Esta semana ficou marcada por algumas frases insólitas, a começar pelo treinador do Sporting, Paulo Sérgio, que a poucas horas de ser goleado pelo Porto declarou: "Assumo que somos favoritos". E sem se rir, conta quem viu.
Agora para algo completamente diferente. A ministra do Trabalho mediu a adesão à greve geral de dia 24 em... quilowatts. Segundo Helena André, o protesto não foi muito significativo, porque o consumo de electricidade foi idêntico ao de dias normais. Ministério em curto-circuito?
Do outro lado da barricada, as centrais sindicais CGTP e UGT falam em mais de três milhões de pessoas que não foram trabalhar e ficaram em casa a fazer zapping entre o programa do Goucha e a Praça da Alegria. Estes números não podem ser lidos à letra, porque, não se esqueçam, há trabalhadores que valem por dois ou por três.
E agora o momento "bolo rei" da semana. O Presidente da República, chefe supremo das forças armadas, mais alto magistrado da nação, professor, sócio 23458 do Benfica, antigo atleta de 200 metros barreiras e recandidato a Belém, Cavaco Silva, não comentou o apoio de Belmiro de Azevedo.
Não comentou, é uma forma de expressão. É preciso saber ler nas entrelinhas. Ora "ouçam" a conversa:
Jornalista: Como é que vê o apoio de Belmiro de Azevedo à sua candidatura??????
Cavaco Silva: Agora vou jantar. Estou mesmo com apetite e vou jantar.
27.11.10
26.11.10
FMI ou FIM?
O Orçamento do Estado para 2011 acabou de ser aprovado. O PS votou a favor, o PSD absteve-se e a restante oposição votou contra. Sem novidades, portanto.
A questão é: e agora? Agora, o PS vai continuar a dizer que a culpa é da crise internacional, o PSD vai continuar a dizer que a culpa é do PS e a restante oposição vai continuar a dizer que está tudo mal e que a culpa é do bloco central.
Enquanto isso, no país real vão continuar a aumentar os desempregados e a dívida pública, o crescimento económico vai ser diminuto ou nulo e a pressão dos "mercados" não vai baixar.
Com o Governo a pedir "remodelação", o mais certo é ter que vir aí o FMI "resolver" o que os nossos políticos parecem ser incapazes de resolver. E, se isso tiver mesmo que acontecer, os "calos" vão doer mesmo a sério. Lembro só as primeiras duas medidas do "lobo mau" à chegada à Irlanda: despedir milhares de funcionários e baixar o salário mínimo. "Bonito serviço".
Portugal está em crise - se é que alguma vez deixou de estar - pelo menos desde 2000/2001 quando António Guterres - depois de ter gasto à grande - se pirou ao aproximar-se o "pântano", como foi chamado pela oposição na altura.
Desde aí foi o descalabro porque Durão Barroso também deixou o Governo para ir ganhar uns trocos em Bruxelas e entregou o país ao inanarrável Santana Lopes. Por fim, Sócrates, que até começou bem - os primeiros dois anos - mas que, agora, parece arrastar-se a si e ao país para o precipicio, apesar das suas "sete vidas".
Como diria alguém: "São os políticos que temos" e não se vêem alternativas credíveis em que possamos apostar para que o país possa melhorar, o que torna quase dramático o nosso poder de voto.
Temo que o FMI, que já nos veio salvar duas vezes, venha agora para acabar o serviço... mas acabar de vez... pôr um FIM nesta história.
A questão é: e agora? Agora, o PS vai continuar a dizer que a culpa é da crise internacional, o PSD vai continuar a dizer que a culpa é do PS e a restante oposição vai continuar a dizer que está tudo mal e que a culpa é do bloco central.
Enquanto isso, no país real vão continuar a aumentar os desempregados e a dívida pública, o crescimento económico vai ser diminuto ou nulo e a pressão dos "mercados" não vai baixar.
