia, esse país pacato conhecido pela sua poderosa selecção de rugby e por ter servido de cenário para a trilogia "Senhor dos Aneis", tinha decidido barrar a entrada a imigrantes gordinhos.

Richie teve de ir ao Tallon e conseguiu emagrecer, mas Rowan, viciada em panquecas desde a infância, já rebentou com quatro bandas gástricas e não há meio de perder peso - esta parte das bandas gástricas é mentira, mas a senhora anda a fazer dieta e a coisa não está fácil.

Também eu um anafado, estou solidário com os Trezise.

21.11.07

Opinião pública

Lembro-me, há uns tempos, de um estudo de opinião em que os jornalistas eram a segunda ou terceira profissão em que os portugueses mais confiavam.

Ontem, no comboio, um velhote lia um daqueles jornais gratuitos que nos são oferecidos à entrada da gare.

Ao reparar que eu estava a espreitar por cima do ambro, aquela atitude habitual e tão irritante dos portugueses, perguntou-me:

"Quer ler o jornaleco? Isto é só mentiras, mas sempre pode ser que acertem alguma".

Recusei e fiquei a pensar: "Será que este é um sentimento comum entre as pessoas? Será que a opinião da opinião pública está a mudar?"

A maneira como têm sido geridos alguns dos últimos casos mais mediáticos talvez tenha (des)ajudado.

20.11.07

Honey Ryder


Filha de um investigador morto em circunstâncias misteriosas, Honey Ryder é a peça central do filme “Dr. No”, de 1962 – pelo menos para mim e para todos os verdadeiros uuhmm... como hei-de dizer... tarados... pelo cinema.

A história só começa verdadeiramente ao minuto 54, na cena em que Honey Ryder sai do mar no seu bikini em plena ilha do maléfico “Dr. No”.

Também parece que lá está um tal de James Bond, agente de seguros, ou será secreto? Sinceramente não me recordo.

Honey Ryder, que na vida real é Ursula Andress, foi a primeira Bond Girl e colocou a fasquia a um nível que talvez nunca venha a ser ultrassado.

Todas as Bond Girls aqui.

19.11.07

Flexibilidade e polivalência

Esta é uma das ideias base que o Governo quer impingir aos funcionários públicos e que, mais tarde ou mais cedo, vai chegar aos privados.

O curioso é que, muito antes desta ideia peregrina, já alguns dos comentadores televisivos tinham aderido a este princípio.

Dois exemplos paradigmáticos: Nuno Rogeiro, nascido para o mundo do comentarismo internacional aquando da Guerra do Golfo de 1991; e, claro, o impagável professor Marcelo, que todos os órgãos de comunicação ouvem religiosamente aos domingos à noite em busca de um qualquer rasgo.

Neste seguimento, eis que se está a formar uma nova classe: os gestores públicos polivalentes.

É indiferente qual é a empresa, qual o ramo, qual a situação. A questão é: "Há problemas? Vai-se buscar o Almerindo".

"Mas o homem percebe alguma coisa de estradas? - Não pá, mas também não é preciso. O gajo não percebia de televisão e endireitou a RTP. - Ah... - Pois, e ainda por cima foi nomeado pelo PSD, por isso, agora não podemos ser criticados. - Ah, ok, percebi-te".

18.11.07

Assobiar para o lado

No final do Portugal 1 - Arménia 0, Cristiano Ronaldo notou que desde que chegou ao campeonato inglês nunca foi assobiado pelos adeptos da sua equipa.

O ambiente do jogo de Leiria era, de facto, "abaixo de zero", mas a selecção também não ajudou a aquecer as coisas.

Já nas declarações após o encontro foi um tal de assobiar para o lado. "O que interessa é ganhar", "o objectivo foi cumprido" ou - e esta é a minha preferida - "o resultado foi melhor que a exibição e era esse o objectivo(?!)".

Para quarta-feira, no Dragão, está marcada mais uma sessão colectiva de "SM".

16.11.07

O outro lado das notícias

Nos primeiros dias do "processo Maddie" foi divulgada uma fotografia - e a partir dai lançada uma mega-campanha - de Madeleine McCann em que o destaque era dado a um sinal distintivo num dos olhos da menina.

