Ia de metro, e ao meu lado alguém folheava um dos jornais gratuitos.
Sorrateiramente catrapisquei um título “Rally Dakar pode deixar de passar em África”.
Há uma dezena de anos, no final de uma competição memorável denominada “Camel Trophy”, ouvi uma previsão parecida.
Diziam os jornalistas experientes (aqueles que percebem realmente de automóveis, que sabe quantos litros tem a bagageira e que medidas têm os pneus e de que liga é feita a jante etc), diziam eles que um dia o Camel Trophy teria de acabar. E acabou mesmo.
O argumento era que as crescentes preocupações ambientais, iriam matar o rally. Os ecologistas iriam impedir as viaturas de pisar as dunas, de destruir a flora local. Fazia sentido.
Hoje, o que não faz sentido é que um terrorista tenha mais força que as preocupações ambientais e em poucas horas entre “supostas” ameaças vença o desporto.
Estará Bin Laden, envergando vestes ecologicamente correctas, fumando erva da verdadeira, a bordo do veleiro no meio do deserto a pedir ao Jarbas para abrir a torneira? Eu cá já acredito em tudo.
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2 comentários:
Fico triste com o cancelamento do Lisboa-Dakar, mas compreendo a decisão.
A caravana é um alvo fácil no meio da vastidão do deserto e meia dúzia de terroristas conseguiriam os seus intentos sem qualquer dificuldade.
É a primeira vez, penso eu, que um grande evento não se realiza por causa de uma ameaça terrorista, e julgo que isso nos deve fazer pensar.
Ainda por cima, o Dakar é uma prova desportiva, sem conotações políticas, aberto a todas as raças e credos.
Talvez seja por isso que os terroristas lançaram a ameaça.
RVR
Abriu-se um precedente grave.
Os terroristas e os engraçadinhos têm agora mais hipótese de ter sucesso.
O mundo ficou ainda mais perigoso e menos "normal".
Este ano ainda vamos ter, por exemplo, Euro de futebol e Jogos Olímpicos.
Como vai ser?
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