Este vosso companheiro, chega ao fim de um capítulo ao serviço do canetapermanente.
Foram bons anos, boas postas, e prazer na escrita e na leitura, mas, infelizmente, já não sinto o carinho que me levou a fazer o desafio de criarmos este espaço.
Razões haverá várias, mas a essencial prende-se com um desejo de privacidade que sinto violado, quando escrevo, exponho, ou publico alguma coisa, sobretudo noutros espaços.
A violação mais grave surge quando o que publico se presta a interpretações várias, estejam elas certas ou erradas, quando não se pergunta ao próprio, quando se destrói magoando terceiros.
É hora de dizer Adeus, agradecendo ao Carlos por ter alinhado desde o primeiro momento no desafio. Ao brilhante Ricardo pela maravilhosa forma como escreve. Ao João por nos fazer companhia de qualidade.
E à musa, de uns e de outros, nascida já ou ainda não, porque sem ela este lugar não faria sentido.
Zeca
30.5.11
28.5.11
O nosso próximo primeiro-ministro
O nosso próximo primeiro-ministro não sabia (!?) que o memorando da troika ia sofrer ajustamentos.
O nosso próximo primeiro-ministro votou "sim" no referendo ao aborto, mas admite uma nova consulta popular.
O nosso próximo primeiro-ministro prometeu, em alto e bom som, um Governo "enxuto" com 10 ministros, mas agora já admite que podem ser mais.
O nosso próximo primeiro-ministro, à primeira crítica, promete que vai rever o programa para a educação.
O nosso próximo primeiro-ministro propôs uma revisão constitucional ambiciosa, que agora está remetida para o esquecimento de uma gaveta.
O nosso próximo primeiro-ministro diz uma coisa de manhã e o seu contrário à tarde... todos os dias.
Ou seja, reúne todas as condições para desempenhar o cargo.
O nosso próximo primeiro-ministro votou "sim" no referendo ao aborto, mas admite uma nova consulta popular.
O nosso próximo primeiro-ministro prometeu, em alto e bom som, um Governo "enxuto" com 10 ministros, mas agora já admite que podem ser mais.
O nosso próximo primeiro-ministro, à primeira crítica, promete que vai rever o programa para a educação.
O nosso próximo primeiro-ministro propôs uma revisão constitucional ambiciosa, que agora está remetida para o esquecimento de uma gaveta.
O nosso próximo primeiro-ministro diz uma coisa de manhã e o seu contrário à tarde... todos os dias.
Ou seja, reúne todas as condições para desempenhar o cargo.
23.5.11
20.5.11
Ana Rita Clara
12.5.11
Votar sim, mas em quem? (2)
"As grandes questões" de Eduardo Catroga, "passe a expressão"
O (ex-) futuro ministro das Finanças??!!
O (ex-) futuro ministro das Finanças??!!
5.5.11
"Troika"
Depois de três semanas de trabalho, a "troika" (FMI, BCE e Comissão Europeia) terminou a sua missão em Portugal.
Deixa um "cheque", de 78 mil milhões de euros de ajuda, sujeitos a um conjunto de condições e sacrifícios... mais a respectiva taxa de juro, porque ninguém está aqui para perder dinheiro, a não ser - eventualmente - os portugueses.
O plano não é tão duro quanto foi na Grécia e na Irlanda, mas não é brincadeira. Das duas conferências de imprensa desta manhã, de cujo conteúdo tive apenas conhecimento indirecto, retenho duas frases que aqui deixo para "registo de memória futura":
"Programa não tem boas notícias, mas é uma oportunidade", disse o reaparecido ministro Teixeira dos Santos.
“[Programa] Ousado, exigente, mas equilibrado e justo”, resumiu a "troika".
Daqui a três, se ainda cá estivermos e houver Portugal, faremos o relatório e contas desta "ajuda" que alguns economistas consideram insuficiente.
Uma das análises que vai ter que se fazer é se o primeiro-ministro fez bem em atrasar ao máximo (e diabolizar) o pacote de ajuda internacional; outra é saber se estamos ou não melhor lá para 2014.
Deixa um "cheque", de 78 mil milhões de euros de ajuda, sujeitos a um conjunto de condições e sacrifícios... mais a respectiva taxa de juro, porque ninguém está aqui para perder dinheiro, a não ser - eventualmente - os portugueses.
O plano não é tão duro quanto foi na Grécia e na Irlanda, mas não é brincadeira. Das duas conferências de imprensa desta manhã, de cujo conteúdo tive apenas conhecimento indirecto, retenho duas frases que aqui deixo para "registo de memória futura":
"Programa não tem boas notícias, mas é uma oportunidade", disse o reaparecido ministro Teixeira dos Santos.
“[Programa] Ousado, exigente, mas equilibrado e justo”, resumiu a "troika".
Daqui a três, se ainda cá estivermos e houver Portugal, faremos o relatório e contas desta "ajuda" que alguns economistas consideram insuficiente.
Uma das análises que vai ter que se fazer é se o primeiro-ministro fez bem em atrasar ao máximo (e diabolizar) o pacote de ajuda internacional; outra é saber se estamos ou não melhor lá para 2014.
2.5.11
"Bin Laden is dead, Justice has been done"
Dia histórico na luta contra o terrorismo, mas continuo a achar exagerados os festejos de uma morte como se de um golo no futebol se tratasse.
25.4.11
25 de Abril. Sempre
Neste dia, lembro sempre duas pessoas que muito admiro e a quem nós (todos) devemos um dos bens essenciais da humanidade: a Liberdade.
Zeca Afonso e Salgueiro Maia são os heróis que, pelo menos hoje, têm que ser lembrados e elogiados,
Por aquilo que fizeram, por aquilo que conseguiram... sem pedir nada em troca.
Respect
A Salgueiro Maia
Aquele que na hora da vitória
respeitou o vencido
Aquele que deu tudo e não pediu a paga
Aquele que na hora da ganância
Perdeu o apetite
Aquele que amou os outros e por isso
Não colaborou com a sua ignorância ou vício
Aquele que foi «Fiel à palavra dada à ideia tida»
como antes dele mas também por ele
Pessoa disse
Sophia de Mello Breyner Andresen
Zeca Afonso e Salgueiro Maia são os heróis que, pelo menos hoje, têm que ser lembrados e elogiados,
Por aquilo que fizeram, por aquilo que conseguiram... sem pedir nada em troca.
Respect
A Salgueiro Maia
Aquele que na hora da vitória
respeitou o vencido
Aquele que deu tudo e não pediu a paga
Aquele que na hora da ganância
Perdeu o apetite
Aquele que amou os outros e por isso
Não colaborou com a sua ignorância ou vício
Aquele que foi «Fiel à palavra dada à ideia tida»
como antes dele mas também por ele
Pessoa disse
Sophia de Mello Breyner Andresen
22.4.11
Votar sim, mas em quem? I
Estreia hoje no "Caneta Permanente" uma rubrica que nos vai acompanhar até às eleições legislativas de 5 de Junho.
Neste post de abertura deixo aqui três notas essenciais:
1) as sondagens dão conta, esta semana, de uma aproximação do PS ao PSD. Se José Sócrates ainda for ganhar as eleições, no quadro de crise que o país atravessa, é um verdadeiro milagre político que mereceria análise cuidada de todos os politólogos mundiais.
2) a forma como o PS deixou cair o ministro Teixeira dos Santos das listas a deputados é reveladora do ambiente de guerrilha que parece instalado entre o ministro das Finanças e o primeiro-ministro. Amigos, amigos, listas à parte, pensam uns, mas também é revelador do feitio de Sócrates que não perdoa nem aos seus maiores amigos (ou ex).
3) os senhores do FMI devem estar passados com os cinco dias de "férias" que a maioria dos portugueses goza entre quinta e segunda-feira.
Neste post de abertura deixo aqui três notas essenciais:
1) as sondagens dão conta, esta semana, de uma aproximação do PS ao PSD. Se José Sócrates ainda for ganhar as eleições, no quadro de crise que o país atravessa, é um verdadeiro milagre político que mereceria análise cuidada de todos os politólogos mundiais.
2) a forma como o PS deixou cair o ministro Teixeira dos Santos das listas a deputados é reveladora do ambiente de guerrilha que parece instalado entre o ministro das Finanças e o primeiro-ministro. Amigos, amigos, listas à parte, pensam uns, mas também é revelador do feitio de Sócrates que não perdoa nem aos seus maiores amigos (ou ex).
3) os senhores do FMI devem estar passados com os cinco dias de "férias" que a maioria dos portugueses goza entre quinta e segunda-feira.
20.4.11
Marion Cotillard
12.4.11
Emergência nacional
Já não bastava termos capitulado e sido obrigados a pedir ajuda ao estrangeiro para nos tentar salvar da bancarrota, agora temos o próprio ministro das Finanças a admitir que só há dinheiro até ao fim de Maio.
O FMI está aí, vêm aí medidas muito duras, isto ainda vai piorar antes de melhorar e não sei onde vai parar. Quando já temos mais de 600 mil desempregados, temo que o país bata no fundo.
Esta é verdadeiramente uma situação de emergência nacional e é lamentável ver como os nossos políticos andam (continuam) a brincar com isto...
É caso para dizer: há coisas com que não se brinca e um país em falência é (devia ser) uma delas.
O FMI está aí, vêm aí medidas muito duras, isto ainda vai piorar antes de melhorar e não sei onde vai parar. Quando já temos mais de 600 mil desempregados, temo que o país bata no fundo.
