9.3.08

Contra-corrente

Quase todas as Universidades têm o estatuto de "trabalhador-estudante" e eu concordo com isso. A minha dúvida é se não deveria haver também o estatuto de "estudante-trabalhador"...

... e, já agora, se esse novo estatuto não deveria aplicar-se igualmente aos professores.

Eu compreendo a reacção dos docentes que se sentem atacados nos seus direitos e que, por isso, protestam: aulas de substituição obrigam a mais trabalho e eles são contra, avaliação de professores e não promoção automática obrigam a mais trabalho e eles estão contra.

É normal que assim seja porque ninguém gosta de perder privilégios.

Os sindicatos alcançaram ontem uma vitória impressionante. Conseguir trazer para a rua cerca de 100 mil docentes (até a polícia admite estes números) é extraordinário e nunca visto em Portugal e deve ter feito tremer Sócrates e a sua ministra mas - deixem-me dizer-vos isto baixinho: Eu concordo com a política de Maria de Lurdes Rodrigues...

Como em muitos outros aspectos da vida, os resultados daqui a uns tempos é que vão confirmar ou não quem tinha razão mas, estar agora a demitir a ministra, seria um erro grave, em minha opinião.

Os professores - tal como os outros portugueses - julgarão este Governo - e a oposição - em 2009 pela força do voto.

Já agora, só mais uma nota: este Executivo tem muitos defeitos, é verdade, e alguns "tiques esquisitos", mas uma coisa que não é, seguramente, é fascista. Se o fosse - garantidamente - não autorizaria que 100 mil pessoas o gritassem a plenos pulmões durante várias horas na principal avenida do país.

1 comentário:

Anónimo disse...

A avaliação dos professores pode ter os seus defeitos, mas é necessária. Acho lamentável que a situação se tenha extremado tanto. Culpa da ministra ou dos sindicatos? Talvez dos dois.

Portugal deve ser o único país da Europa em que tal não acontece e isso tem de mudar, sobretudo, em nome da qualidade do ensino e para o bem dos alunos.

Espero que Sócrates não siga o caminho fácil de governar a partir da rua. Já o fez com o ministro da Saúde, não pode fazer o mesmo na Educação, sob pena de se tornar num novo Guterres, com os resultados que se conhecem.

RVR