4.11.08

"A cereja no topo do bolo" ou "a ponta do iceberg"

Se dúvidas havia, Portugal é mesmo um país igual aos outros e o Governo foi mesmo obrigado a seguir o que os "camaradas" europeus e não só já tinham feito: nacionalizar bancos.

E, não, este não é um post do "Caneta Permanente Memória" e, não, não recuamos mais de 30 anos. Continuamos em Novembro de 2008.

A questão é que para salvar um banco que andava a aldrabar as contas há não sei quantos anos, portanto muito antes da crise financeira, o Executivo socialista decidiu tomar conta da ocorrência antes que...

No ar ficam várias questões interessantes... ou, se calhar, nem tanto.

A primeira é: Como é possível que o Banco de Portugal deixe que o banco em questão ande, alegremente, a esconder as suas contas e a enganar tudo e todos?

A segunda é: Como é possível que o banco, que tem um buraco de 700 milhões de euros (!), recuse a ajuda do Estado?

A terceira é: o que vai fazer esse mesmo Estado ao banco depois de o recuperar? Vai devolvê-lo, lavadinho, aos mesmos que deram cabo dele?

E agora, "a cereja no topo do bolo": Como é possível que o actual (e recente) presidente do banco diga que a culpa da situação é principalmente dos reguladores e não dos seus antecessores na entidade bancária?

É que, por esta lógica, eu posso ir ali, calmamente, assaltar um banco e está tudo bem porque a polícia não me vem prender. O erro não é meu, que cometo uma ilegalidade, o erro é do outro que não deu por isso. Não faz sentido nenhum... mas é brilhante.

Outra questão pertinente é saber se o Banco de Portugal e o Governo sabem de mais algum caso semelhante e não dizem para não alarmar as massas... ou não sabem mas ele existe?

Será esta apenas a "ponta do iceberg"?

1 comentário:

rvr disse...

Acho incrível que tenha sido o Banco central de Cabo Verde a avisar o Banco de Portugal para as irregularidades do BPN.

Também noto que, nos últimos anos, passaram pela administração do BPN vários ex-membros de Governos.