Esta é verdadeiramente uma situação de emergência nacional e é lamentável ver como os nossos políticos andam (continuam) a brincar com isto...
É caso para dizer: há coisas com que não se brinca e um país em falência é (devia ser) uma delas.
11.4.11
Conversas no Facebook II
"Um amigo, preocupado e atento, deu o alerta...
A crise política começou e Cavaco não disse nada.
O Sócrates ameaçou demitir-se e Cavaco nada disse.
O Sócrates demitiu-se mesmo e Cavaco continua sem nada dizer.
Pergunta: Não será melhor alguém passar lá em casa a ver se está tudo bem? Nos dias de hoje todo o cuidado é pouco com idosos sozinhos em casa."
roubado de Petição Contra a Petição Contra os Homens da Luta na Eurovisão
A crise política começou e Cavaco não disse nada.
O Sócrates ameaçou demitir-se e Cavaco nada disse.
O Sócrates demitiu-se mesmo e Cavaco continua sem nada dizer.
Pergunta: Não será melhor alguém passar lá em casa a ver se está tudo bem? Nos dias de hoje todo o cuidado é pouco com idosos sozinhos em casa."
roubado de Petição Contra a Petição Contra os Homens da Luta na Eurovisão
5.4.11
Diz que disse
Como é que se vê que o país está mal: quando já nem no Conselho de Estado há entendimento sobre o que lá se discutiu.
Não sei se são "surdos", "distraidos" ou "mentirosos", mas alguma coisa grave se passa.
Isto está a transformar-se numa peixeirada inacreditável (e inaceitável) com conselheiros contra conselheiros a desmentirem-se uns aos outros. Para além de Sócrates, já falaram quatro conselheiros e, a esta hora, está "2-2".
Alguém tem que parar com isto e rapidamente.
Não sei se são "surdos", "distraidos" ou "mentirosos", mas alguma coisa grave se passa.
Isto está a transformar-se numa peixeirada inacreditável (e inaceitável) com conselheiros contra conselheiros a desmentirem-se uns aos outros. Para além de Sócrates, já falaram quatro conselheiros e, a esta hora, está "2-2".
Alguém tem que parar com isto e rapidamente.
26.3.11
Passos trocados
Começo mesmo a achar que, realmente, cada país merece os políticos que tem. Já começa a fartar esta coisa de dizerem uma coisa para chegar ao poleiro e fazerem exactamente o contrário quando lá chegam.
Para não ir mais atrás, foi o que aconteceu em 2002 com Durão Barroso e em 2005 com José Sócrates: ambos aumentaram impostos, depois de jurarem a pés juntos que o não fariam.
Agora é a vez de Pedro Passos Coelho fazer o mesmo em 2011: foram meses a dizer "não mais medidas de austeridade", "não mais subidas de impostos porque o país não aguenta"; se dúvidas houvesse sobre a posição do líder até foi escrito um livro onde a oposição a mais impostos vem escrita; nas últimas semanas a pressão aumentou com o PEC 4, porque vinha aí mais austeridade e o programa acabou chumbado, "obrigando" a eleições antecipadas.
Menos de 24 horas (!!) depois de fazer cair o Governo, Passos Coelho vai a Bruxelas, leva um puxão de orelhas da senhora Merkel... e, afinal, o PSD tudo irá fazer para cumprir o défice e, pasme-se, até já admite subir impostos, mais concretamente o IVA, o dito imposto "cego" e, por isso, mais injusto.
Menos de 24 horas e uma conversa com a senhora que manda na Europa bastaram para Passos Coelho dar uma cambalhota política. Não começa nada bem... e o grave disto é que ainda estamos só no princípio de um processo e não se vê melhorias, antes pelo contrário.
O país está em crise - se calhar uma das maiores de sempre. Convinha que quem nos governa se entendesse, a bem de todos nós.
Quando será que os políticos vão deixar de mentir aos eleitores? Quando será que os políticos vão passar a dizer a verdade aos eleitores? Quando será que os políticos vão governar para o bem do país e não para os seus umbigos?
Para não ir mais atrás, foi o que aconteceu em 2002 com Durão Barroso e em 2005 com José Sócrates: ambos aumentaram impostos, depois de jurarem a pés juntos que o não fariam.
Agora é a vez de Pedro Passos Coelho fazer o mesmo em 2011: foram meses a dizer "não mais medidas de austeridade", "não mais subidas de impostos porque o país não aguenta"; se dúvidas houvesse sobre a posição do líder até foi escrito um livro onde a oposição a mais impostos vem escrita; nas últimas semanas a pressão aumentou com o PEC 4, porque vinha aí mais austeridade e o programa acabou chumbado, "obrigando" a eleições antecipadas.
Menos de 24 horas (!!) depois de fazer cair o Governo, Passos Coelho vai a Bruxelas, leva um puxão de orelhas da senhora Merkel... e, afinal, o PSD tudo irá fazer para cumprir o défice e, pasme-se, até já admite subir impostos, mais concretamente o IVA, o dito imposto "cego" e, por isso, mais injusto.
Menos de 24 horas e uma conversa com a senhora que manda na Europa bastaram para Passos Coelho dar uma cambalhota política. Não começa nada bem... e o grave disto é que ainda estamos só no princípio de um processo e não se vê melhorias, antes pelo contrário.
O país está em crise - se calhar uma das maiores de sempre. Convinha que quem nos governa se entendesse, a bem de todos nós.
Quando será que os políticos vão deixar de mentir aos eleitores? Quando será que os políticos vão passar a dizer a verdade aos eleitores? Quando será que os políticos vão governar para o bem do país e não para os seus umbigos?
25.3.11
24.3.11
Prognósticos... só no fim do jogo
... e pronto, depois de semanas de crispação, que se agravaram após o discurso de tomada de posse de Cavaco Silva, lá caiu o Governo de Sócrates, seis anos depois.
Não sei o que vai acontecer nas próximas semanas, meses e anos, mas temo que isto ainda vá piorar antes de melhorar. A entrada do FMI, agora mais próxima depois desta crise política, vai trazer ainda mais problemas aos portugueses. Os exemplos grego e irlandês não auguram nada de bom.
José Sócrates desiludiu muita gente (de esquerda), podia e devia ter feito muito melhor, apesar da crise? Sim, sem dúvida. Pedro Passos Coelho vai fazer melhor? Sinceramente, não sei, mas tenho dúvidas.
Entretanto, lá para o princípio de Junho vamos (outra vez) a eleições. E se daí não sair uma clarificação? E se os dois partidos da direita não tiverem maioria absoluta, como (quase) toda a gente prognostica?
Aí não é FMI... é mesmo FIM
Não sei o que vai acontecer nas próximas semanas, meses e anos, mas temo que isto ainda vá piorar antes de melhorar. A entrada do FMI, agora mais próxima depois desta crise política, vai trazer ainda mais problemas aos portugueses. Os exemplos grego e irlandês não auguram nada de bom.
José Sócrates desiludiu muita gente (de esquerda), podia e devia ter feito muito melhor, apesar da crise? Sim, sem dúvida. Pedro Passos Coelho vai fazer melhor? Sinceramente, não sei, mas tenho dúvidas.
Entretanto, lá para o princípio de Junho vamos (outra vez) a eleições. E se daí não sair uma clarificação? E se os dois partidos da direita não tiverem maioria absoluta, como (quase) toda a gente prognostica?
Aí não é FMI... é mesmo FIM
20.3.11
Esperanza Spalding
Há duas coisas que nunca falham: o fisco e o Caneta Permanente, que a cada dia 20 elege a sua "mais que tudo"... pelo menos daquele mês.
Esperanza Spalding começou a tocar violino muito cedo, com quatro anos, mas o sensível instrumento era pequeno de mais para o talento imenso desta norte-americana.
O contrabaixo não é para meninas, dirão os mais conservadores, mas Esperanza não se deixou intimidar e decidiu enterrar mais um estereótipo. E também canta em várias línguas, Português incluído.
19.3.11
"2011 - Odisseia ao Amanhecer"
... Não, não é o novo filme de Stanley Kubrick, mas sim a nova operação militar dos Aliados, agora na Líbia, ao abrigo da resolução 1973 da ONU.
A primeira missão disparou mais de 100 mísseis que atingiram 20 alvos líbios. Terão morrido, segundo os líbios, pelo menos, 48 civis.
Via Joana Beleza: "Coincidências do caneco: Há PRECISAMENTE 8 anos começava a guerra no Iraque"
A primeira missão disparou mais de 100 mísseis que atingiram 20 alvos líbios. Terão morrido, segundo os líbios, pelo menos, 48 civis.
Via Joana Beleza: "Coincidências do caneco: Há PRECISAMENTE 8 anos começava a guerra no Iraque"
12.3.11
À rasca estão quase todos
"Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos" - Salgueiro Maia.
É por causa do estado a que chegámos que 300 mil pessoas estão hoje na rua em várias cidades do país e muitas mais estão solidárias com as manifestações.
(Quase) Todos têm razões de queixa da situação actual: o desemprego não pára de aumentar, muitos dos que têm trabalho são precários e/ou ganham mal, muitos outros fazem algo que não está directamente ligado àquilo que andaram a aprender; as reformas estão a ser cortadas, os apoios sociais e subsídios também.
