Nem sempre concordei, nem sempre gostei do que li.
Mas o desafio, a que João Paulo Menezes se propôs e agora colocou um ponto final, é de louvar.
Para quem considera que jornalismo é pouco mais do que tirar um telex da máquina, cortar meia dúzia de palavras, e depois debitar ao povo, aquii fica a prova de que está errado.
E já que a blogosfera não os apaga, aqui ficam textos para ler sem preconceitos quando desejar. Em www.blogouve-se.com
31.7.08
30.7.08
E depois queixam-se.
O Tribunal Constitucional chumbou o novo estatuto político-administrativo dos Açores.
Foi a pedido do Presidente da República que se pronunciou sobre 13 pontos que Cavaco Silva considerou não estarem de acordo com a lei fundamental. E não é que o TC descobriu que em 8 normas, Cavaco Silva tinha razão?
Coisas aparentemente fáceis de detectar pelo comum dos mortais porque colidiam claramente com as competências da Presidência da República.
O espantoso é que o estatuto em questão foi aprovado na Assembleia da República por unânimidade. E depois de longa e demorada e aturada análise como os políticos já nos habituaram.
Como foi possível ninguém ter dado com o gato?
Sei que nem todos são jurístas, nem constitucionalistas, mas alguns são. Onde estavam eles (não no 25 de Abril, mas no dia em que o estatuto foi aprovado?
Foi a pedido do Presidente da República que se pronunciou sobre 13 pontos que Cavaco Silva considerou não estarem de acordo com a lei fundamental. E não é que o TC descobriu que em 8 normas, Cavaco Silva tinha razão?
Coisas aparentemente fáceis de detectar pelo comum dos mortais porque colidiam claramente com as competências da Presidência da República.
O espantoso é que o estatuto em questão foi aprovado na Assembleia da República por unânimidade. E depois de longa e demorada e aturada análise como os políticos já nos habituaram.
Como foi possível ninguém ter dado com o gato?
Sei que nem todos são jurístas, nem constitucionalistas, mas alguns são. Onde estavam eles (não no 25 de Abril, mas no dia em que o estatuto foi aprovado?
23.7.08
Reflexões
Qualquer pessoa minimamente atenta à comunicação social, e que seja dotada de uma perspectiva critica, não pode deixar de reparar como o panorama do jornalismo nacional é, na grande maioria dos casos, desolador.
Muitos dos principios básicos do que é fazer jornalismo perderam-se. Os próprios jornalistas parecem sujeitos à vertigem do tempo que eles próprios ajudam a criar, ou que o mundo mediático cria. Já não se pensa, não se pára para pensar. Assume-se e aceita-se tudo, ou quase tudo.
Isto tem várias causas. Desde logo a velha questão dos orgãos de comunicação social serem também eles empresas, e de, tal como todas as outras empresas, estarem sujeitos à lógica economicista. É preferível ter redacções no limite dos minimos e pagar misérias a estagiários que façam alguma coisa do que gastar dinheiro e recursos e investir em pessoas que façam bom jornalismo.
A segunda questão é consequência natural da primeira. A nova geração de jornalistas já não tem qualquer ideal. Hoje já não se luta por nada. Não se luta pela verdade, não se luta pela justiça, não se luta pela liberdade. De resto nem se pode perder tempo com isso, porque a única coisa com que se pode verdadeiramente gastar recursos a lutar é pelo próprio emprego. Pode ser mal pago, mas tem-se um emprego e muitos outros não têm. E se se contestar muito não é dificil arranjar alguém para a mesma posição. Como é possivel lutar por alguma coisa mais além numa sociedade quando em causa, no limite, está a própria sobrevivência de uma pessoa?
Não auguro nada de bom para o futuro do jornalismo neste contexto. É claro que há, e sempre haverá, excepções que são de louvar. Mas o jornalismo e os jornalistas caminham perigosamente para uma massa amorfa de pessoas, seguidistas e acriticas, que não sabem fazer aquilo que deveriam fazer em primeiro lugar: saber questionar.
Muitos dos principios básicos do que é fazer jornalismo perderam-se. Os próprios jornalistas parecem sujeitos à vertigem do tempo que eles próprios ajudam a criar, ou que o mundo mediático cria. Já não se pensa, não se pára para pensar. Assume-se e aceita-se tudo, ou quase tudo.
