Cavaco Silva venceu as eleições presidenciais à primeira volta. Não há novidade por aqui, já era esperado. O que não era esperado era aquele discurso de vitória: rancoroso e vingativo.
Sempre ouvi dizer que, tão importante como saber perder, é preciso saber ganhar e acho que o Presidente da República não o soube fazer no passado domingo.
Voltámos a ouvir nessa noite, como em toda a campanha, que o "senhor-sério-mais-sério-não-há" foi alvo de "vil baixeza" só porque lhe perguntaram pelos seus negócios no BPN e da sua casa de férias.
Eu, como ainda não nasci duas vezes, gostava de ter visto esta e outras questões esclarecidas.
O problema do nosso Chefe de Estado é que está mal habituado ou, se quiserem, pouco habituado a responder a perguntas, de adversários políticos ou jornalistas, e isso já não é de agora, já vem dos tempos em que era primeiro-ministro com maioria absoluta.
Do dia eleitoral ficam ainda mais duas notas: a bronca do cartão do cidadão que terá impedido milhares de pessoas de exercer o seu direito de voto, o que é grave e apenas digno de um país do terceiro mundo (já vi ministros demitirem-se por menos); e o elevado número de votos brancos e nulos que, a juntar aos votos em José Manuel Coelho, somam quase 500 mil pessoas (sinal de alerta para todos: partidos, políticos e cidadãos em geral).
27.1.11
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1 comentário:
Terá sido o discurso de vitória mais sombrio da história da democracia portuguesa. Cavaco tirou a máscara e não foi bonito de se ver.
Mas pior ainda que o discurso de Cavaco foi a bronca eleitoral que impediu centenas/milhares (alguém sabe o número ao certo?) de pessoas de votar.
O meu velhinho cartão de eleitor, sem chip e algo amachucado, não me deixou ficar mal.
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