É a crise internacional, diz o Governo. Não duvido que essa crise tenha influência e dificulte a recuperação económica e também não tenho dúvidas que é mesmo preciso controlar o défice e o endividamento.
O que não percebo é o caminho escolhido por um Executivo que se diz socialista: cortar salários, pensões e subsídios, simplesmente aumentar impostos cegos, insistir em despesas supérfluas, facilitar despedimentos e, já agora, também não percebo um Governo que anda a enganar o povo com constante "conversa da sereia" antes de mais uma facada nas costas dos mesmos de sempre...
Enquanto isso continuam muitos a fugir aos impostos, continuam os bancos a ter regimes de excepção, continuam a pagar-se salários escandalosos em institutos e empresas públicas.
Não percebo isto, como não percebo como não se aposta nos jovens formados que estão a fugir para o estrangeiro e brilham lá fora.
Por estas e por outras estou com o protesto de hoje, apesar de eu - pessoalmente - ter tido a sorte de conseguir empregos estáveis (se é que isso ainda existe) e de achar, por outro lado, que alguns jovens poderiam ser um pouco mais flexíveis na busca de trabalho - se a sua primeira e legitima opção demorar a aparecer.
É por causa do estado a que chegámos que 300 mil pessoas estão hoje na rua em várias cidades do país e muitas mais estão solidárias com as manifestações.
(Quase) Todos têm razões de queixa da situação actual: o desemprego não pára de aumentar, muitos dos que têm trabalho são precários e/ou ganham mal, muitos outros fazem algo que não está directamente ligado àquilo que andaram a aprender; as reformas estão a ser cortadas, os apoios sociais e subsídios também.
É a crise internacional, diz o Governo. Não duvido que essa crise tenha influência e dificulte a recuperação económica e também não tenho dúvidas que é mesmo preciso controlar o défice e o endividamento.
O que não percebo é o caminho escolhido por um Executivo que se diz socialista: cortar salários, pensões e subsídios, simplesmente aumentar impostos cegos, insistir em despesas supérfluas, facilitar despedimentos e, já agora, também não percebo um Governo que anda a enganar o povo com constante "conversa da sereia" antes de mais uma facada nas costas dos mesmos de sempre...
Enquanto isso continuam muitos a fugir aos impostos, continuam os bancos a ter regimes de excepção, continuam a pagar-se salários escandalosos em institutos e empresas públicas.
Não percebo isto, como não percebo como não se aposta nos jovens formados que estão a fugir para o estrangeiro e brilham lá fora.
Por estas e por outras estou com o protesto de hoje, apesar de eu - pessoalmente - ter tido a sorte de conseguir empregos estáveis (se é que isso ainda existe) e de achar, por outro lado, que alguns jovens poderiam ser um pouco mais flexíveis na busca de trabalho - se a sua primeira e legitima opção demorar a aparecer.
Armageddon
Sismo de 8.9; tsunami com onda superior a 10 metros; fuga radioactiva. Esta sequência digna de filme, infelizmente, é bem verdadeira e aconteceu no Japão.
Ainda não se conhece a verdadeira dimensão desta tragédia - e vai demorar muito até tudo se saber - mas o certo é que a força da natureza voltou a ditar leis. As imagens são impressionantes e dramáticas.
São já mais de mil mortos e muitos mais serão, infelizmente.
Olhando à distância para as imagens não consigo deixar de pensar que estamos a falar de um dos países que melhor está preparado para reagir a sismos desta magnitude extrema e de como seria se algo de semelhante acontecesse por cá.
Estamos preparados? Enquanto país e enquanto indivíduos? Claramente a resposta é NÃO.
Que os deuses nos poupem porque, se algum dia se repetir 1755, corremos o risco de desaparecer do mapa.
Ainda não se conhece a verdadeira dimensão desta tragédia - e vai demorar muito até tudo se saber - mas o certo é que a força da natureza voltou a ditar leis. As imagens são impressionantes e dramáticas.
São já mais de mil mortos e muitos mais serão, infelizmente.
Olhando à distância para as imagens não consigo deixar de pensar que estamos a falar de um dos países que melhor está preparado para reagir a sismos desta magnitude extrema e de como seria se algo de semelhante acontecesse por cá.
Estamos preparados? Enquanto país e enquanto indivíduos? Claramente a resposta é NÃO.
Que os deuses nos poupem porque, se algum dia se repetir 1755, corremos o risco de desaparecer do mapa.
10.3.11
Magistratura de ruptura (*)
O discurso de Cavaco Silva deixou José Sócrates e o PS - digamos - bastante encavacados... e terá deixado a direita a pensar que "se calhar, vamos mesmo lá".
Foi bastante duro o Chefe de Estado - "cruel" até, disseram alguns - com os socialistas que - claramente - não esperavam um discurso "a partir" de Cavaco Silva.
Foi bastante duro o Chefe de Estado - "cruel" até, disseram alguns - com os socialistas que - claramente - não esperavam um discurso "a partir" de Cavaco Silva.
- As comparações da década são demolidoras: o desemprego, a despesa, a dívida, o endividamento - tudo recordes negativos;
- os avisos para a "emergência económica, financeira e social";
- a exortação a um "sobressalto cívico", a que os portugueses despertem da "letargia em que têm vivido" e a uma juventude que "faça ouvir a sua voz";
- o puxão de orelhas aos "políticos que não conhecem o país real, só conhecem um país virtual e mediático": "Há limites para os sacrifícios que se podem exigir ao comum dos cidadãos";
- "as nomeações para os cargos dirigentes da Administração sejam pautadas exclusivamente por critérios de mérito e não pela filiação partidária"
- ah, ainda alertou contra os grandes investimentos, não reprodutivos - que é como quem diz, o TGV;
Leia aqui na integra o discurso arrasador. Para completar o ramalhete só falta ver Cavaco Silva, o novo "provedor dos jovens", na manifestação da "geração à rasca" no próximo sábado.
Confesso que depois de ver o directo e ler o discurso verdadeiro do Chefe de Estado fazem-me confusão duas coisas:
- se isto está assim tudo tão mal porque aguentou Cavaco este Governo durante este tempo todo? Se calhar porque não confia na dupla Passos Coelho/Paulo Portas (o que me obriga a concordar com ele neste ponto);
- Isto está assim tão mal e Cavaco não tem/teve nenhuma responsabilidade nisso? Eu cá acho que teve, pelos 10 anos de opções governamentais, mais os cinco de não opções presidenciais;
Entretanto, também acho que depois disto e com o FMI cada vez mais aí, vamos mesmo para eleições antecipadas.
(*) título do Público que bem se aplica à situação
7.3.11
Jornalismo
A isenção jornalística não existe, apenas o profissionalismo ou a falta dele.
Qualquer ser humano, pensante, tem opinião e toma posição sobre tudo o que está a ocorrer à sua volta, estando ou não a trabalhar. Claro que um jornalista tem "obrigações especiais" porque, se for um bom profissional, tem que contar o essencial do que está a ver e mostrar sempre todos os lados da questão.
Mas, nesta profissão corre-se sempre o risco de ser "preso por ter cão e preso por não ter" porque tudo pode mudar consoante quem estiver a ver ou a ouvir o nosso trabalho. O desporto e a política são, talvez, os dois temas mais problemáticos. Com a melhor das intenções escrevemos: "O PS desce" ou "O PSD sobe" e levamos na cabeça por qualquer uma das formas; escrevemos "O Benfica ganha" ou "o Sporting perde" e caem-nos em cima "lampiões" e "lagartos" com expressões poucos simpáticas para as nossas mães.
Isto é - digamos - normal e já nos terá acontecido a todos.
O que já não é normal é o "jornalista" que se deixa condicionar conscientemente, não procura confirmar informações ou o contraditório e esquece factos importantes para, assim, provar uma qualquer teoria. Isso, meus amigos, é desonesto e, portanto, NÃO é jornalismo.
Imaginam uma noite eleitoral sem ouvir todos os partidos com assento parlamentar? Não, pois não? Pois é, fazer resumos de um jogo de futebol onde, por exemplo, não se vê um golo alegadamente mal anulado a uma das equipas não é sério, não é ético, NÃO é jornalismo.
Qualquer ser humano, pensante, tem opinião e toma posição sobre tudo o que está a ocorrer à sua volta, estando ou não a trabalhar. Claro que um jornalista tem "obrigações especiais" porque, se for um bom profissional, tem que contar o essencial do que está a ver e mostrar sempre todos os lados da questão.
Mas, nesta profissão corre-se sempre o risco de ser "preso por ter cão e preso por não ter" porque tudo pode mudar consoante quem estiver a ver ou a ouvir o nosso trabalho. O desporto e a política são, talvez, os dois temas mais problemáticos. Com a melhor das intenções escrevemos: "O PS desce" ou "O PSD sobe" e levamos na cabeça por qualquer uma das formas; escrevemos "O Benfica ganha" ou "o Sporting perde" e caem-nos em cima "lampiões" e "lagartos" com expressões poucos simpáticas para as nossas mães.
Isto é - digamos - normal e já nos terá acontecido a todos.
O que já não é normal é o "jornalista" que se deixa condicionar conscientemente, não procura confirmar informações ou o contraditório e esquece factos importantes para, assim, provar uma qualquer teoria. Isso, meus amigos, é desonesto e, portanto, NÃO é jornalismo.
Imaginam uma noite eleitoral sem ouvir todos os partidos com assento parlamentar? Não, pois não? Pois é, fazer resumos de um jogo de futebol onde, por exemplo, não se vê um golo alegadamente mal anulado a uma das equipas não é sério, não é ético, NÃO é jornalismo.
