13.7.08

Na linha de fogo


O Bairro da Quinta da Fonte, na Apelação, está nas bocas do mundo por causa dos recentes confrontos entre grupos rivais, mas esses não são os únicos perigos que os moradores daquele bairro do concelho de Loures enfretam no seu dia a dia.

Há cerca de quatro anos, aquele gueto dos subúrbios de Lisboa foi invadido e atormentado diariamente por um aprendiz de condutor (moi même) e pelo seu insano instrutor, que se faziam transportar num soluçante e zigue-zagueante Fiat Punto branco, com alguns riscos e amogadelas.

Enquanto o insano instrutor desabafava os seus problemas pessoais, numa espécie de psicanálise sobre rodas, e ia lendo as últimas dos jornais desportivos, o aprendiz de condutor (moi même) ia rezando para que o itinerário da aula não passasse pela Quinta da Fonte (o nome até é bonito).

As minhas preces nunca eram atendidas e lá iamos nós. Eu às vezes ainda tentava influenciar, perguntando: "Hoje vamos para a Expo, né?". No entanto, raramente me safava.

A única sábia advertência que o meu instrutor me dava era para parar nas passadeiras, o que eu fazia, bem como dar prioridade a todas as carrinhas, triciclos, bicicletas até, não fosse alguém ficar chateado sem necessidade.

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