Isto tem várias causas. Desde logo a velha questão dos orgãos de comunicação social serem também eles empresas, e de, tal como todas as outras empresas, estarem sujeitos à lógica economicista. É preferível ter redacções no limite dos minimos e pagar misérias a estagiários que façam alguma coisa do que gastar dinheiro e recursos e investir em pessoas que façam bom jornalismo.
A segunda questão é consequência natural da primeira. A nova geração de jornalistas já não tem qualquer ideal. Hoje já não se luta por nada. Não se luta pela verdade, não se luta pela justiça, não se luta pela liberdade. De resto nem se pode perder tempo com isso, porque a única coisa com que se pode verdadeiramente gastar recursos a lutar é pelo próprio emprego. Pode ser mal pago, mas tem-se um emprego e muitos outros não têm. E se se contestar muito não é dificil arranjar alguém para a mesma posição. Como é possivel lutar por alguma coisa mais além numa sociedade quando em causa, no limite, está a própria sobrevivência de uma pessoa?
Não auguro nada de bom para o futuro do jornalismo neste contexto. É claro que há, e sempre haverá, excepções que são de louvar. Mas o jornalismo e os jornalistas caminham perigosamente para uma massa amorfa de pessoas, seguidistas e acriticas, que não sabem fazer aquilo que deveriam fazer em primeiro lugar: saber questionar.
20.7.08
Beleza americana
A dia 20 de cada mês este covil de monstros obscuros que é o “Caneta Permanente” é iluminado por um raio de beleza feminina. Este mês a eleita é Scarlett Johansson.
Nascida em Nova Iorque, a 22 de Novembro, dia que deveria ser considerado feriado mundial se neste planeta ainda prevalecesse o bom senso, o seu nome é uma homenagem à protagonista de “E o Vento Levou”, Scarlett O'Hara.
Musa do mestre da 7ª e de outras artes que é Woody Allen, Scarlett Johansson também faz uma perninha na música e editou este ano um álbum de versões de Tom Waits, com o título “Anywhere I Lay My Head”.
18.7.08
Nada será como dantes
Ouvi e li a frase na imprensa a propósito do processo Casa Pia, Operação Furacão e Apito Dourado. Hoje vejo como era mentira. Tudo será como dantes.
Os processos ou andam encalhados em questões processuais, ou se já desembocaram no esgoto, mostram arguidos condenados a penas de cadeia, mas penas não efectivas, ou seja, provou-se que tinham culpa, faz de conta por “X” anos que têm culpa, mas se se portarem bem e não forem relapsos, não batem com os costados na choldra.
Há pouco vi VL sair do tribunal condenado a pena de cadeia não efectiva por abuso de poder de óculos escuros, e sorriso na cara como se o seu clube tivesse conquistado o primeiro lugar da Liga. E a acusar de mentirosos os juízes, os mesmos juízes que à luz da lei disseram que era culpado, mas não o prendiam.
Que país fabuloso.
Conselho à MFL se quiser ganhar as próximas legislativas: venda os tribunais, despeça os juízes e os advogados e os solicitadores e os oficiais de justiça.
Não permita mais investigações, com dezenas de pessoas envolvidas, carros alugados, salários desperdiçados para no final… ser sempre tudo a mesma coisa. Aposto que há milhões como eu a pensar da mesma maneira.
Será possível que neste país, nem um único caso mediático onde se veja fumo, se comprove que existiu fogo? E quem o ateou pague por isso?
Os processos ou andam encalhados em questões processuais, ou se já desembocaram no esgoto, mostram arguidos condenados a penas de cadeia, mas penas não efectivas, ou seja, provou-se que tinham culpa, faz de conta por “X” anos que têm culpa, mas se se portarem bem e não forem relapsos, não batem com os costados na choldra.
Há pouco vi VL sair do tribunal condenado a pena de cadeia não efectiva por abuso de poder de óculos escuros, e sorriso na cara como se o seu clube tivesse conquistado o primeiro lugar da Liga. E a acusar de mentirosos os juízes, os mesmos juízes que à luz da lei disseram que era culpado, mas não o prendiam.
Que país fabuloso.
Conselho à MFL se quiser ganhar as próximas legislativas: venda os tribunais, despeça os juízes e os advogados e os solicitadores e os oficiais de justiça.