Com o Governo a pedir "remodelação", o mais certo é ter que vir aí o FMI "resolver" o que os nossos políticos parecem ser incapazes de resolver. E, se isso tiver mesmo que acontecer, os "calos" vão doer mesmo a sério. Lembro só as primeiras duas medidas do "lobo mau" à chegada à Irlanda: despedir milhares de funcionários e baixar o salário mínimo. "Bonito serviço".
Portugal está em crise - se é que alguma vez deixou de estar - pelo menos desde 2000/2001 quando António Guterres - depois de ter gasto à grande - se pirou ao aproximar-se o "pântano", como foi chamado pela oposição na altura.
Desde aí foi o descalabro porque Durão Barroso também deixou o Governo para ir ganhar uns trocos em Bruxelas e entregou o país ao inanarrável Santana Lopes. Por fim, Sócrates, que até começou bem - os primeiros dois anos - mas que, agora, parece arrastar-se a si e ao país para o precipicio, apesar das suas "sete vidas".
Como diria alguém: "São os políticos que temos" e não se vêem alternativas credíveis em que possamos apostar para que o país possa melhorar, o que torna quase dramático o nosso poder de voto.
Temo que o FMI, que já nos veio salvar duas vezes, venha agora para acabar o serviço... mas acabar de vez... pôr um FIM nesta história.
24.11.10
Fazer ou não fazer greve?
Depois de uma semana a reflectir, decidi fazer greve pela primeira vez desde que cheguei ao chamado "mercado de trabalho"...
Faço greve pelas pessoas que perderam o emprego e pelas que tentam e não o conseguem arranjar, pelas que perderam os subsídios e os abonos, pelas que sofrem cortes salariais.
Faço greve por aqueles que recebem o salário mínimo ou menos e por aqueles que têm empregos precários sem condições e sem direitos.
Faço greve por aqueles que estão em trabalhos que não os qualificam e onde não há oportunidades de futuro.
Faço greve pelas prioridades erradas de um Governo que se diz socialista, mas que permite, por exemplo, que a banca só pague 5% de imposto. Faço greve pela não tributação das mais-valias e dos "off-shores".
Faço greve contra os que fogem aos impostos e assim nos roubam, faço greve contra os desperdícios (especialmente) de dinheiros públicos. Faço greve contra as fundações e institutos que só servem para pagar ordenados milionários.
Faço greve contra a falta de condições na saúde e na educação. Faço greve em defesa de um Serviço Nacional de Saúde e da Escola Pública competentes, faço greve por uma Segurança Social que apoie quem deve apoiar e por uma Justiça que prenda quem tem que prender. Faço greve contra a falta de respeito pelos idosos, que nem dinheiro têm para os medicamentos, e a falta de oportunidades dos jovens.
Faço greve... mas este meu protesto nada tem a ver com a empresa onde trabalho. Não é uma greve contra quem me paga o salário e por quem eu "visto a camisola" diariamente, é - simplesmente - uma greve contra a situação preocupante e deprimente deste país.
Declaração de interesses: cmcc faz greve esta quarta-feira, mas esta posição não vincula os restantes elementos do blog.
Faço greve pelas pessoas que perderam o emprego e pelas que tentam e não o conseguem arranjar, pelas que perderam os subsídios e os abonos, pelas que sofrem cortes salariais.
Faço greve por aqueles que recebem o salário mínimo ou menos e por aqueles que têm empregos precários sem condições e sem direitos.
Faço greve por aqueles que estão em trabalhos que não os qualificam e onde não há oportunidades de futuro.
Faço greve pelas prioridades erradas de um Governo que se diz socialista, mas que permite, por exemplo, que a banca só pague 5% de imposto. Faço greve pela não tributação das mais-valias e dos "off-shores".
Faço greve contra os que fogem aos impostos e assim nos roubam, faço greve contra os desperdícios (especialmente) de dinheiros públicos. Faço greve contra as fundações e institutos que só servem para pagar ordenados milionários.
