Há muitos anos, provavelmente na RTP, vi uma reportagem sobre as sondas Voyager, e fiquei marcado pelo facto de saber que desde 1977 cada uma delas leva sempre a bordo uma cápsula do tempo.
Nada mais que um disco dourado com imagens do nosso planeta e sons. Sons de água a cair, do vento a soprar nas montanhas, de cães a ladrar, de crianças a chorar, música clássica, e saudações em várias línguas.
Foi impressionante para mim que era um miúdo, que não imaginava que para além do meu bairro existia um país tão grande, num mundo tão grande, num universo tão grande.
Mas foi um choque ainda maior perceber que havia quem de forma tão séria acreditasse na existência de homenzinhos verdes, apesar dos meus pais sorrirem e dizerem que era mentira.
Aquilo ficou-me. E com o tempo assumi que os sons tinham de facto um poder incrível. Que até podiam ser estranhos, mas ainda assim universais.
Perdi-me depois muitas vezes a imaginar que as ondas sonoras emitidas podiam perder-se, ir além do estabelecido pela potência da transmissão, ser levadas pelo espaço… e quem sabe… ser
ouvidas até por quem já cá não está.
De forma recorrente, o velho pensamento, que ciência e o bom senso desmente, regressa tão claro e preciso como uma fórmula matemática.
E pergunto sempre... será que me ouviste hoje pai?
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2 comentários:
Onde quer que esteja, seguramente que sim.
um abraço amigo
Zeca:
Sou nova...23 anos ñ são nada comparados com a imensidão da vida...!Mas algo há k aprendi até aos dias de hoje...onde quer que eles estejam vão ouvir-nos sempre...num sorriso, num choro, numa carícia...num afecto que partilhamos com quem mais queremos...eles estão sempre lá...!
Inês Fernandes (ex-estagiária!)
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