Com aquela marca caracteristica no olho direito, seguramente, só a pequena menina inglesa.



Ora, como está bom de ver, esse foi, claramente, um erro de estratégia porque, se fosse caso disso, o tal sinal característico seria (terá sido) uma autêntica "sentença de morte" - isto, claro, para quem acredita na tese de rapto - para Maddie.

Outro caso tem a ver com o que aconteceu ontem: passaram de um blog para as televisões e um jornal nacional as ameaças de um bando de energúmenos a elementos da polícia que está a tomar conta das claques.

Este "alastrar da notícia" não facilita o trabalho dessa força porque pode incendiar o ambiente, especialmente a poucos dias de um Benfica-FC Porto.

Às vezes, era bom ter atenção ao que se dá, como se dá...

Offline

Isto aconteceu há cerca de duas semanas em Avis e bem que poderia ser analisado num próximo Retrato Social do António Barreto.

Dezenas de pessoas decidiram organizar um protesto de rua para demonstrar publicamente toda a sua indignação.

O alvo era a Portugal Telecom, o motivo os constantes problemas com o serviço de Internet.

Tudo isto se passa no chamado "Portugal profundo", seja lá o que isso for, o que torna a situação ainda mais caricata, mas demonstrativa de que os tempos são outros e que a impossibilidade de acesso à Internet é motivo para levar dezenas de pessoas a manifestar-se.

15.11.07

No comments...

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais afirmou na Comissão Parlamentar de Finanças e Orçamento, no Parlamento, que muitas das grandes empresas portuguesas são fraudulentas em termos fiscais.

Amaral Tomaz diz que “em Portugal enraizou-se sempre a convicção de que as grandes empresas não cometem fraude fiscal, mas a realidade é diferente daquilo que podemos pensar".


A sério? Ninguém diria.

14.11.07

É a vida...

Desde o 11 de Setembro de 2001, o mundo tem estado em suspenso à espera do próximo grande atentado.

Primeiro Madrid a 11 de Março de 2004 e, claro, Londres a 7 de Julho de 2005, mas tivemos, seguramente, muito mais tentativas abortadas pela polícia.

É essa a vantagem (inultrapassável) dos terroristas: basta-lhes acertar uma vez para fazerem a "festa", enquanto a polícia pode impedir uma série de ataques mas, se falhar uma vez, é a catástrofe.

Este é, naturalmente, o exemplo extremo, mas algo de semelhante se pode passar na nossa vida quotidiana.

Podemos passar a vida a fazer algo bem, mas arriscamo-nos a falhar uma vez e a sermos imediatamente criticados.

É a vida... às vezes tão injusta.

É preciso saber viver (conviver) com isso.

8.11.07

Apitadela…

Andar na estrada em Lisboa é um “must”, isto claro, se se conseguir o distanciamento suficiente para apreciar o “espectáculo”.

Os portugueses, na generalidade, conduzem mal, mas, curiosamente, têm a mania que conduzem bem.

E o engraçado disto é apreciar dois “artistas do volante” em competição.

Claro que há sempre a hipótese de pararem as viaturas e resolverem a querela à pancada.

Mas, há também outras duas alternativas de resolver as questões bem "à homem".

Uma é o célebre “picanço” nos semáforos. Como é giro vê-los a acelerar à espera do verde para ganhar a corrida ao outro “armandinho” até ao outro sinal luminoso.

A outra é a “apitadela”. O outro otário faz um erro inacreditável e nós, como seres superiores, vamos mostrar-lhe que se enganou buzinando incessantemente. Claro que o outro, nada convencido, tem resposta à altura: apitar ainda durante mais tempo, de preferência com uma buzina ainda mais ruidosa (tipo daquelas de camião).

E assim vamos (des)andando…

Com aumentos destes...

Eu ainda sou do tempo em que uma pastilha elástica custava 2$50.

O Governo reafirmou esta quarta-feira que o aumento de salários para os funcionários públicos no próximo ano vai ser de 2.1% - um valor igual ao previsto para a inflação.

Ora, a confirmar-se, esta subida equivale a "aumento zero" e vem juntar-se a mais (penso que sete) anos em que os aumentos não foram líquidos.

Curioso é que o subsídio de refeição deverá também ser actualizado na mesma percentagem, o que quer dizer que cada funcionário público vai receber mais oito (8) cêntimos para comer.