Faço greve contra a falta de condições na saúde e na educação. Faço greve em defesa de um Serviço Nacional de Saúde e da Escola Pública competentes, faço greve por uma Segurança Social que apoie quem deve apoiar e por uma Justiça que prenda quem tem que prender. Faço greve contra a falta de respeito pelos idosos, que nem dinheiro têm para os medicamentos, e a falta de oportunidades dos jovens.
Faço greve... mas este meu protesto nada tem a ver com a empresa onde trabalho. Não é uma greve contra quem me paga o salário e por quem eu "visto a camisola" diariamente, é - simplesmente - uma greve contra a situação preocupante e deprimente deste país.
Declaração de interesses: cmcc faz greve esta quarta-feira, mas esta posição não vincula os restantes elementos do blog.
23.11.10
"light news" atacam jornalismo
Depois de três dias a escrever e a tentar explicar termos como "conceito estratégico", "escudo antimissil", "cooperação com a Rússia", "nova fase no Afeganistão", "manifestação anti-NATO"...
Depois de três dias a escrever notícias sobre Barack Obama, Dimitri Medvedev, Rasmussen, Sócrates, Karzai e Ban Ki-moon...
... é frustrante saber que, para além dos condicionalismos de trânsito, o que as pessoas mais tenham querido ler é quem era a "rapariga mistério" que tirou uma fotografia com o Presidente Obama ou que o mais famoso da Casa Branca é o cão "Bo".
As "light news" estão a ganhar clicks às "hard news" e isso é preocupante... preocupante para o país em geral e para os jornalistas em particular.
Depois de três dias a escrever notícias sobre Barack Obama, Dimitri Medvedev, Rasmussen, Sócrates, Karzai e Ban Ki-moon...
... é frustrante saber que, para além dos condicionalismos de trânsito, o que as pessoas mais tenham querido ler é quem era a "rapariga mistério" que tirou uma fotografia com o Presidente Obama ou que o mais famoso da Casa Branca é o cão "Bo".
As "light news" estão a ganhar clicks às "hard news" e isso é preocupante... preocupante para o país em geral e para os jornalistas em particular.
Três porquinhos
O meu outro título para este post era "A matança dos PIGS", mas optei pelo que está em cima porque sou um optimista inveterado e não quero alarmar ainda mais os mercados :) O que eu quero mesmo, mesmo, mesmo é acreditar que Portugal construiu a sua casa com betão reforçado ou mesmo daquele mais baratinho, resistente o suficiente para não deixar o Lobo Mau entrar. Já todos vimos o que aconteceu à Grécia: tinha uma casa de cartão e esqueceu-se da porta escancarada. A Irlanda passou de milagre a pesadelo económico: num dia era o Tigre Celta e no outro o Tigre de Papel. Como disse alguém na semana que passou, o regresso do FMI a Portugal seria um atestado de incompetência, não só aos políticos que governaram o país nos últimos anos, como a toda a sociedade.
21.11.10
Avanço
O Papa Bento XVI admite o uso do preservativo "em certos casos", "para reduzir os riscos de contaminação" do vírus da SIDA.
Ora aí está uma boa notícia que vai seguramente "abrir os olhos" a muitos católicos e permitir que algumas doenças deixem de alastrar com tanta facilidade.
Confesso que foi uma surpresa para mim ver este Papa a dar este importantíssimo passo, abrir esta janela de oportunidade, permitir este avanço civilizacional, mas é nestas alturas que gosto de me enganar.
Já alguém usou este título, vou repetir: "Foi um pequeno passo para um Papa, mas um grande passo para a Humanidade".
Ora aí está uma boa notícia que vai seguramente "abrir os olhos" a muitos católicos e permitir que algumas doenças deixem de alastrar com tanta facilidade.
Confesso que foi uma surpresa para mim ver este Papa a dar este importantíssimo passo, abrir esta janela de oportunidade, permitir este avanço civilizacional, mas é nestas alturas que gosto de me enganar.
Já alguém usou este título, vou repetir: "Foi um pequeno passo para um Papa, mas um grande passo para a Humanidade".
20.11.10
Quem não quer ser o Roger Rabbit?
