4.10.07

DN está na hora de me ir embora.

Faz este Natal oito anos.
Num determinado país da América Latina, uma montanha desfez-se com a água das chuvas e caiu sobre o mar.
Morreram milhares de pessoas. Entre elas muitos portugueses.

Ocasião perfeita para os diplomatas fazerem aquilo que melhor sabem fazer quando há tragédias por perto, e gente que é preciso ajudar.
Ou seja, dar à sola.

Foi o que fez um diplomata português.

No meio da crise, foi chamado ao MNE e recambiado para o calor, humidade e cheiro a mortos que fediam em todos os cantos. Foi. E eu também.

Falei com ele no jardim da casa - que nós contribuintes pagamos- sobre a repreensão, o mau estar, e coloquei-lhe a pergunta sacramental: -E agora? Respondeu “off the record” – Se quer que lhe diga estou-me a cagar. Mandem-me para outro lado. É um favor que me fazem mandarem-me embora desta merda de país.

O episódio reavivou-se com o mais recente episódio da saga Maddie.

Gonçalo Amaral pôs a boca no trombone. Disse o que lhe apeteceu, retiraram-lhe a coordenação das investigações 5 meses depois de a elas se ter dedicado.

Não sei porquê, imagino Gonçalo Amaral, sentado num cadeirão de verga a beber uma caipirinha na esplanada de um bar, com uma ventoinha a rodar lentamente no tecto.

E a rir-se, por até agora, ter sido o único a ganhar este estúpido campeonato Portugal-Inglaterra.

Lá na América latina como cá… ás vezes o que conta é sair da merda, nem que seja “só” com uma entrevista.

2 comentários:

Anónimo disse...

Não pude deixar de esboçar um largo sorriso a ler este post maravilhoso :-)). Força zeca.

rvr disse...

Eis como um inspector da PJ e um embaixador podem ter tanto em comum.

Na minha modesta perspectiva diplomática, O homem não pode dizer aquilo da polícia inglesa.