6.3.11
É o povo pá
Os portugueses estão fartos, fartos da crise, fartos dos sacrifícios, do desemprego a subir, dos salários a descer, fartos dos políticos, fartos...
... pelos vistos também estão fartos das musiquinhas de merda que, de há uns anos para cá, invadem o panorama nacional.
E a "vingança" aí está: depois dos 5% dados a José Manuel Coelho nas eleições presidenciais, eis que agora "Os Homens da Luta" vencem o festival da canção graças - claro - ao voto do povo.
Esta música vencedora também não presta - como as outras que concorriam - mas é alegre, diz umas "verdades" e mostra que os portugueses continuam em maré de voto de protesto ou, se calhar, já de gozo, tal o desanimo.
Espero que esta "Luta é alegria" ajude a isso mesmo: a espevitar os portugueses que bem precisam. Quanto aos puristas que não gostam da música, aguentem-se, também eu já ouvi muita música miserável no festival e tive que me aguentar. "É a força do povo, pá!!!"
Vamos ver como isto vai acabar. O próximo episódio pode ser o da "Geracão à Rasca" do próximo sábado.
... pelos vistos também estão fartos das musiquinhas de merda que, de há uns anos para cá, invadem o panorama nacional.
E a "vingança" aí está: depois dos 5% dados a José Manuel Coelho nas eleições presidenciais, eis que agora "Os Homens da Luta" vencem o festival da canção graças - claro - ao voto do povo.
Esta música vencedora também não presta - como as outras que concorriam - mas é alegre, diz umas "verdades" e mostra que os portugueses continuam em maré de voto de protesto ou, se calhar, já de gozo, tal o desanimo.
Espero que esta "Luta é alegria" ajude a isso mesmo: a espevitar os portugueses que bem precisam. Quanto aos puristas que não gostam da música, aguentem-se, também eu já ouvi muita música miserável no festival e tive que me aguentar. "É a força do povo, pá!!!"
Vamos ver como isto vai acabar. O próximo episódio pode ser o da "Geracão à Rasca" do próximo sábado.
4.3.11
Entre-os-Rios
Faz hoje 10 anos que se desmoronou a ponte centenária Hintze Ribeiro, em Entre-os-Rios. Morreram 59 pessoas, a maioria nunca foi encontrada.
Foi a maior tragédia rodoviária de que tenho memória em Portugal - uma das madrugadas mais incríveis que tive que acompanhar, só comparável ao 11 de Setembro do mesmo ano.
O que me fez mais impressão, para além, obviamente, das dezenas de mortes, foi o desleixo das autoridades que deixaram cair uma ponte centenária. Ainda hoje, para além da demissão do ministro Jorge Coelho às 3 da manhã e de umas míseras indemnizações, nada mais se passou, lamentavelmente.
Já agora, depois do foguetório mediático, outro ponto que convém não esquecer é que várias promessas ficaram por cumprir, nomeadamente no que diz respeito a acessibilidades.
Foi a maior tragédia rodoviária de que tenho memória em Portugal - uma das madrugadas mais incríveis que tive que acompanhar, só comparável ao 11 de Setembro do mesmo ano.
O que me fez mais impressão, para além, obviamente, das dezenas de mortes, foi o desleixo das autoridades que deixaram cair uma ponte centenária. Ainda hoje, para além da demissão do ministro Jorge Coelho às 3 da manhã e de umas míseras indemnizações, nada mais se passou, lamentavelmente.
Já agora, depois do foguetório mediático, outro ponto que convém não esquecer é que várias promessas ficaram por cumprir, nomeadamente no que diz respeito a acessibilidades.
23.2.11
22.2.11
Radar Kadafi
Aqui vai uma musiquinha dedicada ao próximo ditador a ser derrubado...
RADAR KADAFI : 40° GRAUS A SOMBRA (1987)
Enviado por artemis181. - Veja mais vídeos de música, em HD!
RADAR KADAFI : 40° GRAUS A SOMBRA (1987)
Enviado por artemis181. - Veja mais vídeos de música, em HD!
20.2.11
17.2.11
Não vamos para novos
Desde que o "Correio da Manhã" divulgou o inacreditável caso da senhora idosa que estava morta em casa há nove anos (!!??), vários outros cidadãos foram sendo encontrados sem vida ao longo da semana.
De repente parece que deu um "baque de humanidade" a muitos familiares, amigos e conhecidos do género: "É pá, já não vejo ... há ..., vou lá a casa, bater-lhe à porta".
Este deve ser o único ponto positivo desta trágica "estória" de velhotes abandonados em casa. Agora, alguém anda à procura deles. Pelo menos esta semana.
Quantos mais casos haverá esquecidos por esse país fora? É assustador.
Como pode a nossa sociedade ser tão desleixada? É preocupante.
Terá este sentimento de negligência tendência para piorar? Temo que sim porque estamos cada vez mais individualistas.
De repente parece que deu um "baque de humanidade" a muitos familiares, amigos e conhecidos do género: "É pá, já não vejo ... há ..., vou lá a casa, bater-lhe à porta".
Este deve ser o único ponto positivo desta trágica "estória" de velhotes abandonados em casa. Agora, alguém anda à procura deles. Pelo menos esta semana.
Quantos mais casos haverá esquecidos por esse país fora? É assustador.
Como pode a nossa sociedade ser tão desleixada? É preocupante.
Terá este sentimento de negligência tendência para piorar? Temo que sim porque estamos cada vez mais individualistas.
4 x 4
Faz hoje 4 (quatro) anos que o Zeca abriu esta nossa/vossa casa.
Nós 4 (quatro) por cá continuamos, a escrever aquilo que nos apetece, quando nos apetece.
O mundo não anda fácil, as nossas vidas, às vezes, também não e, por isso, às vezes, desaparecemos: por falta de tempo, por falta de pachorra, por falta de inspiração, por falta de ânimo, por falta do que quer que seja... mas a porta vai continuar aberta.
Quem por aqui passar vai continuar a ter posts sérios e parvoices, músicas e filmes de que gostamos ou queremos ouvir/ver, enfim, "cenas" do que se vai passando connosco e nos toca pela positiva ou pela negativa.
Obrigado pela visita.
Nós 4 (quatro) por cá continuamos, a escrever aquilo que nos apetece, quando nos apetece.
O mundo não anda fácil, as nossas vidas, às vezes, também não e, por isso, às vezes, desaparecemos: por falta de tempo, por falta de pachorra, por falta de inspiração, por falta de ânimo, por falta do que quer que seja... mas a porta vai continuar aberta.
Quem por aqui passar vai continuar a ter posts sérios e parvoices, músicas e filmes de que gostamos ou queremos ouvir/ver, enfim, "cenas" do que se vai passando connosco e nos toca pela positiva ou pela negativa.
Obrigado pela visita.
12.2.11
"Parvo que sou"
Deolinda - Parva que sou
Sou da geração sem remuneração
e não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!
Porque isto está mal e vai continuar,
já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração ‘casinha dos pais’,
se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’
Há alguém bem pior do que eu na TV.
Que parva que eu sou!
Sou da geração ‘eu já não posso mais!’
que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Tahrir Libertação
O povo (ainda) é quem mais ordena. Esta máxima ficou, uma vez mais provada, depois do que se passou nestes 18 dias no Egipto.
De 25 de Janeiro a 11 de Fevereiro o povo saiu à rua, exigindo reformas e a queda de Hosni Mubarak. É verdade que morreram 300 pessoas nestes dias, mas as maifestações acabaram por ser pacíficas, o que é extraordinário num país que estava oprimido há 30 anos.
Foi impressionante assistir a este levantamento popular, um verdadeiro momento histórico para o Egipto e para o mundo: monumental a reacção da população quando Mubarak não saiu e igualmente incrivel a forma como hoje reagiram eufóricos a notícia da "queda" do regime. Muito positiva, também, a forma como muçulmanos e católicos estiveram lado a lado nestes dias.
O Egipto vai agora lutar pela Liberdade e pela Democracia... os militares vão gerir o país neste período de transição. Para já, o povo está com eles. Esperemos que as Forças Armadas saibam respeitar a vontade do povo e conduzi-lo até eleições livres e justas.
Seja como for, "O Egipto nunca mais será o mesmo", disse Barack Obama esta noite, porque "há alguma coisa na alma que grita por liberdade”.
Depois da Tunísia e do Egipto, será que os ventos de mudança vão continuar a soprar em África?
De 25 de Janeiro a 11 de Fevereiro o povo saiu à rua, exigindo reformas e a queda de Hosni Mubarak. É verdade que morreram 300 pessoas nestes dias, mas as maifestações acabaram por ser pacíficas, o que é extraordinário num país que estava oprimido há 30 anos.
Foi impressionante assistir a este levantamento popular, um verdadeiro momento histórico para o Egipto e para o mundo: monumental a reacção da população quando Mubarak não saiu e igualmente incrivel a forma como hoje reagiram eufóricos a notícia da "queda" do regime. Muito positiva, também, a forma como muçulmanos e católicos estiveram lado a lado nestes dias.
O Egipto vai agora lutar pela Liberdade e pela Democracia... os militares vão gerir o país neste período de transição. Para já, o povo está com eles. Esperemos que as Forças Armadas saibam respeitar a vontade do povo e conduzi-lo até eleições livres e justas.
