Lembro-me do dia em que o meu pai, sem nada previamente anunciar, entrou pela porta de casa com um gigantesco televisor de caixa castanha e botões arcaicos.
Ligou o aparelho, e lá estava ele… o Buck Rogers… a cores!
Devo ter ficado com a boca aberta meia hora. Era outro mundo.
Mais velho, e entrado nestas coisas da comunicação, lembrou-me do primeiro dia da SIC.
Fui à apresentação, creio que na Quinta do Lambert. Deu-me boleia o “sénior” António Cancela. Acabava de deixar a “casa” e sentia-se que ainda não tinha digerido as despedidas.
Tudo isto para escrever que há 15 anos arrancou a SIC.
E na mesma altura lembro-me de sentir o que senti quando vi o Buck Rogers a cores. Aquele canal era diferente, profuso em cor.
No símbolo, nos cenários à Taveira. Os jornalistas que davam a cara eram mais novos, todos tinham cabelo, e elas eram mais bonitas.
E depois, o que mais me espantou. Os “cameras” tinham noções de fotografia. Planos arrojados, imagens com informação de facto. Era um corte radical com o passado cinzentão da RTP.
E os jornalistas tinham garra, questionavam a valer, até pareciam independentes.
15 anos depois, leio na Visão, comentários dos que restam da fundação da SIC.
“Não tínhamos tanta pressão (não existia a Sic-notícias, nem os sucedâneos canais generalistas com marca Sic), éramos mais novos. O tempo passou e acabámos algo acomodados”.
Já tínhamos percebido. Talvez seja preciso viajar para o passado (ao contrário de Buck Rogers), para redescobrir o prazer de voltar a informar em televisão a cores. Voltarei a este tema.
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2 comentários:
Há dois programas do início sa SIC que recordo com saudade: o saudoso "Praça Pública" e o "CrossFire", com o Barreto e o Pacheco Pereira.
Como as coisas estão, duvido que o Penim ainda vai comemorar o 16 aniversário da SIC no comando da estação
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