Os portugueses, em geral, ganham mal. Esta frase é pacífica.
Os portugueses deviam ganhar melhor. Outra frase que ninguém contesta (quer dizer, talvez conteste o senhor Van Zeller).
Colocados os pontos nos "ii", com duas frases dignas de La Palisse, vamos a dois casos que me têm atormentado.
Os trabalhadores da TAP aceitaram aumentos salariais de 1.8%, mas os pilotos da companhia aérea portuguesa exigem 8% (oito). Até admito que os pilotos se queixem dos horários de trabalho, das escalas e da imensa responsabilidade, agora que peçam um aumento destes parece-me, claramente, desproporcionado.
Já os enfermeiros em princípio de carreira não aceitam ganhar 1200 euros mensais, exigem 1500. Dizem eles que um licenciado ganha 300 contos à cabeça. E então, em protesto contra esta tremenda injustiça, marcaram uma greve de quatro dias colada a um fim-de-semana prolongado. Pelos vistos, como ganham bem, até podem abdicar do salário por quase uma semana.
Num país em que o ordenado mínimo é a miséria que é e que o desemprego está nos valores em que está, estes dois simples exemplos servem para provar que o nosso país enlouqueceu.
Já agora, gostava só de esclarecer que eu não ganho no meu emprego principal o que os jovens enfermeiros pedem e já tenho mais de 10 anos de trabalho.
Se este post se parece muito com o "Sinais de Fogo" peço desculpa.
31.3.10
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1 comentário:
Ò Miguel, lá estás tu a ser incendiário :)
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