Já não é a primeira vez que um desenho animado ocupa posição de destaque nesta rubrica. Esse momento histórico devemos ao génio do nosso amigo RVR.
Mas em semana de "corrente animada" no Facebook, decidi escolher este mês a mais sexy de todos os tempos, Jessica Rabbit:
And that´s all folks!
18.11.10
"Não há segredos. Não há milagres"
Paulo Bento tem razão.
Ontem, a selecção portuguesa esmagou a campeã do mundo e da europa em título. Foi sem sombra de dúvidas a melhor exibição da equipa das "quinas" dos últimos anos. Claro que podem os cépticos argumentar que era um jogo a feijões e que os espanhóis estavam com a cabeça no Real Madrid - Barcelona (aliás, o Busquets bem fez a parte dele), mas o certo é que o resultado fica para a história.
No entanto, ainda mais importante do que o resultado (inacreditável), o que mais me chamou a atenção foi a exibição da equipa enquanto tal, a entrega dos jogadores, a alegria com que trocavam a bola, a determinação que empregavam na recuperação.
Os "11" de Paulo Bento não são os melhores do mundo, mas têm alguns dos melhores do mundo e isso tem que se ver em campo. Pepe é defesa-central e com Ricardo Carvalho formam a melhor dupla do mundo; João Moutinho é o box-to-box ideal porque defende e ataca; Carlos Martins é o melhor "10" neste momento, João Pereira já era na época passada melhor que Paulo Ferreira ou Miguel (quatro "pormenores" que Queiroz devia ter visto para o Mundial).
Resumindo: Portugal jogou à bola, assumiu o jogo, e essa é - sem margem para dúvidas - a maior diferença entre o actual e o ex-seleccionador nacional.
O futebol é uma "ciência" simples e o "segredo" de Paulo Bento foi - até agora - não complicar. Primeiro fez "reset" na cabeça dos jogadores, "delete" a algumas das suas ideias pré-concebidas, "refresh" para actualizar ficheiros, "restart" ao computador e "Enter": três vitórias em três jogos.
Confesso que tinha dúvidas em relação ao ex-treinador do Sporting, basicamente porque só lhe tinha visto uma forma de jogar em quatro anos e porque o vi dispensar jogadores que me pareciam essenciais. Três jogos passados isso foi ultrapassado: vemos o 4-3-3, vemos Carlos Martins, vemos Varela, vemos marcação à zona - tudo novidades do "Bento seleccionador".
Se o bom ambiente continuar, se os jogadores continuarem empenhados, se não houver lesões, se Paulo Bento não inventar... ainda estamos a tempo de ir ao Europeu 2012, onde temos que estar porque somos - garantidamente - uma das melhores equipas do Velho Continente.
Ontem, a selecção portuguesa esmagou a campeã do mundo e da europa em título. Foi sem sombra de dúvidas a melhor exibição da equipa das "quinas" dos últimos anos. Claro que podem os cépticos argumentar que era um jogo a feijões e que os espanhóis estavam com a cabeça no Real Madrid - Barcelona (aliás, o Busquets bem fez a parte dele), mas o certo é que o resultado fica para a história.
No entanto, ainda mais importante do que o resultado (inacreditável), o que mais me chamou a atenção foi a exibição da equipa enquanto tal, a entrega dos jogadores, a alegria com que trocavam a bola, a determinação que empregavam na recuperação.
Os "11" de Paulo Bento não são os melhores do mundo, mas têm alguns dos melhores do mundo e isso tem que se ver em campo. Pepe é defesa-central e com Ricardo Carvalho formam a melhor dupla do mundo; João Moutinho é o box-to-box ideal porque defende e ataca; Carlos Martins é o melhor "10" neste momento, João Pereira já era na época passada melhor que Paulo Ferreira ou Miguel (quatro "pormenores" que Queiroz devia ter visto para o Mundial).
Resumindo: Portugal jogou à bola, assumiu o jogo, e essa é - sem margem para dúvidas - a maior diferença entre o actual e o ex-seleccionador nacional.
