12.3.11

À rasca estão quase todos

"Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos" - Salgueiro Maia.

É por causa do estado a que chegámos que 300 mil pessoas estão hoje na rua em várias cidades do país e muitas mais estão solidárias com as manifestações.

(Quase) Todos têm razões de queixa da situação actual: o desemprego não pára de aumentar, muitos dos que têm trabalho são precários e/ou ganham mal, muitos outros fazem algo que não está directamente ligado àquilo que andaram a aprender; as reformas estão a ser cortadas, os apoios sociais e subsídios também.

É a crise internacional, diz o Governo. Não duvido que essa crise tenha influência e dificulte a recuperação económica e também não tenho dúvidas que é mesmo preciso controlar o défice e o endividamento.

O que não percebo é o caminho escolhido por um Executivo que se diz socialista: cortar salários, pensões e subsídios, simplesmente aumentar impostos cegos, insistir em despesas supérfluas, facilitar despedimentos e, já agora, também não percebo um Governo que anda a enganar o povo com constante "conversa da sereia" antes de mais uma facada nas costas dos mesmos de sempre...

Enquanto isso continuam muitos a fugir aos impostos, continuam os bancos a ter regimes de excepção, continuam a pagar-se salários escandalosos em institutos e empresas públicas.

Não percebo isto, como não percebo como não se aposta nos jovens formados que estão a fugir para o estrangeiro e brilham lá fora.

Por estas e por outras estou com o protesto de hoje, apesar de eu - pessoalmente - ter tido a sorte de conseguir empregos estáveis (se é que isso ainda existe) e de achar, por outro lado, que alguns jovens poderiam ser um pouco mais flexíveis na busca de trabalho - se a sua primeira e legitima opção demorar a aparecer.

1 comentário:

rvr disse...

12 de Março, o dia da catarse nacional. Foi muito bom. Até pessoal que não está à rasca marcou presença.