Seja como for, "O Egipto nunca mais será o mesmo", disse Barack Obama esta noite, porque "há alguma coisa na alma que grita por liberdade”.
Depois da Tunísia e do Egipto, será que os ventos de mudança vão continuar a soprar em África?
10.2.11
Vergonha
Tenho vergonha de um país que deixa uma senhora de 90 anos morrer sem assistência e se esquece dela durante nove anos.
Tenho vergonha de uma família que deixa uma senhora de 90 anos morrer sem assistência e se esquece dela durante nove anos.
Tenho vergonha das várias instituições que não estranham que se deixe de pagar água, luz, gás, renda, se deixe de receber pensão e deixam uma senhora de 90 anos morrer sem assistência e se esquecem dela durante nove anos.
Tenho vergonha deste sítio mal frequentado a que chamam país.
Tenho vergonha de uma família que deixa uma senhora de 90 anos morrer sem assistência e se esquece dela durante nove anos.
Tenho vergonha das várias instituições que não estranham que se deixe de pagar água, luz, gás, renda, se deixe de receber pensão e deixam uma senhora de 90 anos morrer sem assistência e se esquecem dela durante nove anos.
Tenho vergonha deste sítio mal frequentado a que chamam país.
7.2.11
3.2.11
O outro lado
Eu adoro desporto em geral, futebol em particular, vibro com as vitórias do meu clube e da selecção, gosto de ver bons jogos, boas jogadas, grandes golos e defesas... e tento (tento) aceitar os resultados como eles são.
Adoro futebol e sou perfeitamente capaz de ver quatro ou cinco jogos de enfiada num qualquer domingo sem nada para fazer.
Adoro futebol e tenho a mania que o percebo, que sei de tácticas e de jogadores, que sei fazer as substituições certas e que percebo o que o outro treinador está a fazer... mas também chamo nomes ao árbitro e digo asneiras..
Adoro futebol e posso passar horas a falar dele com as pessoas certas... e até inventei o "Stop temático", jogo no qual, até hoje, ainda estou invicto.
Mas... adoro futebol dentro das quatro linhas, no rectângulo de jogo, 11 contra 11 e, por isso, há coisas, no outro lado do jogo, que me fazem muita confusão.
O "caso Kleber" é sintomático: o avançado está num clube português, mas os direitos são de um clube brasileiro. FC Porto e Sporting fizeram ofertas pelo jogador. O clube brasileiro considerou "ridícula" a proposta dos "leões", o clube português mostrou documentos em como a proposta dos "dragões" é mais baixa que a do clube de Alvalade...
Apostam onde Kleber vai jogar na próxima época??? Eu cá aposto no azul, mas é só um palpite.
Se a "estória" é assim, é mais um exemplo que o futebol não se joga só dentro de campo. Parabéns ao Marítimo pela coragem de divulgar os documentos, vamos ver se vai haver represálias.
Adoro futebol e sou perfeitamente capaz de ver quatro ou cinco jogos de enfiada num qualquer domingo sem nada para fazer.
Adoro futebol e tenho a mania que o percebo, que sei de tácticas e de jogadores, que sei fazer as substituições certas e que percebo o que o outro treinador está a fazer... mas também chamo nomes ao árbitro e digo asneiras..
Adoro futebol e posso passar horas a falar dele com as pessoas certas... e até inventei o "Stop temático", jogo no qual, até hoje, ainda estou invicto.
Mas... adoro futebol dentro das quatro linhas, no rectângulo de jogo, 11 contra 11 e, por isso, há coisas, no outro lado do jogo, que me fazem muita confusão.
O "caso Kleber" é sintomático: o avançado está num clube português, mas os direitos são de um clube brasileiro. FC Porto e Sporting fizeram ofertas pelo jogador. O clube brasileiro considerou "ridícula" a proposta dos "leões", o clube português mostrou documentos em como a proposta dos "dragões" é mais baixa que a do clube de Alvalade...
Apostam onde Kleber vai jogar na próxima época??? Eu cá aposto no azul, mas é só um palpite.
Se a "estória" é assim, é mais um exemplo que o futebol não se joga só dentro de campo. Parabéns ao Marítimo pela coragem de divulgar os documentos, vamos ver se vai haver represálias.
2.2.11
PREC
Está a fazer-se história na Tunísia e no Egipto (*).
Fartos de ditadores, que controlaram os respectivos países durante décadas, as populações vieram para as ruas exigindo a queda dos respectivos regimes e as consequentes reformas democráticas.
Já passaram semanas desde o início dos protestos e o povo parece não ir (não querer) recuar e só hoje, no Cairo, juntaram-se mais de 200 mil pessoas, para além de outras manifestações noutras localidades.
Ben Ali já fugiu da Tunísia; Mubarak não se demite, promete eleições e reformas, mas já há quem garanta que não passa da próxima sexta-feira.
Vamos ver como acabam estes processos revolucionários em curso (PREC) e se vão alastrar a outros países vizinhos.
De lamentar, desde já, as centenas de pessoas que morreram lutando pela Democracia e pela Liberdade nos respectivos países.
(*) grande show da Al-Jazeera.
Fartos de ditadores, que controlaram os respectivos países durante décadas, as populações vieram para as ruas exigindo a queda dos respectivos regimes e as consequentes reformas democráticas.
Já passaram semanas desde o início dos protestos e o povo parece não ir (não querer) recuar e só hoje, no Cairo, juntaram-se mais de 200 mil pessoas, para além de outras manifestações noutras localidades.
Ben Ali já fugiu da Tunísia; Mubarak não se demite, promete eleições e reformas, mas já há quem garanta que não passa da próxima sexta-feira.
Vamos ver como acabam estes processos revolucionários em curso (PREC) e se vão alastrar a outros países vizinhos.
De lamentar, desde já, as centenas de pessoas que morreram lutando pela Democracia e pela Liberdade nos respectivos países.
(*) grande show da Al-Jazeera.
27.1.11
Cavaco sem dar cavaco a ninguém
Cavaco Silva venceu as eleições presidenciais à primeira volta. Não há novidade por aqui, já era esperado. O que não era esperado era aquele discurso de vitória: rancoroso e vingativo.
Sempre ouvi dizer que, tão importante como saber perder, é preciso saber ganhar e acho que o Presidente da República não o soube fazer no passado domingo.
Voltámos a ouvir nessa noite, como em toda a campanha, que o "senhor-sério-mais-sério-não-há" foi alvo de "vil baixeza" só porque lhe perguntaram pelos seus negócios no BPN e da sua casa de férias.
Eu, como ainda não nasci duas vezes, gostava de ter visto esta e outras questões esclarecidas.
O problema do nosso Chefe de Estado é que está mal habituado ou, se quiserem, pouco habituado a responder a perguntas, de adversários políticos ou jornalistas, e isso já não é de agora, já vem dos tempos em que era primeiro-ministro com maioria absoluta.
Do dia eleitoral ficam ainda mais duas notas: a bronca do cartão do cidadão que terá impedido milhares de pessoas de exercer o seu direito de voto, o que é grave e apenas digno de um país do terceiro mundo (já vi ministros demitirem-se por menos); e o elevado número de votos brancos e nulos que, a juntar aos votos em José Manuel Coelho, somam quase 500 mil pessoas (sinal de alerta para todos: partidos, políticos e cidadãos em geral).
Sempre ouvi dizer que, tão importante como saber perder, é preciso saber ganhar e acho que o Presidente da República não o soube fazer no passado domingo.
Voltámos a ouvir nessa noite, como em toda a campanha, que o "senhor-sério-mais-sério-não-há" foi alvo de "vil baixeza" só porque lhe perguntaram pelos seus negócios no BPN e da sua casa de férias.
Eu, como ainda não nasci duas vezes, gostava de ter visto esta e outras questões esclarecidas.
O problema do nosso Chefe de Estado é que está mal habituado ou, se quiserem, pouco habituado a responder a perguntas, de adversários políticos ou jornalistas, e isso já não é de agora, já vem dos tempos em que era primeiro-ministro com maioria absoluta.
Do dia eleitoral ficam ainda mais duas notas: a bronca do cartão do cidadão que terá impedido milhares de pessoas de exercer o seu direito de voto, o que é grave e apenas digno de um país do terceiro mundo (já vi ministros demitirem-se por menos); e o elevado número de votos brancos e nulos que, a juntar aos votos em José Manuel Coelho, somam quase 500 mil pessoas (sinal de alerta para todos: partidos, políticos e cidadãos em geral).
22.1.11
Sem sentido
E se, de repente, o Barcelona dispensasse o Messi?
E se deixassem de publicar os livros de Saramago?
E se a câmara de Paris decidisse demolir a Torre Eiffel?
E se Osama bin Laden recebesse o Prémio Nobel da Paz?
Nada disto faria sentido, mas todos os dias somos confrontados com situações injustas.
Estas decisões estapafúrdias assumem uma magnitude superior quando abalam o mundo de pessoas que conhecemos, respeitamos e gostamos.
Eu quero continuar a ver o Messi jogar no Barcelona.
Espero que o Bin Laden tenha um acidente de trabalho, nomeadamente a fabricar uma bomba.
Quero continuar a ler os livros de Saramago.
Um dia espero poder subir os degraus da Torre Eiffel.
E, mais importante, não quero ver os meus amigos tristes.
E se deixassem de publicar os livros de Saramago?
E se a câmara de Paris decidisse demolir a Torre Eiffel?
