26.2.07

Não há meio buraco

É uma regra que se aprende desde os tempos do guelas.

Mas não consta que José Sócrates conheça a regra.

Provavelmente também nunca jogou ao guelas, ao berlinde, nem abafou um ou outro esférico vidrado em finais de tarde lá pela terra natal onde ainda vota apesar de viver há muitos anos em Lisboa.

Hoje, José Sócrates considerou os resultados alcançados pela Justiça em 2006 com absolutamente extraordinários, surpreendentes e até motivadores.

Há razões para a satisfação. Afinal, o número de processos pendentes nos tribunais portugueses diminuiu, nos últimos dois anos. O que acontece pela primeira vez na última década.

Mas… a descida é de 0,4 por cento… ou seja menos 6.675 processos pendentes nos tribunais, num universo de cerca de 1 milhão e setecentos mil que permanecem à espera de resolução.

José Sócrates bem pode continuar a mandar pázadas de terra para a cratera da justiça, que nunca conseguirá meio buraco. Porque meio buraco não existe. Alguém lhe pode explicar?

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