O futebol é uma "ciência" simples e o "segredo" de Paulo Bento foi - até agora - não complicar. Primeiro fez "reset" na cabeça dos jogadores, "delete" a algumas das suas ideias pré-concebidas, "refresh" para actualizar ficheiros, "restart" ao computador e "Enter": três vitórias em três jogos.
Confesso que tinha dúvidas em relação ao ex-treinador do Sporting, basicamente porque só lhe tinha visto uma forma de jogar em quatro anos e porque o vi dispensar jogadores que me pareciam essenciais. Três jogos passados isso foi ultrapassado: vemos o 4-3-3, vemos Carlos Martins, vemos Varela, vemos marcação à zona - tudo novidades do "Bento seleccionador".
Se o bom ambiente continuar, se os jogadores continuarem empenhados, se não houver lesões, se Paulo Bento não inventar... ainda estamos a tempo de ir ao Europeu 2012, onde temos que estar porque somos - garantidamente - uma das melhores equipas do Velho Continente.
14.11.10
Conversas no Facebook I
"Como é que se vê que o nosso país está mal? Quanto Ramos Horta nos quer comprar a dívida pública. Se calhar, está na altura de deixar de cantar "Ai Timor"."
Comenta a Catarina Santos: "O sentido desse "ai timor" é que muda. Agora é em tom de apelo".
"Pois, se calhar tens razão :-)".
Comenta a Catarina Santos: "O sentido desse "ai timor" é que muda. Agora é em tom de apelo".
"Pois, se calhar tens razão :-)".
A liberdade está a passar por aqui
Aung San Suu Kyi está, finalmente, em liberdade. Esperemos que não seja apenas fogo de vista da junta militar que controla com mão de ferro a Birmania.
A líder da oposição birmanesa passou 15 dos últimos 21 anos na cadeia simplesmente por pedir, de forma pacífica, reformas democráticas e eleições livres no país.
Tem sido uma luta dura: em 1990 o seu partido venceu as eleições, mas ela já estava detida desde o ano anterior e não pode tomar posse. Em 1991 foi-lhe atribuido o Nobel da Paz, mas não o pode receber. Entra e sai da cadeia em várias ocasiões, mas nunca pode ir a eleições, nomeadamente as de 2010 realizadas na semana passada.
O povo parece continuar a apoiar Suu Kyi e a comunidade internacional também. Falta perceber como vai a Junta Militar e a sua ditadura lidar com isto.
A liberdade e a democracia parece terem vencido esta batalha, falta confirmarem o triunfo na guerra.
A líder da oposição birmanesa passou 15 dos últimos 21 anos na cadeia simplesmente por pedir, de forma pacífica, reformas democráticas e eleições livres no país.
Tem sido uma luta dura: em 1990 o seu partido venceu as eleições, mas ela já estava detida desde o ano anterior e não pode tomar posse. Em 1991 foi-lhe atribuido o Nobel da Paz, mas não o pode receber. Entra e sai da cadeia em várias ocasiões, mas nunca pode ir a eleições, nomeadamente as de 2010 realizadas na semana passada.
O povo parece continuar a apoiar Suu Kyi e a comunidade internacional também. Falta perceber como vai a Junta Militar e a sua ditadura lidar com isto.
A liberdade e a democracia parece terem vencido esta batalha, falta confirmarem o triunfo na guerra.
13.11.10
11.11.10
Censura à censura
Cresci a ouvir chamar ao jornal "A Bola" a "Biblia do Desporto". Sempre ouvi também que era um jornal muito bem escrito, por verdadeiros Mestres do jornalismo que tratavam a palavra e o português com a sabedoria e o carinho que estes merecem: Vitor Santos, Alfredo Farinha, Aurélio Márcio, Carlos Miranda, Homero Serpa, Carlos Pinhão, sei lá quantos mais, faziam parte deste lote de notáveis.