Não permita mais investigações, com dezenas de pessoas envolvidas, carros alugados, salários desperdiçados para no final… ser sempre tudo a mesma coisa. Aposto que há milhões como eu a pensar da mesma maneira.
Será possível que neste país, nem um único caso mediático onde se veja fumo, se comprove que existiu fogo? E quem o ateou pague por isso?
15.7.08
Rock n' Wrestling
Xana e Flak dos Rádio Macau "pegaram-se" num concerto, em Vila Nova da Barquinha, e lá estava um video-amador a registar tudo e a colocar de seguida no Youtube.
Já presenciei muitos concertos estranhos, mas nunca tinha assistido a batatada entre membros da própria banda.
No top dos concertos mais atrofiados da minha vida está um dos Ratos do Porão, no Incrível Almadense, que não chegou ao fim porque João Gordo, o vocalista daquela banda brasileira - atenção que era um show internacional:) - teve de ir de emergência para o hospital.
O senhor entrou no palco de muletas e cantou/berrou sentado num banquinho, até que não aguentou mais e teve de ser hospitalizado.
Deve ter sido o dia mais movimentado de sempre nas urgências de Almada, porque muitos fãs também ficaram mal tratados devido ao stage-diving e ao mosh das galerias.
Quem quiser ver esse grande momento do punk-hardocore é só escrever "ratos do porão incrível almadense" no Youtube. O wrestling entre os elementos dos Rádio Macau vem já a seguir (a acção está guardada para o fim)...
O Blitz conta a história toda do desentendimento entre Xana e Flak.
Já presenciei muitos concertos estranhos, mas nunca tinha assistido a batatada entre membros da própria banda.
No top dos concertos mais atrofiados da minha vida está um dos Ratos do Porão, no Incrível Almadense, que não chegou ao fim porque João Gordo, o vocalista daquela banda brasileira - atenção que era um show internacional:) - teve de ir de emergência para o hospital.
O senhor entrou no palco de muletas e cantou/berrou sentado num banquinho, até que não aguentou mais e teve de ser hospitalizado.
Deve ter sido o dia mais movimentado de sempre nas urgências de Almada, porque muitos fãs também ficaram mal tratados devido ao stage-diving e ao mosh das galerias.
Quem quiser ver esse grande momento do punk-hardocore é só escrever "ratos do porão incrível almadense" no Youtube. O wrestling entre os elementos dos Rádio Macau vem já a seguir (a acção está guardada para o fim)...
O Blitz conta a história toda do desentendimento entre Xana e Flak.
13.7.08
Na linha de fogo
O Bairro da Quinta da Fonte, na Apelação, está nas bocas do mundo por causa dos recentes confrontos entre grupos rivais, mas esses não são os únicos perigos que os moradores daquele bairro do concelho de Loures enfretam no seu dia a dia.
Há cerca de quatro anos, aquele gueto dos subúrbios de Lisboa foi invadido e atormentado diariamente por um aprendiz de condutor (moi même) e pelo seu insano instrutor, que se faziam transportar num soluçante e zigue-zagueante Fiat Punto branco, com alguns riscos e amogadelas.
Enquanto o insano instrutor desabafava os seus problemas pessoais, numa espécie de psicanálise sobre rodas, e ia lendo as últimas dos jornais desportivos, o aprendiz de condutor (moi même) ia rezando para que o itinerário da aula não passasse pela Quinta da Fonte (o nome até é bonito).
As minhas preces nunca eram atendidas e lá iamos nós. Eu às vezes ainda tentava influenciar, perguntando: "Hoje vamos para a Expo, né?". No entanto, raramente me safava.
A única sábia advertência que o meu instrutor me dava era para parar nas passadeiras, o que eu fazia, bem como dar prioridade a todas as carrinhas, triciclos, bicicletas até, não fosse alguém ficar chateado sem necessidade.
5.7.08
Praia, Verão, Música
No ano em que a Bossa Nova faz 50 anos e no dia em que eu vou "com um balanço a caminho do mar"...
Mas que espectáculo... Três grandes senhores.
Eu vou ali, venho já.
Mas que espectáculo... Três grandes senhores.
Eu vou ali, venho já.
4.7.08
Haja saúde...
