Paulo Bento tem razão.
Ontem, a selecção portuguesa esmagou a campeã do mundo e da europa em título. Foi sem sombra de dúvidas a melhor exibição da equipa das "quinas" dos últimos anos. Claro que podem os cépticos argumentar que era um jogo a feijões e que os espanhóis estavam com a cabeça no Real Madrid - Barcelona (aliás, o Busquets bem fez a parte dele), mas o certo é que o resultado fica para a história.
No entanto, ainda mais importante do que o resultado (inacreditável), o que mais me chamou a atenção foi a exibição da equipa enquanto tal, a entrega dos jogadores, a alegria com que trocavam a bola, a determinação que empregavam na recuperação.
Os "11" de Paulo Bento não são os melhores do mundo, mas têm alguns dos melhores do mundo e isso tem que se ver em campo. Pepe é defesa-central e com Ricardo Carvalho formam a melhor dupla do mundo; João Moutinho é o box-to-box ideal porque defende e ataca; Carlos Martins é o melhor "10" neste momento, João Pereira já era na época passada melhor que Paulo Ferreira ou Miguel (quatro "pormenores" que Queiroz devia ter visto para o Mundial).
Resumindo: Portugal jogou à bola, assumiu o jogo, e essa é - sem margem para dúvidas - a maior diferença entre o actual e o ex-seleccionador nacional.
O futebol é uma "ciência" simples e o "segredo" de Paulo Bento foi - até agora - não complicar. Primeiro fez "reset" na cabeça dos jogadores, "delete" a algumas das suas ideias pré-concebidas, "refresh" para actualizar ficheiros, "restart" ao computador e "Enter": três vitórias em três jogos.
Confesso que tinha dúvidas em relação ao ex-treinador do Sporting, basicamente porque só lhe tinha visto uma forma de jogar em quatro anos e porque o vi dispensar jogadores que me pareciam essenciais. Três jogos passados isso foi ultrapassado: vemos o 4-3-3, vemos Carlos Martins, vemos Varela, vemos marcação à zona - tudo novidades do "Bento seleccionador".
Se o bom ambiente continuar, se os jogadores continuarem empenhados, se não houver lesões, se Paulo Bento não inventar... ainda estamos a tempo de ir ao Europeu 2012, onde temos que estar porque somos - garantidamente - uma das melhores equipas do Velho Continente.
18.11.10
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1 comentário:
O Paulo Bento tem uma qualidade rara nos dias de hoje: é uma pessoa séria.
Não é o mestre da táctica, não tem a prosápia de Mourinho, não tem o currículo de outros, mas está-se a sair bem e ainda bem.
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