A pergunta que se coloca é: o que é que se compra com mais oito cêntimos por dia? Eventualmente pastilhas elásticas para enganar a fome.

Um segredo

Há muitos anos, provavelmente na RTP, vi uma reportagem sobre as sondas Voyager, e fiquei marcado pelo facto de saber que desde 1977 cada uma delas leva sempre a bordo uma cápsula do tempo.

Nada mais que um disco dourado com imagens do nosso planeta e sons. Sons de água a cair, do vento a soprar nas montanhas, de cães a ladrar, de crianças a chorar, música clássica, e saudações em várias línguas.

Foi impressionante para mim que era um miúdo, que não imaginava que para além do meu bairro existia um país tão grande, num mundo tão grande, num universo tão grande.

Mas foi um choque ainda maior perceber que havia quem de forma tão séria acreditasse na existência de homenzinhos verdes, apesar dos meus pais sorrirem e dizerem que era mentira.

Aquilo ficou-me. E com o tempo assumi que os sons tinham de facto um poder incrível. Que até podiam ser estranhos, mas ainda assim universais.

Perdi-me depois muitas vezes a imaginar que as ondas sonoras emitidas podiam perder-se, ir além do estabelecido pela potência da transmissão, ser levadas pelo espaço… e quem sabe… ser
ouvidas até por quem já cá não está.

De forma recorrente, o velho pensamento, que ciência e o bom senso desmente, regressa tão claro e preciso como uma fórmula matemática.

E pergunto sempre... será que me ouviste hoje pai?

7.11.07

Mobil sff

Os mecânicos aconselham que o óleo do motor e o filtro de ar dos automóveis seja mudado, quando estes se sujeitam a condições de esforço adversas ou extremas.

E mesmo ainda que não tenham cumprido o número de quilómetros necessários e previstos no livro de revisões.

Há dias em que me apetecia ser carro. E já agora estar nas mãos de uma condutora consciente.

6.11.07

Recordar é viver

A melhor série policial de todos os tempos. Reparem naquele bandido que tenta atacar à cabeçada um polícia armado.

Porreiro (este parlamento) pá!

Faz pena. Faz pena ver o parlamento que temos, com os políticos que merecemos.

No debate do Orçamento de Estado (debate ainda em curso enquanto escrevo) a fogueira das vaidades de Sócrates e Santana, deu razão à imprensa que adivinhava ajustes de contas como noutros tempos em debates de concurso na televisão.

Os erros dissecados a fundo. As críticas. Um Sócrates sorridente – como se o país o entendesse… - um Santana Lopes acorrentado ao passado – ar sério como que a pensar durante quanto tempo irá durar esta nova travessia do deserto.

É triste perceber que para os dois maiores partidos em Portugal, os interesses do país se reduzem a tão pouco.

5.11.07

Grandes vidas...

Qualquer Universidade que se preze tem a cadeira de BAR (desculpem, não é a sigla de nenhuma disciplina complicada tipo Biologia Arqueológica Retroactiva ou algo do género. é mesmo bar, de cafetaria).

Ele é ver, diariamente, centenas de alunos a baldarem-se às aulas para ficarem no bar... a jogar às cartas.

E aí, seguramente, tiram boas notas, dado o empenho e as horas que gastam nessas "matérias".

Vem isto a propósito de uma notícia que saiu na imprensa de hoje: um português ficou em terceiro lugar no Europeu de Poker (!?).

Em primeiro lugar desconhecia que se realizavam tais campeonatos; em segundo lugar achava altamente improvável que houvesse profissionais de tal modalidade. Mas eis que existem, até em Portugal.

Já estou a ver o miúdo quando chegou a casa: "Mamã, papá já sei o que quero fazer quando for grande". "Então, meu filho, diz lá: advogado, médico, arquitecto?". "Não pá, que horror, quero é... jogar às cartas!"(*).

Há grandes vidas pá... Faz-me lembrar aqueles miúdos que nos Estados Unidos (claro) ganham milhares de dólares como profissionais de video-jogos!

(*) Convém só acrescentar que o vencedor deste torneio, um sueco, levou para casa 21 mil euros por ter estado umas horas a jogar às cartas.