7.10.07

Buck Rogers e a SIC

Lembro-me do dia em que o meu pai, sem nada previamente anunciar, entrou pela porta de casa com um gigantesco televisor de caixa castanha e botões arcaicos.

Ligou o aparelho, e lá estava ele… o Buck Rogers… a cores!

Devo ter ficado com a boca aberta meia hora. Era outro mundo.

Mais velho, e entrado nestas coisas da comunicação, lembrou-me do primeiro dia da SIC.

Fui à apresentação, creio que na Quinta do Lambert. Deu-me boleia o “sénior” António Cancela. Acabava de deixar a “casa” e sentia-se que ainda não tinha digerido as despedidas.

Tudo isto para escrever que há 15 anos arrancou a SIC.

E na mesma altura lembro-me de sentir o que senti quando vi o Buck Rogers a cores. Aquele canal era diferente, profuso em cor.
No símbolo, nos cenários à Taveira. Os jornalistas que davam a cara eram mais novos, todos tinham cabelo, e elas eram mais bonitas.

E depois, o que mais me espantou. Os “cameras” tinham noções de fotografia. Planos arrojados, imagens com informação de facto. Era um corte radical com o passado cinzentão da RTP.

E os jornalistas tinham garra, questionavam a valer, até pareciam independentes.

15 anos depois, leio na Visão, comentários dos que restam da fundação da SIC.

“Não tínhamos tanta pressão (não existia a Sic-notícias, nem os sucedâneos canais generalistas com marca Sic), éramos mais novos. O tempo passou e acabámos algo acomodados”.

Já tínhamos percebido. Talvez seja preciso viajar para o passado (ao contrário de Buck Rogers), para redescobrir o prazer de voltar a informar em televisão a cores. Voltarei a este tema.

2 comentários:

rvr disse...

Há dois programas do início sa SIC que recordo com saudade: o saudoso "Praça Pública" e o "CrossFire", com o Barreto e o Pacheco Pereira.

Carlos Calaveiras disse...

Como as coisas estão, duvido que o Penim ainda vai comemorar o 16 aniversário da SIC no comando da estação