Estória 1
Átrio de um hospital:
- Aproxima-se um enfermeiro ou auxiliar (confesso que não percebi) a empurrar uma cadeira de rodas onde seguia uma senhora idosa.
- Junto aos bancos perto de mim, o elemento do hospital sentou a senhora, levou a cadeira de rodas e disse-lhe: "Deixe-se estar, que ele já vem".
- Passados cerca de 20 minutos, a senhora levantou-se e seguiu com dificuldades, com ajuda de uma muleta e apoiada na parede espelhada até à saída, onde, segundos depois, chegou um automóvel.
- Ninguém ajudou a senhora a fazer esta caminhada, nem um auxiliar do hospital nem o tal familiar.
Ora, sabe quem me conhece que gosto pouco de médicos e ainda menos de hospitais. Percebo pouco ou nada da logística dos ditos mas - confesso - parece-me estranho (para não dizer outra coisa) que seja assim que se dá alta a um doente.
- Como é possível deixar-se uma idosa, com dificuldades de locomoção, sozinha durante 20 minutos à porta do hospital?
- Como é possível que a senhora tenha tido que fazer o percurso entre o lugar e o automóvel sem a ajuda de nenhum auxiliar do hospital?
- Como é possível que o familiar não tenha vindo buscar a senhora ao lugar?
- De quem seria a responsabilidade se a senhora, que - recordo - chegou de cadeira de rodas e usava muleta - tivesse caído naquele espaço?
Estória 2
Já na visita:
- Fui eu que disse ao médico que ia ser operado na segunda-feira.
- Desculpa?!
- Sim, quando ele me veio ver ontem à tarde ainda não sabia da data da operação. Depois de confirmar mandou-me à pressa ir fazer um TAC porque tinha que ser feito antes das oito da noite.
- Mas... e a ti, quem te disse?
- Uma enfermeira, logo de manhã.
- Ah, ok
Estória 3
De seguida:
- Olha, sabes o que me disseram? O hospital ganha o mesmo do Estado se eu sair daqui morto ou completamente recuperado, esteja cá um dia ou um mês.
- Ai é?!, disse eu ainda admirado.
Como diria alguém que conheço: São os hospitais que temos.
24.9.10
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1 comentário:
Estória 4 - uma octogenária durante dois numa maca, num corredor.
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