Estas novas medidas de austeridade foram apresentadas ontem, naturalmente à hora do Benfica, por um primeiro-ministro com ar pesaroso. A crise obriga a mais este esforço, disse o primeiro-ministro. Já o ministro das Finanças diz que dormiu mal, mas que tinha que fazer o que foi feito.
Ora, posto isto, surgem-me uma série de questões:
- mas o PEC2 de Maio não era suficiente?
- mas o país não estava a crescer?
- mas as despesas não estavam controladas?
E depois destas, outras:
- o aperto tinha mesmo que ser no IVA (o imposto cego)?
- não havia aí umas fundações/institutos para fechar?
- não havia ai uns impostos sobre as mais valias bolsistas, os "off-shores" ou para a banca que podiam ser criados?
- era mesmo preciso cortar no rendimento social de inserção e nos abonos?
- já que estamos assim tão mal, não era melhor assumir de vez que não há TGV e que, se calhar, é melhor fazer o novo aeroporto com mais tranquilidade?
Agora, a última pergunta:
- será que vai haver PEC4?
Depois disto tudo, lembrei-me de uma frase de um ex-Presidente da República: "Há mais vida para lá do défice". Será que não havia outra maneira de endireitar as contas?