E se Osama bin Laden recebesse o Prémio Nobel da Paz?
Nada disto faria sentido, mas todos os dias somos confrontados com situações injustas.
Estas decisões estapafúrdias assumem uma magnitude superior quando abalam o mundo de pessoas que conhecemos, respeitamos e gostamos.
Eu quero continuar a ver o Messi jogar no Barcelona.
Espero que o Bin Laden tenha um acidente de trabalho, nomeadamente a fabricar uma bomba.
Quero continuar a ler os livros de Saramago.
Um dia espero poder subir os degraus da Torre Eiffel.
E, mais importante, não quero ver os meus amigos tristes.
20.1.11
Charlie´s Angels
O Zeca lançou-me o repto e eu cá estou a responder.
A nossa musa, mensalmente aqui homenageada, faz hoje anos. Não vamos - obviamente - colocar aqui a sua fotografia, mas aproveitamos a ocasião para renovar os nossos votos de Bom Aniversário, Saúde, Sorte e que continue a iluminar-nos.
Como não conseguiria escrever melhor do que fiz no início do nosso blog, aqui fica o post que abriu a rubrica mais linda da blogosfera. Está tudo explicado sobre o que nós pensamos da nossa musa.
Mas, já que estamos num dia especial e num post especial, aproveito a ocasião para uma escolha muito pessoal, cumprindo, ao mesmo tempo, a tradição de ter uma foto de beldades a cada dia 20 nesta morada.
Assim, aqui deixo uma foto com a imagem da série televisiva "Charlie´s Angels", com belas moças e boas actrizes.
Lembrei-me delas porque também eu tenho uns "Anjos de Charlie" (quatro) - que os outros elementos do blog também conhecem bem - que me dão o prazer da sua amizade e companhia em todos os momentos. Achei que era a altura certa para que elas figurassem nesta rubrica, apesar de não com foto.
E que bonitas que elas são, ainda mais que o original "Charlie´s Angels". Gosto muito delas.
A nossa musa, mensalmente aqui homenageada, faz hoje anos. Não vamos - obviamente - colocar aqui a sua fotografia, mas aproveitamos a ocasião para renovar os nossos votos de Bom Aniversário, Saúde, Sorte e que continue a iluminar-nos.
Como não conseguiria escrever melhor do que fiz no início do nosso blog, aqui fica o post que abriu a rubrica mais linda da blogosfera. Está tudo explicado sobre o que nós pensamos da nossa musa.
Mas, já que estamos num dia especial e num post especial, aproveito a ocasião para uma escolha muito pessoal, cumprindo, ao mesmo tempo, a tradição de ter uma foto de beldades a cada dia 20 nesta morada.
Assim, aqui deixo uma foto com a imagem da série televisiva "Charlie´s Angels", com belas moças e boas actrizes.
Lembrei-me delas porque também eu tenho uns "Anjos de Charlie" (quatro) - que os outros elementos do blog também conhecem bem - que me dão o prazer da sua amizade e companhia em todos os momentos. Achei que era a altura certa para que elas figurassem nesta rubrica, apesar de não com foto.
E que bonitas que elas são, ainda mais que o original "Charlie´s Angels". Gosto muito delas.
O dia
Este é o único dia do ano que reservo para ti, meu amigo Carlos, para dares voz à musa que em nós habita. Porque mereces, porque nunca te esqueces.
16.1.11
15.1.11
Cão
Quando me pediram para tomar conta de um cão, enquanto os donos iam de férias para um destino paradisíaco, não foi propriamente como se me tivesse saído o Euromilhões e ainda sugeri que abandonassem o animal à sua sorte.
Pensaram que eu estava a brincar e, quando dei por mim, já tinha o bicho a ocupar o meu sofá, deitado na minha almofada, a rebolar-se na minha carpete, a comer a minha comida, a ladrar às 3h00 da manhã quando eu chegava a casa, a acordar-me poucas horas depois para ir à rua, a morder-me os ténis, a atacar vizinhos no elevador...
A minha sagrada rotina diária foi alterada, a minha vida passou a ser em função das necessidades do cão, dos estados de espírito do cão, do chichi do cão, de levar o "sacana manipulador" até à sua árvore preferida.
Mas o pior ainda estava para vir. Quando a semana de inferno finalmente terminou, quando passei a entrar em casa sem ser atacado e a poder dormir descansado, não é que comecei a sentir - isto até custa a admitir - uma espécie de sentimento de hum, digamos, uma certa saudade!?
Pensaram que eu estava a brincar e, quando dei por mim, já tinha o bicho a ocupar o meu sofá, deitado na minha almofada, a rebolar-se na minha carpete, a comer a minha comida, a ladrar às 3h00 da manhã quando eu chegava a casa, a acordar-me poucas horas depois para ir à rua, a morder-me os ténis, a atacar vizinhos no elevador...
A minha sagrada rotina diária foi alterada, a minha vida passou a ser em função das necessidades do cão, dos estados de espírito do cão, do chichi do cão, de levar o "sacana manipulador" até à sua árvore preferida.
Mas o pior ainda estava para vir. Quando a semana de inferno finalmente terminou, quando passei a entrar em casa sem ser atacado e a poder dormir descansado, não é que comecei a sentir - isto até custa a admitir - uma espécie de sentimento de hum, digamos, uma certa saudade!?
9.1.11
Campanha
E pronto, lá vamos para mais uma campanha eleitoral, agora para as presidenciais.
O vencedor está anunciado e não me parece que vá haver surpresas na noite de 23 de Janeiro. Certo é que a pré-campanha não augura nada de bom para os próximos 15 dias.
O "caso BPN" está a dominar as atenções mas Cavaco Silva, com a vantagem da liderança nas sondagens, foge a dar explicações como o "diabo da cruz". O candidato pode até não ter cometido uma ilegalidade no sentido criminal do termo; agora, lá que há aqui algumas coisas mal explicadas, lá isso há... e lamentável é que o actual Chefe de Estado passe pelas "gotas da chuva" sem esclarecer como é que comprou e vendeu acções aos respectivos preços, com ou sem ajuda de amigos mais ou menos respeitáveis.
Por outro lado, esta arrogância cavaquista do "eu é que sei", "eu é que tenho experiência", "os portugueses conhecem-me", "não é altura de arriscar", ligada ao "não há ninguém mais sério que eu", "vão ter que nascer duas vezes para serem melhores que eu" e, por isso, "não respondo Às vossas perguntas"... confesso que me enerva solenemente.
A Manuel Alegre, que está atrás nas sondagens, perdeu o debate directo e está a tentar o equilíbrio impossível entre PS e Bloco, calhou-lhe o caso BPP. Com uma gravidade muito menor que a situação de Cavaco também é estranho. Receber dinheiro para uma campanha de publicidade com um texto literário e depois, alegadamente, devolver, mas não saber bem como, é estranho. A campanha não lhe está a correr bem e o mais certo é ter menos votos que há cinco anos, apesar deste vez ter o apoio de dois partidos oficiais.
Fernando Nobre meteu-se nisto, não sei bem porquê. É um médico com um prestígio inatacável, com uma ONG de grande sucesso nas ajudas humanitárias, e agora arrisca-se a perder "apoios" devido a esta incursão. Não me parece que tenha perfil para ser Presidente, mas apesar de tudo, admiro o esforço.
Francisco Lopes, o desconhecido candidato apoioado pelo PCP, está a sair "melhor que a encomenda". Não é "a mosca morta" que parecia e até ganhou o debate televisivo a Cavaco Silva.
Defensor Moura serve para duas coisas: ajudar a dividir o campo que poderia ser de Alegre em exclusividade e atacar Cavaco.
José Manuel Coelho vai ser o "palhaço" da campanha. Dali virão, seguramente, soundbites para animar a malta.
O vencedor está anunciado e não me parece que vá haver surpresas na noite de 23 de Janeiro. Certo é que a pré-campanha não augura nada de bom para os próximos 15 dias.
O "caso BPN" está a dominar as atenções mas Cavaco Silva, com a vantagem da liderança nas sondagens, foge a dar explicações como o "diabo da cruz". O candidato pode até não ter cometido uma ilegalidade no sentido criminal do termo; agora, lá que há aqui algumas coisas mal explicadas, lá isso há... e lamentável é que o actual Chefe de Estado passe pelas "gotas da chuva" sem esclarecer como é que comprou e vendeu acções aos respectivos preços, com ou sem ajuda de amigos mais ou menos respeitáveis.
Por outro lado, esta arrogância cavaquista do "eu é que sei", "eu é que tenho experiência", "os portugueses conhecem-me", "não é altura de arriscar", ligada ao "não há ninguém mais sério que eu", "vão ter que nascer duas vezes para serem melhores que eu" e, por isso, "não respondo Às vossas perguntas"... confesso que me enerva solenemente.
A Manuel Alegre, que está atrás nas sondagens, perdeu o debate directo e está a tentar o equilíbrio impossível entre PS e Bloco, calhou-lhe o caso BPP. Com uma gravidade muito menor que a situação de Cavaco também é estranho. Receber dinheiro para uma campanha de publicidade com um texto literário e depois, alegadamente, devolver, mas não saber bem como, é estranho. A campanha não lhe está a correr bem e o mais certo é ter menos votos que há cinco anos, apesar deste vez ter o apoio de dois partidos oficiais.