Era com grande alegria que eu recebia o jornal lá em casa. Não acontecia muitas vezes e, talvez por isso, era sempre muito especial. O meu pai, sportinguista não muito militante, gostava, de quando em vez, de dar um miminho ao filho mais novo, benfiquista doente, e comprava "A Bola" depois de alguma daquelas grandes vitórias "encarnadas". Era ainda aquela "A Bola" grande, desconfortável de manusear, que nos deixava as mãos num estado lastimável, mas que me sabia tão bem ler... Outro passo importante foi quando eu, já com mesada, e de férias na praia, na altura louca das transferências, comprava o jornal para saber tudo.
O meu amor por desporto e por jornalismo pode muito ter a ver com este jornal e estes Senhores, não me custa nada admitir isso. Ainda hoje recordo o dia em que o meu telemóvel tocou e apanhei um susto: era de "A Bola", queriam saber se eu ainda estava disponível para um estágio. "Bolas, agora???". O cv tinha seguido nove meses antes. "Agora, já não posso, estou a trabalhar". Doze anos passados não me arrependo, mas teria sido interessante.
"A Bola" passou por muito ao longo da sua história, décadas dedicadas ao desporto, acredito sempre em busca da verdade, do rigor, com respeito por tudo e por todos... e também pela Democracia.
Também por isto, esta "coisa" do jornal "A Bola" - que eu aprendi a respeitar ao longo dos anos - ter censurado um texto, 36 anos depois do 25 de Abril, merece-me a mais veemente CENSURA. É verdadeiramente lamentável.
Porque aqui só se censura a censura, aqui fica o texto integral do Zé Diogo Quintela:
"Na 3ª feira, Miguel Sousa Tavares insinuou que eu e o Ricardo Araújo Pereira costumamos corrigi-lo por ele ter sido o único convidado, além do Presidente da República, a não ter vindo ao “Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios”. O Ricardo desmentiu ontem essa tese de vendetta e julgo não ser necessário voltar a referir as inúmeras pessoas que também não aceitaram o nosso convite, pessoas que não costumamos corrigir. Talvez porque não tenham por hábito defender teses absurdas e incoerentes sobre o Apito Dourado. Por outro lado, há muita gente sobre quem costumo escrever e que foi ao programa. José Sócrates e Passos Coelho, por exemplo. Deve ser para lhes pagar o favor de terem aceite o convite. Acha MST que hoje diremos que o convite foi um erro e que não sabemos porque o convidámos. Acha também que sabe bem porque é que não aceitou. Engana-se.Para já, não foi erro nenhum, sabemos bem porque o convidámos: para ele fazer o que faz aqui, mas na televisão, que é mais espectacular. Depois, palpita-me que ele já não sabe porque recusou: aquilo passou-se há um ano, tempo mais que suficiente para MST entretanto ter mudado a sua convicção.Entretanto, pela segunda vez num ano, MST tenta intimidar-me por causa do que escrevo nestas crónicas. Em Janeiro pediu a Pinto da Costa para que me processasse. Desta vez, vitimiza-se e ameaça abandonar a sua crónica n’A BOLA, pretendendo que o Ricardo e eu sejamos responsabilizados pela sua saída. Depois das queixinhas, uma ameaça de amuo. Que birra se seguirá? Suster a respiração? Que outras traquinices tem MST em carteira para me sensibilizar?Não gostava que MST deixasse de escrever aqui. Gosto de o ler. Quero que, entre outras coisas, continue a dizer que, quando Porto lhe pagou uma viagem, Calheiros estava reformado (a sério, não sei mais o que faça para desmentir isto. Trazer cá o homem? Se lhe pagar a viagem, de certeza que vem…). Por isso, deixo-lhe um pedido. Faça às nossas crónicas o mesmo que faz com as fontes que cita: não as leia. Ignore-as. Finja que não existem, não responda. É um direito que o assiste. Olhe, até vem consagrado na 5ª emenda (que faz mesmo parte da Constituição, não é como a Declaração de independência). MST pode invocá-la. Evitará auto-incriminar-se.”