Já todos - seguramente - tivemos "tropeços na vida" que nos obrigaram, por nós ou pelos nossos mais próximos, a ir a um hospital com situações mais ou menos graves.
Como já o revelei neste espaço anteriormente, tenho uma certa fobia a hospitais e/ou médicos que me levam a evitar, ao máximo, a ida a tais edifícios e até à toma de medicamentos.
O que não sabia é que há, pelo menos, mais dois portugueses que sofrem de um mal semelhante ao meu. O grave é que os meus "parceiros" são os últimos ministros da Saúde do país.
Recordo que o ex-ministro Correia de Campos dizia que, se precisasse, nunca iria a um SAP, enquanto a actual ministra Ana Jorge diz que jamais utilizará um hospital privado.
Posto isto, pergunto: "O que fazer se tiver que ir a um hospital? Que garantias me dão os governantes do meu país de que serei bem atendido?
É caso para agradecer a Deus, aos deuses, à sorte ou a quem quisermos o facto de estarmos com saúde neste momento. Que nos acompanhem sempre quando esta nos faltar, parece que vamos precisar...
Como já o revelei neste espaço anteriormente, tenho uma certa fobia a hospitais e/ou médicos que me levam a evitar, ao máximo, a ida a tais edifícios e até à toma de medicamentos.
O que não sabia é que há, pelo menos, mais dois portugueses que sofrem de um mal semelhante ao meu. O grave é que os meus "parceiros" são os últimos ministros da Saúde do país.
Recordo que o ex-ministro Correia de Campos dizia que, se precisasse, nunca iria a um SAP, enquanto a actual ministra Ana Jorge diz que jamais utilizará um hospital privado.
Posto isto, pergunto: "O que fazer se tiver que ir a um hospital? Que garantias me dão os governantes do meu país de que serei bem atendido?
É caso para agradecer a Deus, aos deuses, à sorte ou a quem quisermos o facto de estarmos com saúde neste momento. Que nos acompanhem sempre quando esta nos faltar, parece que vamos precisar...
Entre vistas
É público e notório que, pelo menos, as duas últimas entrevistas de José Sócrates na televisão (há uns meses na SIC, esta semana na RTP) tiveram os temas combinados previamente.
Não sei se esta política é seguida por outros orgãos de comunicação e/ou convidados, mas o certo é que esta "nova moda" é a verdadeira antitese do jornalismo.
Aliás, a combinação/conhecimento prévio de perguntas deveria ser proibido, seja quem for a excelência convidada.
As bandeiras do bom jornalismo são o "rigor", a "credibilidade" e a "isenção" e não são - não deveriam ser - negociáveis (tal como, por exemplo, não é a defesa das fontes).
Ora, estes dogmas obrigam a que o profissional de comunicação social tenha liberdade total para perguntar o que entender, como, depois - e reforço o "depois" - o entrevistado tem a liberdade de responder ou não.
Espero que, apesar da pressão das audiências, se volte ao "jornalismo puro", apesar de feito por humanos, em que o jornalista pergunta e o entrevistado responde no momento.
A bem do Jornalismo, a bem da Democracia e da Liberdade...
Não sei se esta política é seguida por outros orgãos de comunicação e/ou convidados, mas o certo é que esta "nova moda" é a verdadeira antitese do jornalismo.
Aliás, a combinação/conhecimento prévio de perguntas deveria ser proibido, seja quem for a excelência convidada.
As bandeiras do bom jornalismo são o "rigor", a "credibilidade" e a "isenção" e não são - não deveriam ser - negociáveis (tal como, por exemplo, não é a defesa das fontes).
Ora, estes dogmas obrigam a que o profissional de comunicação social tenha liberdade total para perguntar o que entender, como, depois - e reforço o "depois" - o entrevistado tem a liberdade de responder ou não.
Espero que, apesar da pressão das audiências, se volte ao "jornalismo puro", apesar de feito por humanos, em que o jornalista pergunta e o entrevistado responde no momento.
A bem do Jornalismo, a bem da Democracia e da Liberdade...
3.7.08
Vergonha
Como é possível deixar morrer alguém assim?
O que é que andamos aqui a fazer se já ignoramos alguém deitado no chão, num hospital, durante 45 minutos?
1.7.08
Meninos...
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