Fernando Nobre meteu-se nisto, não sei bem porquê. É um médico com um prestígio inatacável, com uma ONG de grande sucesso nas ajudas humanitárias, e agora arrisca-se a perder "apoios" devido a esta incursão. Não me parece que tenha perfil para ser Presidente, mas apesar de tudo, admiro o esforço.
Francisco Lopes, o desconhecido candidato apoioado pelo PCP, está a sair "melhor que a encomenda". Não é "a mosca morta" que parecia e até ganhou o debate televisivo a Cavaco Silva.
Defensor Moura serve para duas coisas: ajudar a dividir o campo que poderia ser de Alegre em exclusividade e atacar Cavaco.
José Manuel Coelho vai ser o "palhaço" da campanha. Dali virão, seguramente, soundbites para animar a malta.
1.1.11
O mundo mudou... (na última década)
É um lugar comum, foi repetido muitas e muitas vezes, mas nunca como na última década, esta expressão teve tanta razão de ser. E, não só o mundo mudou, como mudou muito depressa...
11 de Setembro de 2001... a década não começou aqui, mas esta foi – sem dúvida – a data que marcou o mundo.
Nada mais foi como antes. Cerca de três mil pessoas morreram naquela manhã e as réplicas deste atentado nos Estados Unidos ainda hoje se fazem sentir: a guerra no Afeganistão e no Iraque, os avisos à Coreia do Norte e ao Irão, mas também os atentados concretizados em Bali, Londres ou Madrid e tudo o mais que se relaciona com segurança ou a falta dela. Saddam Hussein já morreu, mas Osama bin Laden continua em parte incerta.
Esta foi também a década da crise financeira (a maior do último século, dizem todos). Países entraram em bancarrota, bancos faliram, empresas fecharam e o desemprego bate recordes. Os “mercados” são agora quem mais ordena, a obsessão do défice nunca nos deixou dormir descansados e nem a nova moeda nos salvou. A culpa tenta morrer solteira: o único atrás das grades é um tal de Bernie Madoff e pior que isso, a saída da crise ainda não está visível...
Um raio de esperança surgiu em 2008 e os Estados Unidos ganharam um Presidente adorado dentro e fora do país. No entanto, Barack Obama esqueceu-se de levar a varinha mágica para a Casa Branca e, afinal, não resolveu todos os problemas do mundo.
George W. Bush tinha deixado a sua marca, mas outros líderes mundiais não passaram incógnitos: Yasser Arafat morreu antes de ver a sua Palestina independente. Mais sorte tiveram Xanana Gusmão e Ramos Horta que, depois de anos e anos de luta, comandam agora um Timor-Leste livre, apesar de muitos avanços e recuos, e até de terem escapado a uma tentativa de assassinato. Já Viktor Yushenko escapou a um estranho caso de envenenamento que o desfigurou, mas já não “sobreviveu” a acusações de corrupção e perdeu o poder na Ucrânia. Quem ainda sobrevive, mas já não governa, é Fidel Castro. Doente, o histórico líder cubano passou o poder ao irmão, mas as sanções internacionais mantêm-se.
Esta foi também a década das mulheres na política: Benazir Butho morreu a lutar pela Democracia no Paquistão, Dilma Rousseff vai ser a próxima (a primeira mulher) inquilina do Palácio do Planalto, no Brasil. Cristina Kirchner já comanda na Argentina, Michele Bachelet fez grande trabalho no Chile; Na Islândia escolheram uma mulher para tirar o país da falência (Jóhanna Sigurðardóttir), mas na Europa é a senhora Merkel quem manda na Alemanha e comanda toda a União Europeia. Por sua vez, no Quirguistão, Roza Otunbayeva não ganhou eleições e chegou ao poder depois de um golpe de estado. Em África, o destaque vai para a Libéria, país liderado por Ellen Johnson-Sirleaf desde 2006. É a primeira mulher a chefiar um país africano e está a conseguir endireitar o Estado devastado pela guerra civil. Na Oceania, a Austrália tem uma mulher como primeira-ministra: Julia Gillard.
Na Ciência confirmou-se que há água na lua e em Marte e novos planetas fora do sistema solar; os vai-vém norte-americanos deixaram de viajar, mas agora até já há turistas no espaço.
Ficámos a “conhecer” a sindroma respiratória aguda ou pneumonia atípica, que surgiu em 2003 e fez cerca de mil mortos, a gripe das aves (que nos ocupou em 2006) e a Gripe A (h1n1) que em 2009 foi epidemia mundial e fez quase 20 mil mortos, incluindo 124 em Portugal.
O que também não deixou o mundo indiferente foram as muitas catástrofes naturais: uma onda gigante fez mais de 250 mil mortos de uma só vez, a terra tremeu muitas vezes matando vários milhares de pessoas... Haiti, Indonésia, China, Paquistão, Irão foram os países mais afectados por estes abalos.
Mas as calamidades não se ficaram por aqui: furacões (o Katrina foi o que deu mais nas “vistas”), cheias, incêndios, deslizamentos de terras... todas fizeram milhares de vítimas e “obrigaram” à mobilização da ajuda internacional. O acidente do “Prestige” e a explosão de uma plataforma petrolífera no Golfo do México causaram os mais graves problemas ambientais de que há registo e nem a “Verdade Inconveniente”, de Al Gore, conseguiu convencer os senhores do mundo a darem mais atenção ao ambiente e a avançarem com medidas concretas que nos defendam a todas contra a camada do ozono ou as alterações climáticas.
Por cá, o “mundo” também mudou e muito... Politicamente, tivemos quase tudo: maioria absoluta, maioria simples, coligações, primeiros-ministros demissionários, primeiros-ministros “transferidos”, eleições antecipadas... António Guterres abandonou o barco depois de uma derrota nas autárquicas para não cair no “pântano”, José Manuel Barroso deixou o Durão em casa e foi para Bruxelas, Santana Lopes ficou com o “bebé” nos braços, mas não resistiu mais de quatro meses e Jorge Sampaio desligou-lhe a “incubadora”, José Sócrates está no poder há seis anos, tem resistido a quase tudo, falta saber se resiste a 2011.
Portugal esteve várias vezes nas “bocas do mundo”, mas nem sempre pelas melhores razões: a 4 de Março de 2001 uma ponte centenária caiu em Entre-os-Rios, 50 pessoas morreram e o ministro Jorge Coelho demitiu-se logo de madrugada;
O processo Casa Pia revelou o maior escândalo de pedofilia de que há memória no país, foram vários anos de avanços e recuos, até que se chegou à sentença e quase todos os arguidos foram condenados; Sem solução continua o desaparecimento da menina inglesa no Algarve. Maddie McCann emocionou todos e bipolarizou opiniões: rapto, assassinato, acidente... continua sem haver certezas.
Estes são apenas dois dos processos mais mediáticos, mas a Justiça revelou casos que ainda estão por decidir (operação furacão, face oculta, caso BPN e tantos outros), isto já para não falar de outros que criaram muita polémica mas não chegaram à barra do tribunal. O mais célebre é o caso Freeport que voltou a juntar as polícias portuguesa e inglesa.
Já o dissemos, a crise bateu forte no nosso país, o desemprego já está nos dois dígitos e a contestação voltou às ruas: as populações juntaram-se contra o encerramento de urgências e maternidades, os professores mobilizaram-se como nunca e as centrais sindicais uniram-se para uma greve geral – a primeira desde 1988.
Entretanto, apesar da crise e das dificuldades, organizámos cimeiras internacionais de grande sucesso, que deixaram Lisboa na história com nome de tratado europeu e de novo conceito estratégico, e, claro, o melhor europeu de futebol de sempre - confirmou a UEFA.
Por falar em desporto, este foi o período em que João Garcia chegou mais alto, Francis Obikwelu foi mais rápido, Nélson Évora chegou mais longe e José Mourinho foi (o) mais forte treinador do mundo... numa década que os “dragões” dominaram e voltaram a conquistar Portugal e a Europa, mas o mundo acabou por se render a Figo e Cristiano Ronaldo.
Esta foi também a década de grandes campeões: Michael Schumacher na Fórmula 1, Lance Armstrong no ciclismo, Roger Federer no ténis, Tiger Woods no golfe, Phil Jackson no basquetebol.
Também na Igreja houve mudanças. Morreu o Papa peregrino, adorado por todos. João Paulo II teve um dos mais longos pontificados, quase 26 anos, e deixou várias marcas, a do diálogo inter-religioso e a luta pela paz foram duas das maiores.
Sucedeu-lhe na Cátedra de Pedro o alemão Joseph Ratzinger, Bento XVI, que com um estilo diferente tem vindo a conquistar o mundo. Prova disso foi a sua visita de quatro dias a Portugal em 2010 que, para o Vaticano, foi a mais impressionante viagem apostólica do seu pontificado. O Papa mantém as linhas mestras do seu antecessor e centra-se na luta contra a laicização. Entretanto, “deixou-se” entrevistar e, entre outras coisas, aceitou a utilização do preservativo em casos especiais, naquela que foi a primeira manifestação pública de um Sumo Pontífice nesse sentido.
O mundo perdeu Madre Teresa de Calcutá, beatificada em 2003, e a Irmã Lúcia, um dos pastorinhos de Fátima.
Mas há coisas que não mudam e a Igreja continua a ser um referencial fundamental em defesa da paz e dos mais desfavorecidos, mesmo em países em que continua a ser perseguida.