Era com grande alegria que eu recebia o jornal lá em casa. Não acontecia muitas vezes e, talvez por isso, era sempre muito especial. O meu pai, sportinguista não muito militante, gostava, de quando em vez, de dar um miminho ao filho mais novo, benfiquista doente, e comprava "A Bola" depois de alguma daquelas grandes vitórias "encarnadas". Era ainda aquela "A Bola" grande, desconfortável de manusear, que nos deixava as mãos num estado lastimável, mas que me sabia tão bem ler... Outro passo importante foi quando eu, já com mesada, e de férias na praia, na altura louca das transferências, comprava o jornal para saber tudo.
O meu amor por desporto e por jornalismo pode muito ter a ver com este jornal e estes Senhores, não me custa nada admitir isso. Ainda hoje recordo o dia em que o meu telemóvel tocou e apanhei um susto: era de "A Bola", queriam saber se eu ainda estava disponível para um estágio. "Bolas, agora???". O cv tinha seguido nove meses antes. "Agora, já não posso, estou a trabalhar". Doze anos passados não me arrependo, mas teria sido interessante.
"A Bola" passou por muito ao longo da sua história, décadas dedicadas ao desporto, acredito sempre em busca da verdade, do rigor, com respeito por tudo e por todos... e também pela Democracia.
Também por isto, esta "coisa" do jornal "A Bola" - que eu aprendi a respeitar ao longo dos anos - ter censurado um texto, 36 anos depois do 25 de Abril, merece-me a mais veemente CENSURA. É verdadeiramente lamentável.
Porque aqui só se censura a censura, aqui fica o texto integral do Zé Diogo Quintela:
"Na 3ª feira, Miguel Sousa Tavares insinuou que eu e o Ricardo Araújo Pereira costumamos corrigi-lo por ele ter sido o único convidado, além do Presidente da República, a não ter vindo ao “Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios”. O Ricardo desmentiu ontem essa tese de vendetta e julgo não ser necessário voltar a referir as inúmeras pessoas que também não aceitaram o nosso convite, pessoas que não costumamos corrigir. Talvez porque não tenham por hábito defender teses absurdas e incoerentes sobre o Apito Dourado. Por outro lado, há muita gente sobre quem costumo escrever e que foi ao programa. José Sócrates e Passos Coelho, por exemplo. Deve ser para lhes pagar o favor de terem aceite o convite. Acha MST que hoje diremos que o convite foi um erro e que não sabemos porque o convidámos. Acha também que sabe bem porque é que não aceitou. Engana-se.Para já, não foi erro nenhum, sabemos bem porque o convidámos: para ele fazer o que faz aqui, mas na televisão, que é mais espectacular. Depois, palpita-me que ele já não sabe porque recusou: aquilo passou-se há um ano, tempo mais que suficiente para MST entretanto ter mudado a sua convicção.Entretanto, pela segunda vez num ano, MST tenta intimidar-me por causa do que escrevo nestas crónicas. Em Janeiro pediu a Pinto da Costa para que me processasse. Desta vez, vitimiza-se e ameaça abandonar a sua crónica n’A BOLA, pretendendo que o Ricardo e eu sejamos responsabilizados pela sua saída. Depois das queixinhas, uma ameaça de amuo. Que birra se seguirá? Suster a respiração? Que outras traquinices tem MST em carteira para me sensibilizar?Não gostava que MST deixasse de escrever aqui. Gosto de o ler. Quero que, entre outras coisas, continue a dizer que, quando Porto lhe pagou uma viagem, Calheiros estava reformado (a sério, não sei mais o que faça para desmentir isto. Trazer cá o homem? Se lhe pagar a viagem, de certeza que vem…). Por isso, deixo-lhe um pedido. Faça às nossas crónicas o mesmo que faz com as fontes que cita: não as leia. Ignore-as. Finja que não existem, não responda. É um direito que o assiste. Olhe, até vem consagrado na 5ª emenda (que faz mesmo parte da Constituição, não é como a Declaração de independência). MST pode invocá-la. Evitará auto-incriminar-se.”
