11.5.07

Para JD, Paulo e João Garcia

Por estes dias temos um “companheiro” na estrada de mochila ás costas nos caminhos da fé.

Já fiz percurso semelhante na curta carreira que levo, mas seriamente, a pé, só me dediquei no último dia, de Minde até Fátima.

Do álbum das recordações, tenho as fotografias das sensações que recolhi então, num troço que não deve superar os 15 quilómetros.

São horas sobre as pernas, um olhar no horizonte, e um silêncio que pode ser estanque, ou entrecortado por cânticos.
São horas para pensar. Rever e projectar. Dizer a nós mesmos que podemos ser diferentes, para melhor.

Caminhar para Fátima, é ter a oportunidade de olhar para dentro, e perceber que cada dia que passa nos limitamos sobretudo a executar, e muito pouco a reflectir.
É perceber que não caminhamos sozinhos, e que há muitas razões, mil e uma razões, para partir.
É porventura a revelação do nosso instinto nómada. É possivelmente a necessidade que todos temos de nos isolarmos, mas compreendidos e acompanhados.

Talvez sinta o mesmo João Garcia quando escala as montanhas. Por certo o sentirá o meu amigo Paulo que cruzou uma mão cheia de países, a pé no meio das pedras e da neve com a sua mochila, em plenos Pirinéus.

Fé? Sim. Só com fé se faz a estrada. E há tantas estradas quanto fés.

Um dia voltarei à estrada. Talvez sozinho. E de Minde a Fátima não será a viagem. Apenas e então, a última etapa.

1 comentário:

rps disse...

Um amigo meu questiona frequentemente se é válida, para um residente em Ourém, a promessa de ir a pé a Fátima...