Abrimos com um chavão, fechamos com outro: o mundo é agora, efectivamente, uma “aldeira global” e avançou a um ritmo alucinante: quem é que se lembra de como era isto sem internet? Sem Google ou YouTube? Sem as redes sociais? O twitter ou o Facebook? Os telemóveis que fazem (quase) tudo... até telefonar. São poucos os resistentes e serão cada vez menos no futuro.
Como estaremos no final da próxima década? Não sabemos, mas vamos gostar de estar por cá e contá-lo – falta saber em que formato :-).
11 de Setembro de 2001... a década não começou aqui, mas esta foi – sem dúvida – a data que marcou o mundo.
Nada mais foi como antes. Cerca de três mil pessoas morreram naquela manhã e as réplicas deste atentado nos Estados Unidos ainda hoje se fazem sentir: a guerra no Afeganistão e no Iraque, os avisos à Coreia do Norte e ao Irão, mas também os atentados concretizados em Bali, Londres ou Madrid e tudo o mais que se relaciona com segurança ou a falta dela. Saddam Hussein já morreu, mas Osama bin Laden continua em parte incerta.
Esta foi também a década da crise financeira (a maior do último século, dizem todos). Países entraram em bancarrota, bancos faliram, empresas fecharam e o desemprego bate recordes. Os “mercados” são agora quem mais ordena, a obsessão do défice nunca nos deixou dormir descansados e nem a nova moeda nos salvou. A culpa tenta morrer solteira: o único atrás das grades é um tal de Bernie Madoff e pior que isso, a saída da crise ainda não está visível...
Um raio de esperança surgiu em 2008 e os Estados Unidos ganharam um Presidente adorado dentro e fora do país. No entanto, Barack Obama esqueceu-se de levar a varinha mágica para a Casa Branca e, afinal, não resolveu todos os problemas do mundo.
George W. Bush tinha deixado a sua marca, mas outros líderes mundiais não passaram incógnitos: Yasser Arafat morreu antes de ver a sua Palestina independente. Mais sorte tiveram Xanana Gusmão e Ramos Horta que, depois de anos e anos de luta, comandam agora um Timor-Leste livre, apesar de muitos avanços e recuos, e até de terem escapado a uma tentativa de assassinato. Já Viktor Yushenko escapou a um estranho caso de envenenamento que o desfigurou, mas já não “sobreviveu” a acusações de corrupção e perdeu o poder na Ucrânia. Quem ainda sobrevive, mas já não governa, é Fidel Castro. Doente, o histórico líder cubano passou o poder ao irmão, mas as sanções internacionais mantêm-se.
Esta foi também a década das mulheres na política: Benazir Butho morreu a lutar pela Democracia no Paquistão, Dilma Rousseff vai ser a próxima (a primeira mulher) inquilina do Palácio do Planalto, no Brasil. Cristina Kirchner já comanda na Argentina, Michele Bachelet fez grande trabalho no Chile; Na Islândia escolheram uma mulher para tirar o país da falência (Jóhanna Sigurðardóttir), mas na Europa é a senhora Merkel quem manda na Alemanha e comanda toda a União Europeia. Por sua vez, no Quirguistão, Roza Otunbayeva não ganhou eleições e chegou ao poder depois de um golpe de estado. Em África, o destaque vai para a Libéria, país liderado por Ellen Johnson-Sirleaf desde 2006. É a primeira mulher a chefiar um país africano e está a conseguir endireitar o Estado devastado pela guerra civil. Na Oceania, a Austrália tem uma mulher como primeira-ministra: Julia Gillard.
Na Ciência confirmou-se que há água na lua e em Marte e novos planetas fora do sistema solar; os vai-vém norte-americanos deixaram de viajar, mas agora até já há turistas no espaço.
Ficámos a “conhecer” a sindroma respiratória aguda ou pneumonia atípica, que surgiu em 2003 e fez cerca de mil mortos, a gripe das aves (que nos ocupou em 2006) e a Gripe A (h1n1) que em 2009 foi epidemia mundial e fez quase 20 mil mortos, incluindo 124 em Portugal.
O que também não deixou o mundo indiferente foram as muitas catástrofes naturais: uma onda gigante fez mais de 250 mil mortos de uma só vez, a terra tremeu muitas vezes matando vários milhares de pessoas... Haiti, Indonésia, China, Paquistão, Irão foram os países mais afectados por estes abalos.
Mas as calamidades não se ficaram por aqui: furacões (o Katrina foi o que deu mais nas “vistas”), cheias, incêndios, deslizamentos de terras... todas fizeram milhares de vítimas e “obrigaram” à mobilização da ajuda internacional. O acidente do “Prestige” e a explosão de uma plataforma petrolífera no Golfo do México causaram os mais graves problemas ambientais de que há registo e nem a “Verdade Inconveniente”, de Al Gore, conseguiu convencer os senhores do mundo a darem mais atenção ao ambiente e a avançarem com medidas concretas que nos defendam a todas contra a camada do ozono ou as alterações climáticas.
Por cá, o “mundo” também mudou e muito... Politicamente, tivemos quase tudo: maioria absoluta, maioria simples, coligações, primeiros-ministros demissionários, primeiros-ministros “transferidos”, eleições antecipadas... António Guterres abandonou o barco depois de uma derrota nas autárquicas para não cair no “pântano”, José Manuel Barroso deixou o Durão em casa e foi para Bruxelas, Santana Lopes ficou com o “bebé” nos braços, mas não resistiu mais de quatro meses e Jorge Sampaio desligou-lhe a “incubadora”, José Sócrates está no poder há seis anos, tem resistido a quase tudo, falta saber se resiste a 2011.
Portugal esteve várias vezes nas “bocas do mundo”, mas nem sempre pelas melhores razões: a 4 de Março de 2001 uma ponte centenária caiu em Entre-os-Rios, 50 pessoas morreram e o ministro Jorge Coelho demitiu-se logo de madrugada;
O processo Casa Pia revelou o maior escândalo de pedofilia de que há memória no país, foram vários anos de avanços e recuos, até que se chegou à sentença e quase todos os arguidos foram condenados; Sem solução continua o desaparecimento da menina inglesa no Algarve. Maddie McCann emocionou todos e bipolarizou opiniões: rapto, assassinato, acidente... continua sem haver certezas.
Estes são apenas dois dos processos mais mediáticos, mas a Justiça revelou casos que ainda estão por decidir (operação furacão, face oculta, caso BPN e tantos outros), isto já para não falar de outros que criaram muita polémica mas não chegaram à barra do tribunal. O mais célebre é o caso Freeport que voltou a juntar as polícias portuguesa e inglesa.
Já o dissemos, a crise bateu forte no nosso país, o desemprego já está nos dois dígitos e a contestação voltou às ruas: as populações juntaram-se contra o encerramento de urgências e maternidades, os professores mobilizaram-se como nunca e as centrais sindicais uniram-se para uma greve geral – a primeira desde 1988.
Entretanto, apesar da crise e das dificuldades, organizámos cimeiras internacionais de grande sucesso, que deixaram Lisboa na história com nome de tratado europeu e de novo conceito estratégico, e, claro, o melhor europeu de futebol de sempre - confirmou a UEFA.
Por falar em desporto, este foi o período em que João Garcia chegou mais alto, Francis Obikwelu foi mais rápido, Nélson Évora chegou mais longe e José Mourinho foi (o) mais forte treinador do mundo... numa década que os “dragões” dominaram e voltaram a conquistar Portugal e a Europa, mas o mundo acabou por se render a Figo e Cristiano Ronaldo.
Esta foi também a década de grandes campeões: Michael Schumacher na Fórmula 1, Lance Armstrong no ciclismo, Roger Federer no ténis, Tiger Woods no golfe, Phil Jackson no basquetebol.
Também na Igreja houve mudanças. Morreu o Papa peregrino, adorado por todos. João Paulo II teve um dos mais longos pontificados, quase 26 anos, e deixou várias marcas, a do diálogo inter-religioso e a luta pela paz foram duas das maiores.
Sucedeu-lhe na Cátedra de Pedro o alemão Joseph Ratzinger, Bento XVI, que com um estilo diferente tem vindo a conquistar o mundo. Prova disso foi a sua visita de quatro dias a Portugal em 2010 que, para o Vaticano, foi a mais impressionante viagem apostólica do seu pontificado. O Papa mantém as linhas mestras do seu antecessor e centra-se na luta contra a laicização. Entretanto, “deixou-se” entrevistar e, entre outras coisas, aceitou a utilização do preservativo em casos especiais, naquela que foi a primeira manifestação pública de um Sumo Pontífice nesse sentido.
O mundo perdeu Madre Teresa de Calcutá, beatificada em 2003, e a Irmã Lúcia, um dos pastorinhos de Fátima.
Mas há coisas que não mudam e a Igreja continua a ser um referencial fundamental em defesa da paz e dos mais desfavorecidos, mesmo em países em que continua a ser perseguida.
Abrimos com um chavão, fechamos com outro: o mundo é agora, efectivamente, uma “aldeira global” e avançou a um ritmo alucinante: quem é que se lembra de como era isto sem internet? Sem Google ou YouTube? Sem as redes sociais? O twitter ou o Facebook? Os telemóveis que fazem (quase) tudo... até telefonar. São poucos os resistentes e serão cada vez menos no futuro.
Como estaremos no final da próxima década? Não sabemos, mas vamos gostar de estar por cá e contá-lo – falta saber em que formato :-).
Subscrever:
Mensagens (Atom)