6.11.10
Chiu
E pronto, lá vamos nós vender parte da nossa dívida pública ao mais poderoso (€€€) do mundo... que se lixem os Direitos Humanos, o Tibete, o Nobel da Paz ou o povo uigur.
O yuan é quem mais ordena... e este texto do "Público" explica muita coisa.
Por alguma razão, segundo a "Forbes", Hu Jintao já últrapassou Barack Obama como o homem mais poderoso do mundo. Aliás, o próprio FMI acabou de reforçar o poder chinês na organização "dando-lhe" já o terceiro lugar.
Quanto ao "resto" nem vale a pena falar...
O yuan é quem mais ordena... e este texto do "Público" explica muita coisa.
Por alguma razão, segundo a "Forbes", Hu Jintao já últrapassou Barack Obama como o homem mais poderoso do mundo. Aliás, o próprio FMI acabou de reforçar o poder chinês na organização "dando-lhe" já o terceiro lugar.
Quanto ao "resto" nem vale a pena falar...
4.11.10
Remunerado até prova em contrário
Os três funcionários da REN acusados de "maroscas" no caso "Face Oculta" foram dispensados da empresa por tempo indeterminado. A notícia até começa bem, mas o problema é que, apesar de irem para casa, vão continuar a receber religiosamente o salário no final do mês. Suponho, também, que continuem a auferir o subsídio de férias, o subsídio de Natal, mais prémios pelos bons resultados no final do ano, isto sem mexer uma palha. Ninguém pode ser condenado antes de ser julgado, mas porque é que uma empresa com capitais públicos há-de pagar a três pessoas suspeitas de alegadas "maroscas" para fazerem absolutamente nada?
3.11.10
Quem é o pai da criança?
Ribeiro e Castro, do CDS-PP, chama-lhe orçamento pimpa, o PSD viabiliza mas diz que é mau, os outros partidos da oposição votam contra e o governo agora queixa-se que tem de ir tapar um buraco de 500 milhões. O orçamento, aparentemente, não agrada a ninguém, mas sabemos bem quem é que vai ter de viver com ele. São as pessoas que perderam o abono de família e as que não sabem fazer mais nada na vida que é trabalhar para pagar os impostos.
1.11.10
Winds of change...
Dilma Rousseff é a próxima (a primeira mulher) inquilina do Palácio do Planalto, no Brasil.
Cristina Kirchner já comanda na Argentina, Michele Bachelet fez grande trabalho no Chile;
Na Islândia escolheram uma mulher para tirar o país da falência (Jóhanna Sigurðardóttir), mas na Europa é a senhora Merkel quem manda na Alemanha e comanda toda a União Europeia. Por sua vez, no Quirguistão, Roza Otunbayeva não ganhou eleições e chegou ao poder depois de um golpe de estado.
Em África, o destaque vai para a Libéria, país liderado por Ellen Johnson-Sirleaf desde 2006. É a primeira mulher a chefiar um país africano e está a conseguir endireitar o Estado devastado pela guerra civil.
Na Oceania, a Austrália tem uma mulher como primeira-ministra: Julia Gillard.
Entre chefes de Estado e primeiras-ministras passam a ser 18 as mulheres a "comandar" países.
Cristina Kirchner já comanda na Argentina, Michele Bachelet fez grande trabalho no Chile;
Na Islândia escolheram uma mulher para tirar o país da falência (Jóhanna Sigurðardóttir), mas na Europa é a senhora Merkel quem manda na Alemanha e comanda toda a União Europeia. Por sua vez, no Quirguistão, Roza Otunbayeva não ganhou eleições e chegou ao poder depois de um golpe de estado.
Em África, o destaque vai para a Libéria, país liderado por Ellen Johnson-Sirleaf desde 2006. É a primeira mulher a chefiar um país africano e está a conseguir endireitar o Estado devastado pela guerra civil.
Na Oceania, a Austrália tem uma mulher como primeira-ministra: Julia Gillard.
Entre chefes de Estado e primeiras-ministras passam a ser 18 as mulheres a "comandar" países.
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